Rahmi Krishnan, um próspero empresário turco, comanda uma rede de hotéis na Turquia. Conhecido por sua natureza mulherenga e descompromissada, sua vida toma um rumo inesperado durante uma viagem de negócios ao Brasil. Nesse país exuberante, ele se d...
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Nathifa
Estou tão cansada de ver meu irmão triste por estar com uma noiva que ele detesta. Para falar a verdade eu também não gosto muito dessa tal de Belma. Ela nunca me fez nada de errado, mas sabe quando sentimos que uma pessoa finge ser quem não é a todo momento? Sei que ela é uma fingida e deve estar interessada no dinheiro do meu irmão.
Meu irmão era muito mais alegre, mas desde que ele voltou do Brasil está mudado e triste. Não aguento vê-lo assim tão triste. Rahmi nem saindo está mais. Antigamente ele saia todos os dias e aposto que era para ficar com aquelas vadias dele. Eu sei que Rahmi é um baita de um mulherengo e quem me fala isso é o Ahmed. Sei que o meu irmão é um gato, um pedacinho de mal caminho, como as minhas amigas falam.
Agora ele está pálido e emagrecendo, não sei o que está acontecendo com ele. Ainda tem esses remédios que ele vive tomando para dor de cabeça, enjoo e não sei lá mais o que. Notei também que ele não está comendo bem e estou muito preocupada com isso, afinal, não é normal todo dia passar mal.
Ele precisa ir urgente ao médico.
Nossos pais vivem no mundo da lua. Tudo o que eles falam é sobre essa Belma e só pensam e falam desse casamento. Eles simplesmente não enxergam que o filho deles não está bem e fico revoltada com isso. Rahmi não está bem de jeito nenhum.
Sinceramente ele precisa esquecer a mulher que entrou no seu sistema e o deixou apaixonado. Ele não falou nada para mim, mas disse para nosso amigo Ahmed que me contou que Rahmi nunca vai poder ficar com ela na vida e que ele não consegue esquecer por nem um segundo a sua Pérola Negra.
Na hora em que o Ahmed falou negra eu acabei soltando um xingamento. A tal mulher é negra ainda por cima. Não pensem mal de mim ,não tenho nada contra nenhuma cor de pele, mas meus pais sim e muito. Eles são preconceituosos com tudo e se for sobre a cultura então são doentes. Mas a nossa mãe, dona Yildiz, é osso duro de roer.
Coitado do meu irmão!
Nem se ele não tivesse uma noiva, nunca poderia ficar com essa mulher. Nossa mãe, só de ver uma mulher com a metade das pernas de fora já fala coisas horríveis, que essas mulheres são prostitutas, só porque mostram o corpo, mas na verdade elas só estão com os joelhos à mostra.
Para a cultura ocidental isso é se vestir decentemente, mas para a nossa é pecaminoso. Eu apenas uso um echarpe quando quero na cabeça o que deixa minha mãe possessa. É complicado, a nossa mãe, se ela pudesse, me obrigaria só a vestir aquelas roupas imensas e eu só viveria de burka, com a cabeça e rosto cobertos. Só que não sou mais aquela adolescente que fazia todas as vontade da mamãe e agora visto até calça jeans, o que faz dona Yildiz quase morrer.
Na cabeça dela só homem veste calça. Ah, pelo amor de Alá, estamos em uma época diferente e muita coisa mudou. Pelo menos eles entendem que uma mulher tem que ir para a universidade e não ser só uma dona de casa. Mesmo assim, meus pais queriam que eu fosse para a Universidade toda coberta.
