Capítulo 2

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Ao atravessarmos o bosque algo me chamou atenção. Lola estava muita calada e isso de certa forma me preocupava. De todas ela era sempre a que mais tagarelava.

- Porque está tão quieta Lola?

- Tem algo de errado – disse olhando ao horizonte como se procurasse por algo.

- O que foi? – Me aproximei das janelas junto com as outras procurando pelo que quer que fosse.

Ao longe conseguimos ver um homem tão grande que parecia saído de contos infantis sobre gigantes e um garoto de joelhos ao pé de um tronco de árvore amarrado pelos pulsos, sendo chicoteado pelo brutamonte.

- Pare a carruagem – gritei para o cocheiro – Eu mandei parar.

Com a forma brusca que a mesma parou acabamos caindo no chão. Passando por cima de todas abri a porta e corri de encontro à cena.

- Pare com isso – apesar de todos os meus protestos o homem parecia não me ouvir, tomado por uma raiva tão grade quanto o seu tamanho – Eu ordeno que pare com isso agora.

- Alteza, espere – ouvi Rose gritar – Não pode interferir um abatedor, ele vai matar você.

- Se eu não fizer nada ele vai matar esse garoto Rose. Eu preciso impedir.

Continuei correndo de encontro ao mesmo até chegar tão perto que finalmente chamei a atenção do abatedor. O sorriso em seu rosto dizia que ele estava pronto para me atacar, o medo deveria me paralisar, mas ele me tornava mais forte. Senti toda radiação passar por meu corpo e sabia que meus olhos haviam mudado de cor pela forma como ele me olhou.

- Eu mandei você se afastar do garoto ou...

- Ou o que? – perguntou vindo até mim.

Antes mesmo que ele pudesse chegar perto o bastante eu fui de encontro ao seu corpo e o segurei pelo pescoço, o erguendo de uma forma inexplicável para o meu tamanho em comparação ao dele. A maneira como seu corpo tremia em minhas mãos mostrava que ele sentia o choque de emanava dos raios da minha palma.

- Para Belle, você vai mata-lo – Rose suplicava – Belle, por favor.

- Arabelle, para agora – a voz me fez recobrar a consciência e soltei o homem no chão e percebi que ele já se encontrava sem vida. Olhei para Sebastian que respirava como se tivesse corrido muito rápido para chegar onde eu estava – Eu sinto muito.

- Eu o matei Basti – disse quando recobrei a consciência – Eu fui capaz de matar uma pessoa, eu sou um monstro, uma assassina.

- Não, claro que não. Olhe para mim – limpando as lágrimas que descia por meu rosto ele continuou – Você é a pessoa com o coração mais bondoso que eu já tive a chance de conhecer, você salvou o garoto de ser morto por ele. Você não é um monstro, é uma heroína.

Assenti sem saber capaz de pronunciar uma palavra.

- Cuidem dela – ele me entregou as minhas acompanhantes e foi até o garoto o desamarrando.

De onde eu estava não conseguia ouvi-los, mas sabia que Sebastian estava tentando acalma-lo.

- Vou leva-lo comigo – a atenção de todos se voltou rapidamente pra mim.

- Ficou maluca?

- Não Kena, eu vou cuidar dele, podemos fazer dele um servo. Ele pode me servir ou cuidar dos estábulos do rei. Não posso deixa-lo aqui.

- Tem certeza alteza? – Rose perguntou.

- Tenho sim. Traga ele para mim Basti.

O garoto se aproximou de forma cautelosa, talvez estivesse com medo da forma como me via há alguns minutos.

RegnaturiWhere stories live. Discover now