Ariel.

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Lili.

- Amiga segura aqui meu celular que vou no banheiro - peço esticando o celular para Verônica.
- Amiga eu vou também, to muito apertada - ela diz entrando numa cabine vazia.

Entro dentro da cabine, quando me levanto da privada e ponho o celular no bolso, percebo que ele passou direto e caiu na privado, fico desesperada ao ver uma fumacinha subindo dele, chamo uma faxineira que vejo na porta e com as luvas ela o pega.

3 dias depois.

- Eu não acredito que to sem celulaaaaaaaar - digo gritando.

Me jogo na cama e fico olhando para o teto, levanto e vou até a mesa do computador e abro o Instagram.

- queria tanto conversar com o Jugh - falo pra mim mesma.

1 semana depois.

- Amanhã é seu aniversário, tem certeza que não vai fazer nada ? - Verônica pergunta.
- Você sabe que não - respondo seca.
- Você precisa superar o Ariel, ele está melhor agora amiga - ela diz sentando ao meu lado.
- Não quero falar disso - digo me levantando.
- Mas amiga... - ela começa a falar e eu falo por cima
- Vê, não tô bem, mas tarde te ligo deixa eu dormir um pouco - Digo cortando.
- Quer que eu vá embora ? - ela diz me encarando.
- Por favor - Digo sem olhar pra ela.
- Lili, não faça isso, você não precisa recuar sempre que falamos dele, já faz quase 2 anos ! - ela diz chegando perto.
- Verônica, vai embora por favor - digo num tom mais alto e agora olhando em seus olhos.

Sento na cama com a foto minha e do Ariel nas mãos.

-Porque você teve que partir ? Eu te amava tanto !! - digo em meio às lágrimas olhando para a foto.
- Você tinha tudo Ariel, você tinha tudo !!!

Ariel, meu melhor amigo.
Conheci o Ariel quando estava no auge dos meus 9 anos, pela internet, atráves de um jogo on line, ele se mudou pra minha cidade alguns meses depois, e nossa amizade só foi crescendo. Fazíamos aniversário no mesmo dia, então sempre comemoravamos juntos, passeavamos no shopping ou viajamos. Nós éramos como irmãos, eu sempre apoiei ele em todos os momentos, ele era o garoto que enxugava minhas lágrimas, me via de pijama, me dava broncas quando necessário. Ariel tinha a vida que todos queriam ter, era rico, tinha pais que o amavam, viaja para todos os lugares, sempre rodeado de amigos.
Até que a 1 ano e 3 meses atrás, quando Ariel tinha 18 anos e eu 17.
Foi nosso primeiro aniversário separado desde que nos conhecemos, nesse dia, meu pai quis me levar ao cinema, disse que queria passar esse aniversário somente comigo, Ariel compreendeu e disse que não tinha problema, ele iria sair com alguns amigos e me prometeu que no dia seguinte iríamos comemorar.

Quando a noite acabou estávamos no carro a caminho de casa, sinto meu celular vibrar e abro a mensagem, era de Ariel : Lili, eu preciso de você.
Eu estava com apenas 2% de bateria então lhe disse que daqui a 10 minutos o ajudaria, o tempo de chegar em casa, e ele apenas concordou, passamos numa lanchonete, o que fez 10 minutos virarem 20 e até chegarmos em casa 30.
Assim que chegamos mandei mensagem para o Ariel, que mostrava em seu perfil "on line a 05 minutos atrás".
Mandei por volta de umas 30 mensagens, como ele não respondeu apenas deitei e dormi. Meu telefone toca as 3:56 da madrugada, e ouço a voz de Ana, mãe do Ariel.
"Lili, aconteceu uma coisa, não se desespere, mas o Ariel, ele..."
Não consigo ouvir o que ela diz pois está chorando muito, começo a me desesperar e por fim ela diz "Se matou."

Cole Sprouse - I Want You Onde histórias criam vida. Descubra agora