Faltava uma semana para a volta às aulas da faculdade. Sarah e eu fomos ao shopping em busca de roupas novas.
- Allie eu vou embora daqui a dois dias, mas antes, preciso conversar com Shelly para ela dar um jeito em você e nesse estranho, se preciso - quase não a ouvi, pois estava no trocador.
- Ah Sarah, não se preocupe, a faculdade é grande e eu provavelmente nem irei encontrar Andy - respondi, mas eu estava mais concentrada em tirar aquela calça apertada de mim.
- Allie, por favor não faça isso de novo.
- O que? Não estou fazendo nada
- Está sim e...
*Outra pessoa chegou e reconheci imediatamente pela voz*- Shelly! - falou Sarah alegremente
- Ora ora, se não é Sarah, a Escocesa
- O que está acontecendo aí meninas - perguntei, finalmente livrando- me da calça e saindo do provador.
- Eu chamei Shelly aqui para discutirmos assuntos sobre sua segurança, mocinha - disse Sarah levantando uma sobrancelha
- Eu desisto de vocês - disse eu indo
para o caixa pois sabia o quanto elas falariam mal de mim.
Depois de conversarem e das indiretas que elas contavam sobre "amigas problemáticas" eu disse:- Meninas eu realmente tenho que...- eu comecei, mas fui interrompida pelo telefone e o toque da Shakira
- Sério isso, Bareli? - disse Shelly e as duas riram da minha cara
- Me poupem - respondi atendendo o número desconhecido esperando ser engano, mas aí...
- Boa tarde, moça - disse uma voz familiar que reconheci sorrindo; ah cara, o que estava acontecendo comigo?
- Boa....- um breve pigarro - .... tarde moço do sinal
- Eu prefiro Andy, mas acho que é isso que eu ganho por chamá- la de moça - ele fez uma breve pausa - eu estou naquele banco do parque lembra? - claro que eu lembrava - Estava esperando encontrá-la aqui depois de todo esse tempo...
- Como conseguiu meu número? - eu interrompi e acrescentei : e só faz duas semanas desde o dia do parque
- Muitas perguntas então vamos lá, 1- Quando você fez o cadastro no Starbucks, não sei o motivo, você colocou seu número e, antes de eu me levantar, chamei John e peguei seu número, 2- Qualquer tempo longe da moça é uma eternidade
- Não se acha muito apressado? - respondi estranhando e franzido a testa - Sabemos pouca coisa um do outro e eu realmente não quero fazer isso de novo - lembrei do caso do metrô, era inacreditável o quanto aquilo estava acontecendo de novo- Tudo bem, mas pelo menos agora nós vamos nos conhecer melhor, já que estamos cursando a mesma faculade e, algumas aulas com os mesmos professores - ele respondeu esperançoso
Eu pensei internamente em "droga, que merda" e "ainda bem, estava esperando por isso" e "e se aquela piranha da Sr. Gazzel me visse com outro garoto e decidisse que também queria ele?" , afinal ela estava em boa forma para uma pessoa de 38 anos e ...- Acho que estou interrompendo outra linha de raciocínio sua? - respondeu ele, meio que perguntado
- Para falar a verdade sim
- Adoro sua meia sinceridade comigo
- Sim e, não saia daí, estou indo agora mesmo
Despedi-me das meninas sem muita cerimônia e fui correndo até o parque, ( como esse parque era perto de tudo e todos, ainda bem)
- Olá Alyssa - ele disse se levantando do banco azul
- Oi Andy - nós nos sentamos - O que o traz à este banco?
- Se você estiver com ciúmes do banco podemos nos encontrar em outro lugar
Pensei em "podemos nos encontrar" sugerindo que haveria mais um encontro totalmente estranho, mas normal para mim.
- Contanto que você não me deixe no vácuo para concluir essas linhas de raciocínio - respondeu ele me despertando de meus pensamentos
- Sim claro, eu passo muito tempo sozinha então quando eu estou com companhia não sei o que fazer e acabou me perdendo em pensamentos
- Mais um fato sobre Alyssa Andrews
- Pode me chamar de Allie - Não sei porque falei isso - Qual o seu apelido?
- Não se pode tirar muitos apelidos do nome Andy, então todos me chamam de, Andy
- Isso é realmente muito triste - pensei um pouco mas não me ocorreu nenhum nome
- Não se preocupe, você se acostuma
Conversamos como se nos conhecêssemos, sobre coisas idiotas ou sobre a faculdade.
- Por que você está começando a faculdade só agora? Indecisão? - perguntei
- Na verdade eu já cursava medicina em outra faculdade, mas tive que me mudar depois que meu pai sumiu - eu fiz uma cara de desentendida, arrependendo-me depois, aquilo foi insensível , mas ele continuou - É, até eu estranhei Allie, não se preocupe, continuando, eu tinha uma família ótima, éramos felizes, mas estávamos passando por uma dificuldade de dinheiro e meu pai havia contraído dívidas com gente perigosa, acho que foi por isso que ele fugiu e , eu e minha mãe também - eu fiz uma cara de pena, a mesma que todas aquelas pessoas da escola fizeram ao me ver entrar na escola depois de tudo que aconteceu. Mas que merda, não conseguia controlar minha expressões!
" Depois chegamos em Boston para pedir dinheiro aos familiares do meu pai, mas como eles nunca gostaram da minha mãe, bateram a porta na nossa cara. Estávamos sem teto, dinheiro e com fome. Nós dormimos em uma rodoviária e eu fiz alguns bicos até conseguir dinheiro para pagar a passagem de minha mãe e a minha. Chegamos em NY, eu arranjei um emprego, com aquele cara com quem você esbarrou no dia em que nos conhecemos - "Claro, como esqueceria?", pensei - temos onde morar e a saudade do meu pai já não é tanta, sorte que minha mãe e eu não nos deixamos abalar - gelei, pensei imediatamente nas doses de bebidas espalhadas pela minha antiga casa e rezei pra que ele não dissesse nada sobre pessoas fracas, porque eu defenderia me pai fielmente - realmente foi muita sorte - ele parou, eu sorri e lhe dei um abraço- Sinto muito Andy - disse eu por cima de seu ombro que estava apertando minha bochecha, fazendo minha voz sair engraçada
Conversamos água por mais um tempo e voltei para casa quando lembrei-me de Sarah.
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Antes Que Eu Esqueça
RomanceÉ bem comum encontrar quem tem tudo, materialmente falando, mas não possui amor. Também tem aqueles que com pouquinho, vivem plenamente e são amados. Mas será que Allie pode ter as duas coisas? Será que alguém pode ter isso? E se tudo que ela vives...