O que nós somos?

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As semanas haviam se passado mais rápido que o flash. Meus treinos estavam indo bem, estava um pouco nervosa por ser meu primeiro campeonato depois de quase um ano sem competir

Tenho visto Calliope com frequência, nossa amizade está cada dia mais forte. Descobri mais coisas sobre ela, coisas do tipo sua cor favorita, comida, hobbie, filmes, entre outros

Estávamos sentadas debaixo de uma árvore de uma pracinha com poucas pessoas. Calliope, e eu fomos visitar o aquário de San Francisco que é uma da principais atrações da cidade, andamos pelo mercado principal e agora estávamos sentadas apenas relaxando um pouco

Callie tinha um olhar sereno, sempre com os seu brilho em destaque, Não me cansava de admirar essa mulher.

Decidimos lanchar na pracinha mesmo. Callie estava comendo sanduíche natural e eu meus tão amados Donuts

Ultimamente tenho pensado muito sobre nós duas. Estávamos sempre juntas, ela dormia em casa e fazíamos maratonas de filmes.

Bem fazíamos coisas que casais fazem e não amigos, amigos não fazem sexo depois de assistirem filmes, e nem dormem juntos abraçados.

O que nós somos?! Será se eu ficar com outra pessoa okay pra ela?! E se ela ficar com alguém, está okay pra mim ?!

São tantas perguntas.

Talvez eu deva pergunta. E se ela não estiver tendo o mesmo sentimento que o meu?!

Droga estou fodidamente apaixonada por essa morena cujo nome é Calliope

- Um doce pelos seus pensamentos

- Um beijo seria mais convincente - brinquei a fazendo corar

Calliope envergonhada era tão fofa. Deixo um beijo demorado em sua bochecha

- Eu acho que eu deveria ter dado - ela brincou

- O que te impede de me beijar então?

Quando terminei a minha bela frase, ela segurou minha nuca me puxando para um beijo

O beijo aconteceu lento e profundo, entre gemidos abafados, nossas línguas entrelaçavam urgentes, quentes, molhadas. A doçura de nossas bocas eram um deleite de sensações, prazeres guardados onde apenas um beijo seria pouco pra saciar seus desejos secretos.

Nossas línguas faziam um dança pelo ritmo eu diria clássica. Os beijos de Calliope tinha subido para o tópico das minha coisas favoritas. O beijo era tão bom que tinha ultrapassado a pizza e os donuts. E olha que eu amo pizza e donuts

O beijo foi interrompido, o ar se fez necessário, enquanto recuperavamos o oxigênio perdido, ela depositou vários beijinhos no canto da minha boca, mordiscando, lambendo meus lábios em êxtase, molhando minha boca em um prazer íntimo.

- Já te falei que os seus beijos são bom pra caramba?

Calliope tinha seus olhos escuros cravados aos meus. O jeito que ela mexia com a boca era tão sexy

- Deixa eu pensar - fiz minha melhor cara de pensadora contemporânea, com a mão no queixo semicerrando os olhos - Já, todas as vezes que me beija

- Então eu vou falar de novo. Seus beijos são tão bom, que eu fico toda molhada toda vez que encosto nessa sua boquinha

Ela sussurrou em meus lábios me deixando pasma, sentindo seu hálito e seus olhos tão próximos dos meus.

- Te deixei sem palavras - Ela zombou me roubando um selinho e riu

Caramba essa mulher fode com o meu psicológico. Se não estivéssemos em praça pública fodia com essa mulher agora mesmo

- Calliope?! Não me provoque Mulher

                                 🍃

Os dias passou voando no sentido figurado claro. Fazia quase uma semana  que não tive mais contato com a Callie deis do pracinha. Mandava mensagem e ela não me respondia, minhas ligações ela nunca retornava. A última vez que ouvi a voz dela foi na caixa de recados de seu celular dizendo:

"Aqui é Callie Torres, se eu não atendi porque estou ocupada, se for importante retornarei o mais rápido possível. Beijos"

E pelo visto minha ligação não era tão importante, já que ela não me retornou

Cansada de ficar esperando um sinal de vida de Callie. Me arrumei e fui pra casa do meu Nonno. Ele estava preparando o almoço e eu o ajudei e acabamos almoçando juntos

- Quer me contar alguma coisa minha menina?

Meu avô me conhecia melhor que ninguém, sempre foi impossível esconder coisas dele . Ele sorriu para mim me passando a confiança de sempre

Preparei o meu prato com uma quantia boa de comida. Eu estava chateada e precisava comer.

O meu Nonno parecia esperar pela resposta

- Eu acho que estou apaixonada. E isso é uma droga - choramingo frustrada, soltando o meu garfo

- Callie, esse é o nome dela né? - Eu apenas assenti sem saber o que dizer - Eu sabia que isso iria acontecer, deis do dia em que você me apresentou essa garota. O jeito que você sorria pra ela, e posso lhe dizer com todo o meu conhecido, ela também senti o mesmo

- Infelizmente eu acho que o senhor errou desse vez Nonno. Ela simplesmente sumiu - falo com a voz embargada

- Ela está apenas assustada meu amor. De um tempo a ela. No momento certo vocês ficaram juntas

- Queria tanto ter toda essa sua confiança. Eu nunca senti isso antes sabe? parece que eu me apeguei em tão pouco tempo - confesso.

Meu avô me contou pela milésima vez a história dele com a minha Vó. Como eles se conheceram,e de como eles ficaram separados por  anos e quando se encontram o amor ainda era o mesmo porque eles estavam destinados a ficarem juntos. E que o começo de uma paixão entre mim e Callie era apenas o começo

Minha avó faleceu quando eu tinha vinte anos, ela pegou uma bactéria hospitalar depois de uma cirurgia, para retirada de um tumor no seio, e acabou falecendo. Foi a pior notícia em toda a minha vida, eu me senti perdida, sempre fui apegada aos meus avos e perde ela, foi como perde o chão

Eu queria acreditar que tudo que o meu avô me disse fosse verdade. Que Callie apenas estava com medo, e que  logo ela me procuraria

Só espero que ela sinta o mesmo, que eu estou sentindo por ela.

Como diz aquele poema: O amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas

E olha só; eu fazendo o papel de trouxa do ano. Que ironia






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