VI

4.5K 276 18
                                    

As horas parecem dias,os dias semanas,e as semanas meses.
Não faz muito tempo que descobri que estava grávida, sim estava, perdi o bebê á algumas semanas.
Nem preciso comentar o quanto foi doloroso, e como se não bastasse a dor da perda,( eu já amava aquele bebê, Vittorio é um babaca mas independente de tudo, era meu), ainda tenho que conviver com a pressão constante de toda a Famiglia, mas o auge de tudo é por meu marido. Sofri o aborto horas depois de anunciar a gravidez a todos.
E logo começou o meu inferno pessoal, minha sogra já falava em tentar de novo, meu pai me ligou, achei que ao menos uma vez na vida, ele seria um pai!
Mas não ele ligou apenas para gritar, xingar e jogar na minha cara o quanto eu era imprestável, que era tão inútil quanto mamãe, só que um pouco mais que ela, segundo ele, ao menos ela comseguiu segurar um bebê na barriga e eu nem isso, ainda lembro de suas palavras.

"A sua única função, a sua e de todas as mulheres é: abrir as pernas para os maridos e para parir.
Não acredito, que nem essa simples função você consiga desempenhar!"

Não consigo calcular o quanto chorei esses últimos dias, sempre que fecho os olhos lembro dos momentos de horror, eu estava no banho e senti uma dor horrível, e logo a água descia vermelha, gritei o mais alto que pudi e apaguei.

Quando acordei só escutava os gritos de Vittorio, ele acusava o médico de negligência, quem viu seu surto, achou que era apenas um pai deseperado, mas eu sabia que não era apenas isso, tinha algo por trás de toda a sua agonia.

Faz exatamente cinco meses que Vittorio não me dirige a palavra, ele me culpa, todos me culpam, não frequento mais as reuniões das mulheres, nem aos chás da tarde e muito menos, recebo visitas.

Emagreci dez quilos, não consigo dormir, nem comer, eu apenas queria o carinho da minha mãe nesse momento, ela sempre sabe o que dizer, mas meu pai nunca permitiria.

Levanto rapidamente, e entro no banheiro, lavo o rosto e me encaro no espelho, eu estou horrível, olheiras profundas, cabelo seco, e principalmente me assusto com a minha magreza.

Vamos lá Lanna, acorda, não se enterra, hora de sair desse quarto, ninguém vai viver por você, ninguém vai ligar se você morrer, seu filho não gostaria de te ver assim.

Tomo um banho demorado e choro, grito, soluço, mas por fim seco as lágrimas.

Me arrumo, pego minha bolsa e saiu.

"Estou saindo, volto as seis!"

Pego o carro e decido ir ao shopping, passo em várias lojas, decidi assistir um filme, faz anos que não venho ao cinema. Assim que o filme acaba, faço um verdadeiro dia do lixo, como tudo o que me dá vontade. Por fim vou á uma clínica estética.

Chego em casa às sete em ponto, me atrasei um pouco. As luzes estão todas apagadas, mas no canto da sala vejo os olhos de Vittorio brilharem em fúria.

"Onde estava?"

"No shopping!"- respondi simplismente.

"A claro, seu sofrimento durou pouco não?"- deboxa, instantâneamente meus olhos se inundam.

"Não, não parou de doer, sempre vai doer, todos os dias quando eu acordar vai doer, sempre vai doer, sabe por quê?
Porque eu sim amei o meu filho com todas as forças, eu o amei e amo sem o ter conhecido, mas você, você apenas viu meu filho como um negócio, lucro não?"- jogo em sua cara, estou farta dessa situação.

"Não fale da merda que você não sabe, você não deve estar tão mal quanto diz, já que a primeira coisa que fez foi ir ao shopping, mas não me surpreendo, você sempre foi fútil."- Ótimo, vai começar.

"Você deveria saber, que não ligo para todas essas merdas, eu sai sim para ir ao shopping, mas só eu sei o que passei, você nunca me procurou para ao menos, perguntar como eu estava, eu passei cinco meses enterrada em vida, mas eu entendo sua decepção, você esperava que eu definhace para se livrar de mim, infelizmemte ou felizmente ainda estou viva."- começo a subir as escadas cansada de tantas brigas.

"Eu não mandei você sair, você me deve respeito, gostando ou não, ainda é casada comigo"- ele agarra meu cabelo com força-" E nunca, em toda a sua maldita vida me vire as costas novamente."

"Está me machucando!"

"É pra machucar mesmo, e como você mesma disse, foram cinco meses e você tem deveres comigo"- ele começa a me arrastar pela escada e para em frente ao seu quarto, me empurra e fecha a porta.

"O que você acha que está fazendo?"- quase grito, já sabendo as suas intenções.

"Tira a roupa"- ordena.

"Eu não quero!"- choramingo.

"Você me cansa"- ele avança em mim e arranca toda a minha roupa. Sem aviso ou preparação alguma ele me penetra com força.

"Para, por... favor para, tá me machucando, eu não quero"- começo a soluçar, paro de me debater e congelo, como se estivesse morta, apenas imploro que aquilo acabe logo.







Esse capítulo é um pouco tenso!

Espero que estejam gostando da história, o que quero mostar aqui é que, nem tudo é perfeito e que o mundo da máfia pode ser muito cruel. Minha intenção não é romantizar e sim passar a realidade, mas claro que como tudo existem exceções.

Até o próximo!❤

Máfia Cosa NostraOnde histórias criam vida. Descubra agora