Casamento

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- Porque você não me morde, Leo? - Pergunto enquanto sinto suas mãos acariciando minhas costas, me abraçando por trás em seguida, víamos um filme desinteressante na televisão, estava sentado em seu colo, aconchegado em seus braços, era pequeno comparado ao outro, então cabia perfeitamente naquele espaço, olha que sempre me considerei um cara mediano. Seu cheiro era tão bom, me fazia querer ficar naquele lugar para sempre, era como se sempre pertencesse ao maior. - Poderia me marcar.



- Não é assim, Soran. - murmurou no meu ouvido de maneira incerta. - Quero ter algo, poder te dar uma boa condição financeira, sem depender de ninguém. Não consigo nem arrumar um emprego. - Suspirou Leo como se fosse a pior coisa do mundo.



- Não preciso de nada disso, tenho meu próprio emprego, além disso, posso te ajudar no que for preciso e necessário. - Franzi o cenho. Alfas eram tão idiotas quando se tratava de prover algo, porque só não aceitava por enquanto? - Nós nos amamos e ganho muito bem no bar.



- Eu sei, mas quero que a gente tenha uma vida estável sem dependências mútuas. - Bufei com aquilo, porém, como resistir a alguém tão carinhoso quando Leo? Era meu alfa destinado, pelo menos era isso que achava. Nunca me senti tão apaixonado por alguém quanto estava pelo mesmo, seus beijos, sal quentura, nossos corpos. Tudo parecia querer me fazer flutuar, era como ter constantemente borboletas no estômago. Aquilo era amor, tinha quase certeza disso.



Aquele sonho só veio para estragar meu humor matinal. Minha cabeça latejava como se tivesse levado marteladas a noite inteira. Só consigo me sentir péssimo comigo mesmo, odiava sonhos cheios de amor e ternura, com significados de merda nenhuma porque já tinha superado aquela maldita fase. Estava tão ocupado me xingando que não percebo que aquele não era meu quarto. Estava em um hotel luxuoso, com direito a sacada enorme, cortinas pesadas, tons pastel, cama macia, cheirosa. Onde diabos estava? Depois de falar com a mãe da família Vitti, parece que tudo foi apagado. Sabia que não deveria ter bebido mais de três garrafas de champanhe caro.



- Finalmente acordou. - A voz desagradável do meu futuro esposo ressoou pelo quarto. Quando o maior entrou. Notei que estou totalmente desprovido de vestimentas e a única coisa que cobre meu corpo nu é o lençol grosso.



- Nós transamos? - Penso que deveria ser algo a ser lembrado. Mas, não faço TANTA questão assim de saber, só queria saber se usamos camisinha, definitivamente não queria engravidar. - De camisinha espero, você não tem cara de ser irresponsável demais. - Levo a mão até minha nuca para checar. Nenhuma mordida indevida que me marcaria pelo resto da minha misera existência. Ainda bem!



- Que? - O rosto de Alex ficou corado, que bonitinho, porém logo empalideceu, desviando o olhar. - Claro que não, não iria fazer isso com alguém bêbado, além disso, disse que não queria me envolver além da formalidade, porém, tive que fazer o mínimo que manda a etiqueta e a moral ontem. - Suspirou irritado, encarando o espelho para ajeitar a própria gravata, tentando disfarçar seu nervosismo.



- Suponho que devo ter dado trabalho. - Acabo rindo, porque na minha imaginação Alex tentava tirar minhas vestimentas, enquanto estava constrangido demais para faze-lo, porque se ficava vermelho com uma proposta sexual que nem existiu, imagina tirar as roupas de alguém dessa forma.



- Obviamente sim. Você estava totalmente bêbado, vomitou em si mesmo, tive que te trazer em um hotel, porque não quero abrir as porta da minha casa. Nem somos casados ainda. - Enquanto Alex virava um poço de reclamação vou me levantando, deixando meu lindo corpo delgado aparecendo, orgulhava-me muito da minha bunda grande e carnuda, particularmente era o melhor de mim fisicamente, acima dela tinha uma linda tatuagem de um gato negro com uma lua cinza, adorava gatos, acho que me representavam muito bem. Notei que Alex tinha parado de reclamar, enquanto me olhava, dei uma risadinha para isso, indo até o banheiro. - Suas roupas estão em cima da cama, tive que comprar novas! Não demora, vou te levar em casa.

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