Capítulo 6

2.8K 257 15
                                    

*Ravena POV*
Depois do ocorrido com Mutano não saí do meu quarto o resto da noite.  Acordei no dia seguinte por volta das oito da manhã.  Não saí do meu quarto. Eu tinha escutado a conversa dos outros Titãs com o Mutano. Sei la,  na minha cabeça eles iam me culpar, mas realmente foi minha culpa.  Resolvi não sair do quarto.  Não queria sair e dar de cara com o olhar de reprovação dos Titãs.  Não que eles fossem fazer isso, mas tinha uma chance que fizessem 

Quando deu umas duas e meia da tarde Estelar veio falar comigo

-Ravena? - disse Estelar batendo na porta do meu quarto

-O que? - perguntei tentando parecer a voz mais tranquila possivel

-Nós  queriamos saber se você está bem.  Já é tarde e você não saiu do quarto o dia todo . Ravena,  a gente não te culpa pelo que aconteceu,  você sabe né? - ela me falou com uma voz preocupada

-Não estou a fim de sair,  Estelar.

-Ravena,  por favor....  A gente se preocupa com você,  sério

-Eu disse que não estou a fim,  me deixa por favor...

Ela não disse mais nada.  Não me respondeu.  Só ouvi os passos dela indo pra longe do meu quarto. Passei o resto do dia aproveitando pra estudar aquele livro de feitiços avançados.  Mas estudar não era suficiente. Precisava botar em prática.  Saí do meu quarto de fininho e fui para a parte onde nós tinhamos nossos treinamentos e comecei a treinar os feitiços.  A maioria dava certo, mas sempre tinha aqueles que eu não conseguia dominar totalmente.  Voltei para o meu quarto e por mais que o meu treinamento tenha feito bastante barulho,  ninguém apareceu lá para me encher de perguntas.  Ainda bem

Depois do treino eu passei o resto do dia no meu quarto estudando aquele livro e meditando. Já era madrugada e eu estava realmente com fome.  Não tinha comido nada o dia todo.  Desci para a cozinha e preparei um lanche. Fiquei sentada no banco da cozinha comendo bem devagar,  sozinha.  Até  que escuto passos vindo pra cozinha,  perto de mim.  Era Ciborg

-Sabia que estaria aqui- Ele falou com uma cara de sono misturada com preocupação

-É mesmo? - tentei desviar do assunto que provavelmente ele queria falar

-Ravena,  a gente não te culpa pelo que aconteceu.

- Estelar me disse a mesma coisa.  Já entendi. - falei de forma fria

-Então, já  que sabe,  espero que não  fique o dia todo no seu quarto amanhã de novo.  Não culpamos você. - ele saiu e deu meia volta,  voltando para o seu quarto

Termiei o lanche e subi para o meu quarto. Chegando lá,  botei o espelho na minha frente e fui "sugada" para minha mente.  Comecei a andar por lá procurando minhas "velhas Amigas"
Aquele lugar estava estranho.  Sombrio.  Mais do que o de costume.

Andei um pouco ate achá-las. 

-Finalmente ela tomou coragem para vim enfrentar descontrole? É assim que eu gosto - disse valente

-Ainda não - respondi

-E o que tu ta esperando? Vai logo- disse rude

- Ir logo pra que?  Ela ainda não está pronta.  Do que adianta ela ir logo e levar uma surra? - disse preguiça

Eu fiquei lá por muito tempo conversando com elas. Até de manhã. Apesar de tudo era bom estar com elas. Afinal elas me conheciam melhor que ninguém. Elas eram eu, apenas estavam divididas em minhas personalidades.  Ótimo, mais uma noite sem dormir.

Voltei para o meu quarto. Decidi que não ia passar mais um dia no meu quarto. Desde quando eu me importo com o que os outros estão pensando de mim?
Desci para a cozinha. Não tinha ninguem. Acho que "acordei" cedo demais. Coloquei água para o chá no fogo e fiquei sentada no sofá da sala espenrando a água ferver. Ferveu. Fui ajeitar meu chá. Me sentei no banco da cozinha e fiquei tomando meu chá.  E advinha quem apareceu lá?  Isso mesmo.  A pessoa que acorda mais tarde da casa toda,  mas por ironia do destino tinha acordado cedo hoje.  Mutano. 

Ele pegou uma fruta e uma xícara com algo dentro que não fazia ideia do que era e se sentou em outro banco,  de frente para mim,  mas sem me olhar. Vendo ele na minha frente,  com aquelas marcas,  me deu um peso imenso na consciência.

-Mutano.... - falei apreensiva

-Sim? - ele respondeu levando seu olhar ao encontro do meu

-Eu queria pedir desculpas....  Pelo que eu fiz e pelo modo que estou agindo esses dias....

-Você não precisa me pedir desculpas. -disse ele se levantando e indo até a pia deixar sua xícara,  ficando de costas pra mim

Não sei porque,  mas como num impulso eu me levantei e abracei ele por trás.  Ele não  fez nada de primeira. Achei até que ele estava bravo comigo.  Mas ele se virou de frente para mim, retribuiu o abraço e me deu um beijo na testa(lado bom de ser baixinha kkkk).
Desfiz o abraço,  olhando ele nós olhos e saí para meu quarto. Tomei uma decisão.  Hoje à noite eu iria enfrentar descontrole.  Não aguentava mais aquela situação.  Já estava pegando o livro,  para continuar a lê -lo,  mas.....  Alarme alto.  Luzes vermelhas... Alerta de crime.  Desci rapidamente e Robin explicou  que era o Quinteto.  Esse pessoal não se cansa não?  É sempre a mesma coisa. A gente sempre consegue pega-los

Fomos até o local.  Um banco.  Estavam explodindo tudo e fazendo pessoas de reféns.  Fiquei encarregada da Jinx.  Até  que foi fácil.  Aliás,  nunca foi tão fácil derrota-los
Não sei se porque eles perderam a prática de fazer crimes,  ou se porque eu estava mais forte por conta dos poderes novos.  Voltamos para casa. Almoçamos no melhor dos climas.  Todo mundo estava feliz e conversando.  Até  eu,  o que foi estranho até para mim,  mas enfim....  
Subi para meu quarto e fui estudar o restinho do livro que ainda não tinha tido tempo de ler.  Terminei e fui para a área de treinamento. Treinei como nunca.  Estava me sentindo realmente preparada para vencer descontrole

Fui para meu quarto.  Tomei um banho e fiquei meditando para relaxar um pouco antes da " grande batalha". Até que decidi que estava na hora. Peguei meu espelho e fui.  Só  fui.  No impulso.  Chegando lá encontrei minhas emoções todas juntas.  Todas tensas, claro.  Até eu estava.  Por um momento passou pela minha cabeça se aquilo que eu estava fazendo era o certo.  E se estava na hora certa. Mas já estava lá,  não ia voltar agora

-Chegou a hora? - me perguntou amor apreensiva.

-Sim.  Pelo menos acho que sim. - respondi tentando parecer confiante

-Infelizmente não podemos lhe ajudar na batalha em si.  Mas se algo der errado,  nós temos o poder de te mandar de volta  para sua dimensão "original" -disse sabedoria

-Ótimo - respondi- vamos atrás de descontrole logo

-Como queira.- respondeu rude e todas nós começamos a andar até  aonde estava descontrole

Meus demônios internosOnde histórias criam vida. Descubra agora