Dia 1 de julho de 2018. 20:30 da noite
Serginho chega de seu trabalho cansado, com olhos ainda tristes, ele anda com suas pernas molengas até á sala, se deitando no sofá. Mas ainda não ouve sinal de Picotto, ele ainda não chegou em casa, normalmente chega as 19:10 da noite, antes de Serginho. Ele solta um suspiro, e tenta não lembrar daquele momento tão triste, mas mesma assim Serginho continua preocupado com Picotto.
- Hoje ele está diferente dos últimos dias, como pode ter esquecido do legalzinho, até nas coisas mais importantes que se atrasa, mesmo assim ele se lembra - pensa Serginho olhando para o teto.
Esse pensamento toma tanta conta dele que não percebe que Picotto ainda não chegou. Serginho vai a cozinha, fazer frango com cuscuz, pois nesse trabalho árduo, nada melhor que uma comida de pedreiro que ele respeita. Calmamente ele pega fuba no armário, de uma marca que ele ama, principalmente Picotto. Com suas mãos de pedreiro limpa ele amaça a fuba com muito amor, enquanto pensa em Picotto.
- Picotto, meu deus Cadê o Picotto?! - ele paralisa ao pensar, que já são 20:43, e ainda não ouviu nenhuma notícia de Picotto.
- Tá vendo fica pensando naquilo, e não percebe! - Serginho fala alto, colocando sua mão suja de fuba no cabelo.
Em minutos Picotto olha para Serginho com sua maleta nas mãos, sua roupa azul social, e seu cabelo bagunçado.
- Picotto, você tava aqui todo tempo?! - Serginho fala com um sorriso enorme e muito vergonhoso se virando para Picotto, colocando a mão na sintura.
- Seu cabelo, tá cheio de fuba... - Picotto fala apontando o para o cabelo de Serginho.
- Fuba no meu cabelo?,Hahah eu nem percebi! - Fala Serginho Sacudindo seu cabelo com a mão.
Picotto entra em casa e vai direto para seu quarto.
- Ainda tem... Picotto? - Mas que coisa triste. O que estava havendo com ele?!
Serginho desepcionado com Picotto volta a amaçar a Fuba. Serginho pega o frango da geladeira e coloca numa tabua de cortar carne, mas se lembrou que Picotto tinha esquecido de pegar a faca de volta da vizinha que tinha pedido emprestado.
- Picotto, a faca de cortar carne ainda tá com a vizinha! - Grita Serginho.
Logo Picotto sai de seu quarto muito desesperado até a cozinha, fazendo Serginho ficar com medo.
- Meu deus, ela viajou ontem e levou a faca junto! - Picotto fala sentando na mesa da cozinha.
- Ah não, sabia que aquela velha não era confiável! - Serginho fala se encostando na banacada da cozinha.
- Já sei a Faca de cortar pão, perfeito! - Picotto fala se levando rapidamente da cadeira.
- Mas é pra cortar pão...- Serginho amacia sua cabeça tentando ficar calmo.
Picotto vai até a gaveta ao lado da pancada que Serginho está encostado, e pega uma faca de cortar pão, que brilha a luz da sala, com seu cabo dourado.
- Aqui, ó perfeito! - Ele fala dando a faca de cortar pão para Serginho.
- É perfeito.
Sergio pega a faca de pão.
Ele corta uma pequena parte do frango.- Fucionou!
- é...
Picotto vai calmamente voltando para seu quarto, quando Serginho tenta cortar uma pequena parte do frango, mas a faca não é tão afiada.
- Eu detesto a minha vizinha...- pensou Serginho.
- Acho que só uma força a mais na faca...
Serginho força mais a faca, quando O frango deslisa da tábua de cortar frango , e na hora que ele iria cortar, não foi o frango que foi cortado, Serginho se cortou com a faca de pão, ele tinha botado tanta força que o frango deslisou e toda a força que tinha botado foi descontado no pulso dele. o sangue escorre pela pia e pelo frango, Serginho começa a gritar.
- PICOTTO, ME AJUDA EU ME CORTEI!! - Ele segura o pulso para não ver o sangue escorrendo.
Picotto ouve de longe o grito de Serginho e logo sai correndo para a cozinha , quando o vê sangrando com a faca de pão no chão com sangue na lamina e o frango no chão, ele fica desesperado.
- Calma serginho liga a torneira vou pegar gelo!
Serginho abre a torneira da pia deixando a água escorrer pelo machucado, e Picotto corre para a geladeira, e vê que não tem gelo.
- Mas que peste, eu sei onde vi um!
Picotto sai correndo para o quarto de Serginho- Espere que não seja o copo de gelo do meu quarto...- pensa Serginho jogando água no seu machucado.
Picotto pega um copo de plastico com cubos de gelos que está no armário do Serginho, e sai correndo, mas no meio do caminho para a cozinha, Picotto acaba escorregando no tapete fazendo um gelo cair em sua boca. Na verdade os cubos de gelos que Picotto tinha pagado, tinha escondido drogas que o Serginho escondeu, dentro dos gelos. Assim Picotto começa a se engasgar. Enquanto Serginho começa a pensar se realmente tinha escondido as drogas lá.
- Ou foi no arroz?... não, eita.
Picotto começa a se engasgar e se contorcer no chão, seus pés batiam no chão de madeira começando a fazer sons muito assustadores, seu olhos azuis começaram a ficar avermelhados, e seu rosto ficou roxo. Mesmo com todo barulho Serginho espera pacientemente pelo Picotto.
- Deve tá no armário escodido, eu acho que ele não achou, ainda...
O som de Picotto tentando respirar e suas unhas arranhando a madeira, não tirava Serginho de seus pensamento preocupantes.Quando se passa 2 minutos no máximo, os efeitos da droga que Serginho havia colocado nos gelos começou a fazer efeito, fazendo Picotto ver coisas.
Quando sua respiração acaba.
E As batidas no chão haviam parado.
Um silêncio tomou conta da casa.
Só havia o som da água cair da torneira da cozinha.