O perdão

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Nicolle:o que faz aqui?

Ricardo:eu...

Nicolle:você não tem mais nada aqui

Ricardo:eu tenho meus filhos

Nicolle:esses filhos deixaram de ser seus no momento em que você nos deixou

Ricardo:são eles que tem que decidir isso e não você

Ele tentou entrar na casa, e Nicolle colocou o pé na frente

Nicolle:nem pense nisso

Ricardo:Nicolle me deixa entrar

Nicolle:não

Ricardo:eu estou pedindo, se pelo menos você ouvir o que eu tenho a dizer

Nicolle:toda vez que você vem dizer algo 90 por cento de chance de ser besteira

Ricardo:mas não dessa vez

Nicolle:eu tô me segurando pra não te dar um soco aqui mesmo

Ricardo:eu já tô sendo impedido de ver a Anaíz por causa de médicos que me dizem que ela não pode receber visitas, não me impeça de ver meus meninos também

Nicolle:e se eu quiser mesmo fazer isso?

Ricardo:ELES SÃO OS MEUS FILHOS E EU TENHO DIREITO DE VÊ-LOS!!!

Nicolle:NÃO, VOCÊ NÃO TEM!!!

Gumball:que gritaria é essa?

Um frio na espinha de Nicolle que não pode impedir os garotos(suados e cansados) de vêerem quem estava na porta com ela

Um susto para os dois

Darwin:pa-pai...

Gumball por outro lado não ficou parado, na verdade subiu a escada e se trancou no quarto

Ricardo:Gumball

Ele ousou passar pela proteção de Nicolle e entrar na casa, e se deparou com Darwin ainda paralisado

As vozes mais uma vez

"Mate o Ricardo"

"Traidor"

Mas as duas coisas que elas diziam foram abafadas pelo lembranças de tristeza

Lembranças do dia em que Ricardo saiu de casa e Darwin ficou sabendo exatamente o que ele tinha feito para aquilo acontecer

O negro começou a lacrimejar

Darwin:por que está aqui?

Ricardo:porque eu quero contar algo a vocês...

Nicolle:então conta...

Nicolle se apoiou na parede com os braços cruzados

Nicolle:você tem 20 minutos

No quarto

Gumball estava encostado na porta escondendo o rosto entre os braços e o joelho somente chorando

Alguém bateu na porta

Gumball:vai embora

Ricardo:Gumball, me deixa entrar...

Gumball:nunca

Ricardo:Gumball...se você não gostar do que eu tenho pra falar...pode me dar um chute nos "países baixos"

Ele se arrependeu de ter falado isso, mas era a única coisa que ele pensava que poderia convencer o gato

E estava certo

Em 1 minuto a porta se abriu lentamente

Ricardo entrou e agora Gumball estava sentado na beira da cama olhando pro chão

Ricardo sentou ao lado de Gumball, mas ele se afastou um pouco

Tudo bem

Ricardo:filho...eu quero me redimir com você...

Gumball:hum, contra outra

Ricardo:é sério, quero me redimir com você e seus irmãos...quando você quiser...

Gumball:que tal nunca

Ricardo:estou falando sério

Gumball:eu também, você tá querendo se redimir depois da besteira que fez com a minha mãe

Ricardo:isso não tem nada haver com sua mãe, tem haver com vocês...eu fracassei como marido mas quero ser bom como pai

Gumball:se você fosse um bom pai, não teria gastado nosso dinheiro todo em bebida ao invés de procurar um emprego

Um remórcio maior do que já sentia quando ouviu isso

Não que ele já não soubesse

Ricardo:eu sei, mas não teria vindo aqui se não estivesse me resolvendo quanto a isso

Gumball se mantia olhando pro chão

Ricardo:eu não quero que vocês vivam a vida sem um pai, eu quero que pra vocês eu esteja vivo

Ao falar isso, ele lembrou das palavras de Gumball 

"Você morreu pra mim"

E Gumball se lembrou disso também, será que ele tinha pensado direito nisso?

Ricardo:venha comigo e com seus irmãos, passar no mínimo um fim de semana comigo, na minha nova casa

Gumball:nova casa, seria o quê? A casa da vovó?

Ricardo:não,(não agora) é mesmo uma casa minha, só minha...

Impressionante para alguém como Ricardo

Mas Gumball não respondera ainda, a vontade de fazer aquilo estava misturada com o nojo que ele sentia do próprio pai agora

E Ricardo se cansou de esperar a resposta, achando que aquilo também significava um "não"

Ricardo:ok...se mudar de idéia, pode me ligar...

Gumball:eu apaguei seu número...

Ricardo parou, ficou impressionado, mas nem tanto

Ele então tirou do bolso um papel escrito seu número de celular, parecia que ele já prevera que Gumball tinha feito aquilo

Gumball guardou o papel até com grande cuidado enquanto Ricardo se encaminhava para a porta

Ricardo:Gumball

Ele olhou

Ricardo:eu não sei se você pensa o mesmo, mas...eu te amo filho...

E ele saiu

Se Ricardo estivesse falando a verdade, Gumball deveria dar uma segunda chance a ele

Mesmo que isso fosse incrivelmente difícil de se fazer no momento atual






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