Volta para casa

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-Nós precisamos voltar -digo.

-Eu sei -Victor me dá um beijo na bochecha-Eu sei.

-Vocês vão me deixar aqui!? -Bread diz baixinho.

-Nós não temos escolha Bread, nós não temos contato com humanos a séculos e acho que não seria uma boa ideia vc aparecer lá de repente -Victor explica.

-Por favor -Bread começa a chorar.

O Olho estende a mão para ele e o abraça.

-Olha nós sentimos muito -digo já triste também- mas, não há nada que podemos fazer.

Ele para de chorar e enxuga as lágrimas com a mão:

-Você pode sim! Você pode me levar, só não quer!

-Eu já disse que não! -grito se me levando da roda.

Dou uns dez passos até a porta da casa e entro nela, esperando ficar em paz por um tempo.

Mas algum tempo depois alguém me acorda:

-Ei -Victor.

-Por favor, me deixa em paz -não sei mas algo em mim me fez sentir-me mal.

-Para com isso Alex, o menino só está confuso.

Eu me levanto do chão e me sento com raiva batendo violentamente as asas na parede.

-É o que você quer que eu faça?

-Você pode pensar mas em levar ele.

-Eu não posso! Nós não podemos!

-Existe uma lei lá dizendo que : nenhum ser humano pode entrar em Fantasy!

-Não, mas existe a barreira!

-Há alguma coisa escrita nela?

Ele se senta na minha frente com as pernas em posição de meditação.

-O nosso povo não vai gostar disso!

-Eles também não gostariam que você viesse aqui me salvar, mas você veio, por mim.

Respiro fundo.

-Faça isso por ele -ele encosta a sua boca na minha orelha e sussura- por mim.

Logo ele se afasta e me olha nos olhos, ansioso por uma resposta.

-Está bem -ouço gritos do outro lado da parede, logo Bread entra batendo as mãos nas mãos de Victor.

-Conseguimos!

-Eu não preciso ser humano para saber que isso é uma armadilha -digo rindo um pouco.

-Prometo me comportar -ele diz pulando de alegria.

Me deito de novo:

-É bom você dormir logo, partiremos antes do amanhecer.

Depois de longas horas esperando eles pararem de comemorar e gritar, o silêncio reinou. Victor entra no quarto com as tábuas do chão rangendo.

-Alex?

-Oi.

Ele se deita na minha frente grudando as asas ao corpo, sua silhueta parecia de um humano normal, tirando alguns pontos brilhantes.

Se nós evoluirmos os nossos poderes passando por mais duas fases, nós poderemos fazê-la desaparecer e aparecer quando quiser-mos.

-Quero te agradecer.

Eu o abraço.

-Podemos ter ele como nosso filho!

-Filho? -essa história já está me dando frio na barriga.

-Sim.

-Olha, Victor -encosto no ouvido dele para que ninguém ouça- Nós começamos a ter uma atração agora, não acha que está muito cedo para pensar nisso?

-Você quer que eu seja sincero?

-Quero!

-Não! Porque eu já quero ter a nossa família.

-Eu sei, mas..

-Vamos conversar disso depois -ele diz me beijando na bochecha.

-Tudo bem.

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