outer space ; kth+jjk

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a minha ideia é quebrar o estereótipo em que, na maioria das fanfics, um personagem tímido e sensível é bottom. então, o meu taehyung (tops) está aí para mudar um pouco essa mesmice :)
espero que vocês entendam e apreciem!

•ᴥ•

Era sábado de manhã quando a mensagem do Taehyung chegou para alegrar o meu dia.

Levantei da cama no mesmo momento em que li o convite para sair. Abri as cortinas escuras da janela e diferente do meu quarto bagunçado, eu não precisava dos raios do Sol para ser iluminado. Eu tinha o Taehyung.

Lavei o meu rosto e desci as escadas para almoçar com a minha família, não conseguindo desmanchar o sorriso que havia no meu rosto em nem um momento. Fui questionado sobre isso, mas falei que era um segredo, que ia ser revelado para eles na hora certa.

Antes do horário marcado, eu já estava sentado em um banco de madeira no parque. Vestia um suéter bege com finas listras pretas e balançava as pernas cobertas por uma calça jeans, enquanto esperava.

O local tinha árvores, brinquedos, crianças rindo e cachorros correndo próximos aos seus donos. Mas nada disso me chamava mais a atenção do que o Taehyung andando pela calçada, ainda longe, mas inconfundível.

Levantei e corri na sua direção, tomado pela saudade. Enlacei os meus braços na sua cintura e abracei o seu corpo fortemente contra o meu, enquanto os seus cobriam os meus ombros e a sua risada tímida aquecia o meu peito. Ri também, fechando os olhos e tentando acalmar a minha respiração.

– Era para eu ter chego antes de você... - murmurou, próximo ao meu pescoço.

– Não consegui espe- Taehyung! - me interrompo, quando separo o abraço para encontrar o rosto dele com um olho roxo, um corte lateral próximo ao osso da bochecha e o lábio inferior levemente inchado.

– Ah... M-me desculpe por aparecer assi-

– Não é isso! Só estou preocupado. Está doendo? - perguntei, passando o meu polegar delicadamente na pele escurecida abaixo do seu olho.

– Não... Um pouco, para ser sincero. Vem, vamos sentar em algum lugar - respondeu e segurou o meu pulso suavemente, afastando-o.

Assenti com a cabeça e o segui até uma parte mais afastada dos brinquedos, onde nós sentamos lado a lado na grama, na sombra de uma árvore grande.

Ele permaneceu quieto e encarando as folhas esverdeadas acima de nós, enquanto eu analisava o seu perfil marcante.

– Fiquei sabendo que você chorou na escola... Esses machucados são o motivo? - quebrei o silêncio, apreensivo.

– Não.

– Então... Quer me contar qual é?

– As coisas que eu li e ouvi - respondeu, ainda sem me olhar.

– Oh, Tae... O que ele disse para você? - murmurei, sentindo uma sensação ruim de aperto no estômago. Não havia nada pior do que ver o Taehyung sofrendo.

– Ele disse coisas nojentas envolvendo o seu nome e... Não quero repetir. E não quero parecer ridículo para você - revelou, finalmente virando o rosto para me encarar – Não pense que estou sendo fraco ou fazendo drama, é só que... Eu sempre quis passar despercebido. Odeio a maioria das pessoas que frequentam o ambiente escolar, não me incluir foi uma escolha que fiz desde o começo. Posso lidar com as pessoas me chamando de estranho por causa disso, mas o que está acontecendo agora é diferente e... Me deixa mal e com medo de você passar a concordar com eles. Para começar, não sei o que você viu em mi-

– Não ouse terminar essa frase - interrompi, sentindo o peso que as suas palavras carregavam – Eu vi um turbilhão de coisas acontecendo em um mundo totalmente diferente e desconhecido dentro de você, sem que ao menos tivéssemos trocado uma palavra. Às vezes, você parece viver mais lá do que aqui... E agora eu sei o porquê. Você é bom demais para o mundo de fora, Taehyung. E o que tem aí dentro é lindo.

E era verdade. Cada vez que o Taehyung me permite conhecer um pouco mais sobre o seu mundo, eu fico mais encantado – se é que isso é possível. E era o que ele parecia estar agora, me encarando com as bochechas cobertas por um tom claro de vermelho e a boca entreaberta, como se fosse dizer algo, mas as palavras não vinham.

Ri baixo, completando: – Entre eles, eu sou o quem te conhece melhor. E a cada dia você se torna mais incrível e amável. Eu quero te beijar agora, mas não vou porque estou com medo de te machucar ainda mais - desço o olhar para o seu lábio machucado e posiciono minha mão na lateral do seu pescoço, acariciando a sua nuca com a ponta dos dedos – E estamos em público... Você sabe como é complicado.

– Você nunca me machuca, Kook. E eu sei, mas não ligo - falou, antes de fechar os olhos e encaixar a boca na minha.

O Taehyung conseguiu tirar o meu fôlego duas vezes seguidas e eu não consegui impedir que um sorriso escapasse. Ele sorriu junto e usei o tempo do beijo quebrado para levantar do meu lugar e sentar entre as suas pernas cruzadas, enlaçando as minhas no seu quadril e enfiando os dedos entre os fios do seu cabelo escuro, enquanto as deles se encaixaram na minha cintura.

Juntei nossos lábios e ele sugou o meu inferior levemente, antes de enrolar a sua língua na minha e iniciar um beijo lento. E nós ficamos assim, trocando carícias e explorando delicadamente a boca um do outro por alguns minutos.

– Ei... - murmurou – Quer tomar sorvete? Acho que era para nós estarmos tendo um encontro clichê...

– Clichês são enjoativos - ri baixo, abrindo os olhos para encontrar os seus ainda fechados. Aproveitei para beijar a sua pálpebra roxeada com cuidado, fazendo-o sorrir leve – Não quero me distrair com algo que não seja você. E os brinquedos...

Ele riu baixo e eu também, tendo as suas mãos na parte de trás das minhas coxas e me assustando quando o mesmo levanta do chão, me tendo nos seus braços.

– Quer que eu lhe empurre no balanço? - perguntou e beijou o meu queixo, e eu abracei os seus ombros.

– Os seus braços são muito confortáveis... Mas eu aceito.

Como de costume, as bochechas do Taehyung se tornaram vermelhas e eu sorri por ser o causador disso. Antes de ser colocado no chão, espalhei beijos estalados no seu rosto, cada um contendendo um pouco do carinho que eu nutria por ele, que já constituía todo o meu corpo.