Megafone que Caiu do Céu!

41 4 10
                                    

Quase três meses de gestação e os enjoos que já eram para estar instintos na verdade ganhavam força a cada dia que se passava. Carolina infelizmente foi diagnosticada com hipêremese gravítica, chegou a pensar seriamente em desistir da sonhada gestação e também, em não arcar com as consequências de se ter um filho do ex-marido e passar por algo tão difícil totalmente sozinha.

Mas em sua concepção, era crueldade demais fazer isso com um ser tão pequeno e seu, que não tinha ao menos como se defender.

Também pensou que nem grávida estava nas primeiras semanas, sustentando esse pensamento mesmo com as ultrassons e exames.

Era difícil de acreditar que apesar de ser em um momento completamente errado, ela teria sim seu pequeno milagre.

Matteo ligou, e como ligou..

Mas Carolina não o atendeu e pediu encarecidamente para seu trabalho não comunicá-lo onde era sua moradia atual e dizer que a mesma havia sido demitida.

Mal dava para si própria o pequeno apartamento, visto que com toda certeza tinha que caber em seu bolso.

Queria poder contar com sua família, mas seu pai não ter aceito o casamento foi o suficiente para que não conseguisse engolir seu orgulho e voltar para casa implorando pelo perdão.

Pelo menos não agora.

E tem sua adorável irmã, que saudade sentia de Clarisse. Mas com a mudança da encaracolada para a Espanha recentemente, com certeza não estava em seus planos atrapalhar a vida de sua irmã.

Ela decidiu então viver um dia de cada vez, mesmo com a ferida em seu peito aberta e sua consciência diariamente lhe lembrando que tem uma vida dentro de sí e agora não podia simplesmente desistir.

As semanas haviam passado.

E apesar da ferida em seu peito ainda ser recente as coisas realmente melhoraram.

Carolina arrumou outra forma de ter uma renda à mais. Não chegava a ser um emprego, mas a dona Maria emocionada com sua situação, (vamos lá a garota praticamente implorou pela vaga) Fez a velhinha achar que a oportunidade valesse realmente a pena pra ela.

Então também seria florista por apenas três dias na semana, bem perto de sua casa alugada.

Não pesaria por 4h passar um tempo perto da calmaria que eram as flores.

Isso até Carolina completar seis meses de gestação e putz..

Suas costas e pernas realmente doíam.

Ela não estava aguentando o tranco mas o seu pequeno milagre não mais tão pequeno assim, lhe dava forças diariamente, tal força essa que sequer já se viu capaz de imaginar que teria aquela dose de amor extra um dia.

Havia descoberto finalmente o sexo também, e como ela poderia ficar mais feliz com a notícia?

Teria sua tão sonhada princesa, e seu nome já estava decidido antes mesmo dela ser sequer gerada...

Olivia, sua pequena azeitoninha.

Seus pés estavam inchados depois de mais um dia de trabalho.

A televisão de caixote minúscula estiava, o cansaço forte fazia com que ela ignorasse e apenas continuasse a olhar para a tela de má qualidade sentada em seu sofá.

Uma música soou de seu celular enquanto seu feed do twitter era rolado, e por mais que pareça brincadeira, um chute forte foi sentido em seu umbigo, fazendo-o cair de sua mão.

O susto foi grande.

É óbvio que a pequena bebê já havia se mexido. Cada ultrassom era mais agitada que a outra, mas aquele definitivamente foi um chute mais forte que o normal.

Olivia [h.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora