Meus demônios internos

Capítilo 4

*Ravena POV*

-Você não me parece bem.-disse Mutano me olhando com um olhar triste

-Fui dormir tarde e estou cansada, só isso. -Menti

-Como se eu não te conhecesse o suficiente pra saber que não é só isso. - ele me olhou com um olhar meio perdido

-O que você quer dizer com isso?

-Ravena, você gosta de mim como eu gosto de você? -Ele perguntou e foi se aproximando mais de mim

-Mutano, eu não quero falar sobr....

-Me responde Ravena -disse ele me Interrompendo- diz pra mim que não gosta de mim que eu nunca mais te procuro.  Mas diz.  Quero ver você dizer

-Eu não ... gosto de...  Você... -Falei olhando pro chão

-Fala sem travar.  E fala olhando nos meus olhos.- disse ele chegando mais perto e me fazendo olhar para ele segurando no meu queixo

-Eu não...  Gosto de..... - Droga,não  consegui falar.

-Sabia que não ia conseguir - ele deu um sorriso vitorioso

-Mutano,  eu não posso...  Eu...  Eu não quero machucar ninguém

-Você não machuca a gente...

-Quando eu perco o controle dos poderes eu posso machucar.  Mesmo que eu não queira. - falei abaixando a cabeça  e olhando para o chão

-Ravena?- ele me chamou e eu levantei o olhar para ele novamente.

Ele foi chegando perto de mim e ia me beijar. Mas eu não podia...  Não podia perder o controle.  Então eu empurrei ele levemente, não para machucá-lo, apenas para afastá-lo.

-Para com isso Ravena,  você jamais machucaria qualquer um da torre. -Mutano falou chegando perto de mim novamente

-Você não sabe do que eu sou capaz quando perco o controle. Eu sou meio demônio, Mutano. Posso destruir muita coisa

-Ravena, sério....

-Desculpa Mutano- Falei e fui para o meu quarto através de um portal.  Cheguei no meu quarto e me deitei na cama.  Fiquei muito tempo deitada pensando em como eu gostava dele, mas não podíamos ficar juntos.  Aquilo estava me matando,  sério.

Eu estava péssima,  é como se a tristesa tivesse tomado conta de mim de uma maneira que eu nunca tinha sentido na vida.  Acabei dormindo e só acordei no dia seguinte, pelo menos tirei o atraso do sono da noite passada.  Acordei as 7;03 a.m mas eu não tinha a menor vontade de sair da cama. Então fiquei lá.  Deitada. Sem levantar pra nada.  Sem me levantar pra tomar banho,  pra trocar de roupa,  para comer...  Para nada.  Acabei dormindo de novo e acordei com alguém na minha porta.  Era Robin.

-Ravena?  Você está ai? -disse Robin com uma voz preocupada

Me levantei e fui até a porta.  Abri apenas uma brecha da porta, apenas para podermos nos ver.

-O que foi,  Robin?

-Ravena,  é quase meio dia e você ainda não saiu do quarto.  Você tem certeza que está  bem?  Nós estamos preocupados com você.  Todos nós.

-Estou bem,  só estou cansada.  Podem ficar tranquilos- falei com a voz mais fria que consegui.

-Pelo menos desce para comer algo. Você não comeu nada o dia todo.

-Já vou.-Falei batendo a porta na cara dele.

Fui no banheiro e tomei um banho rápido, escovei os dentes, coloquei o uniforme e desci.
Quando cheguei lá em baixo, estavam todos na cozinha, almoçando.Quando cheguei todos pararam por um segundo e me olharam, apenas ignorei. Fiz meu prato (o menor prato da minha vida, realmente não estava com fome)  e me sentei  entre Ciborg e Estelar,  de frente para Robin.  Ninguem deu uma palavra sequer durante o almoço,  e eu muito menos.

Terminei de comer, botei meu prato na pia e estava sobindo para meu quarto, quando alguem me segura pelo braço....  Ciborg

-Fica aqui em baixo com a gente um pouco. - consegui ler o pensamento dele,  na verdade ele queria dizer "Para de se isolar no seu quarto, isso faz mal.  Para de ser desse jeito.  Tu vai ficar doente"

Odeio quando as pessoas amenizam o que realmente querem dizer, para parecerem gentis

-Vou meditar- falei soltando a mão dele do meu quarto

Fui pro meu quarto e comecei a meditar.  Consegui me concentrar facilmente,  o que foi até  uma surpresa para mim. Quando medito perco realmente a noção do tempo, quando fui ver a hora ja eram duas da tarde. Fui ler.  Li até as três e meia.
Comecei realmente a sentir fome,  então desci,  peguei uma maçã e me sentei em um banco da cozinha enquanto comia.  Por sorte não tinha mais ninguém lá em baixo para me encher de perguntas do tipo "você está bem? "  "O que houve? "

Terminei minha maçã e fui subindo as escadas.  Nas escadas dei de cara com Mutano.  A gente parou, se olhou por alguns segundos mas ninguém falou nada,  então ele saiu da frente,  me deixando passar.  Li a mente dele enquanto nos olhávamos....  Tristeza... Muita tristeza... Mas por baixo de toda essa tristeza eu achei uma pontinha de....  Amor.  Será que aquele amor era por mim?  Eu não sei..  Apesar de achar que era, não queria me iludir. Mas apesar de tudo, eu estava me sentindo da mesma maneira.  Tristeza.  E.....  Amor.  Eu amo ele.  Só não quero admitir. Nem pra mim.  Mas chegou a hora de fazer isso.  Chegou a hora de aceitar e assumir isso.  Eu amo ele, e quero estar com ele. Eu vou estar. Mas não agora. Não enquanto eu poder machucar alguem que eu amo. Não quero machuca-lo e nem machucar mais ninguem da torre. Eles são minha famila. Eu não posso machucá-los. 

Preciso achar uma maneira de conseguir controlar meus poderes. Passei toda minha vida escondendo tudo o que sinto, de todo mundo. Eu não quero mais isso. Eu quero sentir. Eu quero poder sentir. Eu quero poder amar. 

Eu vou dar um jeito de controlar meus poderes, eu preciso achar um jeito. E eu vou conseguir

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N.A: Galera, capítulo um pouco menor que o normal, mas queria deixar vocês curiosos. Capítulo que vem eu compenso
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