Comendador vivo ?

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Pov. Narrador.

Alguns dias se passaram depois que Maria Marta, havia conseguido um contrato milionário com uma empresa chinesa, ela havia feito tudo na encolha, por mas que ela soubesse que pudesse contar com a sua família, ela não queria criar expectativas em seus filhos, depois da morte de Zé Alfredo, nada foi fácil para Maria Marta, teve que se manter firme e forte pelos filhos, pelas noras, pelos netos, pela enteada e até mesmo pelo império a qual seu marido e a mesma havia se esforçado tanto para erguer. A imperatriz conseguiu salvar a Império por um tris das mãos de Maurílio, não daria o seu império de mãos beijadas para um canalha igual ao Maurílio... Todos os filhos do comendador e seus parceiros, ficaram felizes com a retomada da empresa para as mãos deles, mas eles precisavam urgentemente fazer novos negócios, e para isso até mesmo Maria Marta adentrou a jogada. Exatamente, sexta-feira, alguém havia convocado uma reunião na empresa, todos estavam sentados, perguntando entre si, quem havia marcado aquela reunião de última hora.

Pov. Maria Marta

Estava impacientemente, estava doida para voltar a sala do meu falecido marido, ainda havia muito trabalho, e só faltava a mesa, Cristina e Lucas, meus olhos se prenderam no terço negro que estava em minhas mãos, era do comendador, tive que pegar assim que o mesmo teve um infarto em meu quarto e o levou a óbito, meus olhos no mesmo instante se encharcou de lágrimas, e lembranças de quando a gente se conheceu em Genève veio em minha mente como um flashback do dia.

    Flashback On

Xxx — Mas não antes de mim. — Disse uma mulher pretensiosa e arrogante se aproximando enquanto olhava com repulsa para o homem com trajes totalmente ridículos na sua opinião. — Eu cheguei primeiro. — Ambos ficaram se fitando por alguns segundos.

Zé Alfredo — Oxênte mas eu já não estava plantado aqui quando você entrou ?

Maria Marta — Você não, Senhora ! Eu cheguei primeiro sim mas o motorista do táxi não tinha trocou e demorou tentando achar algumas moedas. Por isso, eu tenho certeza que eu cheguei primeiro. — Zé estava surpreso com a arrogância e o jeito prepotente da mulher.

Zé Alfredo — A senhora chegou depois de mim !

Maria Marta — Eu não o conheço, meu senhor, não me dirija a palavra. — E com aquele jeito nordestino do homem e o jeito prepotente da mulher que eles começaram a se gostar. Naquele banco, em Genève, saiu um casal para vida toda.

   Flashback Off

Limpo as minhas lágrimas rapidamente sem erguer minha visão ao escutar a porta se abrir, passo meus dedos entre as bolinhas negras, e assim fico, até que ouço o alvoroço de todos, levanto meu olhar e vejo José Alfredo, perco o ar por longos minutos, e quando o próprio iria começar a falar, levanto da cadeira rapidamente e saiu correndo da sala para logo em seguida me trancar na sala da presidência. Ele estava vivo, ele simplesmente havia manipulado eu e meus filhos, ele fez a gente ficar de luto, fez a gente chorar em seu leito de morte, viu a gente fazer de tudo para erguer a empresa e quase tive que casar enquanto ele despojava de uma vida boa e sem ter que lutar por nada. Coloco o terço em cima da mesa de vidro enquanto sentia as lágrimas descer, e naquele momento eu me permito chorar, me permito deixar toda a mágoa, tristeza e perguntas cair naquelas lágrimas... Ouvia as batidas na porta insistentemente além das vozes de meus filhos, tinha a de meu marido ex-morto, respiro levemente enquanto alcanço minha bolsa, pego o terço sabendo que eu não iria devolver nem tão cedo a Zé, e pego outros papéis que resolveria em casa, naquela momento só queria ir para casa, tomar um banho relaxante em minha banheira com sais de rosas e espumas, limpo meu rosto, sabendo que o mesmo estaria vermelho, destranco a porta e logo ouço o meu caçula se pronunciar.

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