Capítulo 8

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Laura continuou a tentar trabalhar durante o restante daquele dia, mais seus pensamentos não saiam de Hector. Ela não queria deixar brotar aquela esperança em seu coração, tinha medo de deixa-lo entrar novamente e ser destruída durante o percurso.

No fundo ela não poderia enganar a si mesma, dizendo que não o amava mais. Ela ainda sentia, por isso a mágoa também ainda estava lá. E por mais que ela quisesse se entregar ao momento, e pensar que eles realmente poderiam estar iniciando algo especial, era difícil pra ela se entregar de olhos fechados.

Ele já a deixou uma vez, o que o impediria de agir da mesma forma novamente? Ele alegou que naquele período ela aparentava não sentir ou ter sido afetada com o termino do relacionamento... ela realmente soube disfarçar bem. Quem visse de fora realmente chegaria a essa conclusão, mas ninguém tinha ideia de quantas noites ela chorou até dormir ou nem chegou de fato a dormir. Ele não sabia nada sobre a dor que tinha vivido em seu peito por meses a fio, até que ela se obrigou a juntar os cacos que sobraram de seu coração e começou a sair e ter relacionamentos com outros homens.

Hector e ninguém sabia sobre como ela chorou no dia seguinte, após ter tido relações sexuais com outro homem pela primeira vez, após o término. Ele não tinha sido o primeiro dela, mas era o primeiro a quem ela se entregou por amor e havia sido especial.

Ela passou um tempo para iniciar e se deixar levar, e quando se permitiu o suficiente para fazer amor com outra pessoa, ela não esperava se sentir tão diferente, tão estranha. O homem tinha sido doce e muito bom, o problema estava nela. Ela não conseguia se conectar, e foi uma pena. Adam era lindo, atencioso e gostava de fato dela. Infelizmente eles se separaram logo depois.

Laura esfregou as mãos sobre o rosto frustrada. Mesmo que Hector quisesse começar de novo, ela não tinha certeza se podia ou queria. Havia tanta história entre eles. E muita dor pelo percurso.

Resignada, ela voltou a averiguar os relatórios e ainda tinha que dar os últimos retoques nos esboços e ela precisava se concentrar nos detalhes. A costureira estava esperando encontrar com ela no final daquela tarde para dar-lhe os projetos, escolher tecidos, e passar as medições. Laura não tinha tempo livre para meditar.

Tentou se concentrar e conseguiu terminar seu trabalho, participar da reunião e quase definir os últimos retorques no vestido de princesa de sua cunhada.

Esticou suas costas, organizou sua mesa e pegou sua bolsa já pronta pra sair. Então com toda a coragem existente nela, saiu do escritório e se dirigiu até frente da loja.

– Eu já estou indo, Carol. – disse a sua sócia.

Carol a olhou por um segundo. – Vejo você amanhã. – Ela caminhou até Laura e lhe deu um abraço rápido. – Tudo vai ficar bem, querida. Você vai ver.

Laura apenas balançou a cabeça. – Eu sei. Nós conversamos depois. – disse ela antes de entrar em seu carro.

Algumas horas depois, ela estacionou em sua garagem. Ela olhou o veículo estacionado em frente de sua casa.

Aparentemente, Hector não estava brincando sobre a vinda dele em sua casa. Ele chegou antes das seis constatou. Cansada e irritada, ela pegou sua bolsa e saiu do carro. Entrou pela porta lateral da cozinha e parou assim que o viu parado em frente ao fogão, obviamente cozinhando. Seu estomago se contorceu em felicidade. Mas não poderia negar que o cheiro realmente estava bom.

Ela apenas olhou para ele. – O que você está fazendo?

Ele terminou o que estava mexendo na panela, e colocou a colher ao lado na pia. Laura tentou não fazer uma careta explicita com a bagunça que viu ao redor. Hector sorriu enquanto limpava as mãos em uma toalha e caminhou em sua direção.

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