Capítulo 2

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Na manhã seguinte, Laura acordou atordoada e conseguiu a muito custo, arrastar seu corpo para fora da cama.

Sua ressaca não estava das piores, considerando o quanto ela havia bebido na noite anterior.

Floquinho apenas abriu um olho e a olhou como se sua dona estivesse louca, antes de voltar a dormir.

Laura apenas balançou a cabeça e cambaleou até a cozinha, precisava urgente de uma xícara com café bem amargo.

Ela tomou um longo banho, tentando relaxar e tirar todo o peso dos acontecimentos da noite anterior. Se vestiu às pressas, já que havia combinado com Carolina de abrir a loja naquele dia.

Na verdade, Laura imaginava que ela seria a única a abrir na manhã seguinte também, já que sua cunhada e melhor amiga estaria, provavelmente, ainda comemorando seu noivado.

Às nove e meia, ela jogou um beijo para Floquinho e saiu em disparada para o trabalho.

Uma hora mais tarde, a Recanto das Estrelas foi aberta e já estava cheia de clientes. Ela se sentia orgulhosa de ver seu negócio sendo um sucesso.

Quando Caroline entrou pela porta de trás um pouco antes das 11 horas, Laura ficou chocada com o aspecto de sua amiga.

Nitidamente, ficou claro que seu irmão mais velho a tinha mantido na cama a maior parte do dia, mas apesar dos olhos vermelhos, e o aspecto cansado, o semblante de felicidade e o sorriso largo não saia da cara de sua cunhada. Com bastante evidência, era óbvio que se manteve acordada a noite inteira, comemorando na festa particular dos dois.

Quando Laura brincou com ela sobre isso, Carol apenas corou e mudou logo de assunto.

Faltando trinta minutos para o meio-dia, a porta da frente da loja se abriu revelando um enorme buquê de flores. O arranjo era lindo, uma bela mistura de rosas, orquídeas exóticas tradicionais, até mesmo algumas flores que Laura nunca tinha visto antes. Porra, mas seu irmão tinha bom gosto, ela pensou.

O entregador se aproximou dela.

- Oi, você é Laura Vasconcelos? – Sem palavras, ela concordou.

Ele sorriu e lhe entregou o vaso incrivelmente pesado.

-Entrega para você.

-Obrigada. - disse ela, com a voz entrecortada.

Laura pôs o buquê no balcão de pagamento. Ela tinha um mau pressentimento quanto a quem lhe enviou aquelas belíssimas flores.

Depois que ela tirou o cartão que estava escondido em meio as pétalas, suas suspeitas se provaram corretas.

Almoço ao meio-dia.
Hector.

Laura sentiu aquele formigamento característico e seu coração martelar. Ela mordeu o lábio, na tentativa de segurar os palavrões que queriam pular de sua boca.

Que merda ele estava querendo com tudo isso? Se questionava.

Depois de anos separados, ele a beijava, em seguida com um gesto romântico lhe enviava flores e ainda convidava para um encontro? Bem... convidar, convidar não era o caso aqui, estava mais para uma ordem.

Carol olhou por cima de seu ombro, tentando descobrir o remetente das lindas flores. Ao ver quem foi autor do gesto, arregalou os olhos incrédula.

- Hector? Como Hector Matarazzo, também conhecido como o Anticristo? Diabos o que foi que eu perdi? - Indagou não entendendo nada.

Laura suspirou profundamente.

- Sim.

-Por que exatamente ele está lhe enviando flores? – Indagou curiosa.

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