Lucas
A noite estava calma, diferentemente da delegacia que estava agitada devido aos últimos acontecimentos e o Johnny como sempre estava se sobrecarregando.
Parei por um momento observando a neve cair.
- Amanhã, levarei as baixinhas para fazer boneco de neve. – Falei baixo dando um leve sorriso.
O vento frio praticamente cortava meus ossos, esfreguei meus braços na tentativa em vão de afasta-lo. Desci a escadaria da estação de metrô, só pensava em chegar a casa e ver minhas filhas.
Duas mulheres saíram correndo do banheiro feminino. Uma veio em minha direção e me agarrou gritando histericamente.
- Por favor, ela está sangrando muito, tem tanto sangue. - Falava em meio às lágrimas.
- Eu irei ajuda-la. – Falei tentando acalma-la.
Fui em direção ao banheiro feminino, saquei a pistola do meu coldre e tentei abrir a porta, mas estava trancada. Consegui ouvir o barulho de vidro se quebrando e um gemido doloroso.Tentei arrombar a porta, mas ela não cedia, parecia que algo estava a travando por dentro.
- Me ajude aqui! – Gritei para um segurança que me olhava com os olhos espantados.
Estranhamente a porta vagarosamente se abriu.
O ranger dela se abrindo, parecia querer avisar o que me esperava lá dentro.
Havia uma mulher estendida no chão com os braços abertos, com profundos cortes nos pulsos, por onde se esvaiu uma grande quantidade de sangue. Em uma de suas mãos segurava firmemente um terço e na outra segurava o pedaço de espelho coberto de sangue.
Levei o dedo ao pescoço para checar o pulso e senti o calor lentamente deixar seu corpo. Seu rosto expressava toda dor e desespero que passou nos últimos momentos.
Senti um arrepio percorrer meu corpo e a luz começou a oscilar.
Olhei para o fundo do banheiro e vi o pentagrama invertido, tendo em seu centro o livro de couro velho, cercado pelas velas negras.
O cheiro do sangue impregnado no ambiente, junto daquela cena grotesca fez meu estômago revirar.
Ao olhar para o lado vi um nome escrito com sangue no espelho parcialmente quebrado, o sangue escorria e pingava na pia.
- Alastor. - li em voz alta.
Ao ler aquilo meu corpo estremeceu e senti como se alguém tivesse me observando. Olhei rapidamente para trás, não tinha nada.
- Preciso reportar imediatamente isso ao Johnny. - Falei encarando o espelho.
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Livro das almas
TerrorUma onda de suicídios assola Nova York. Johnny , recém promovido ao cargo de inspetor chefe, começa uma investigação que o fara questionar sua sanidade.
