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[ ... ] - Hazza? - Ouço a voz do outro lado da linha sem entender direito o que havia dito e tento raciocinar para descobrir quem é, não poderia estar certo, eu estava morrendo de sono, mal sabia o que estava acontecendo e não tinha entendido o que a pessoa havia dito, quem era afinal? balanço a cabeça na tentativa de acordar e prestar atenção, penso em desligar mas agora a voz se faz presente mais uma vez, e consigo ouvir claramente o que é dito. - Hazza?? - Quem me chama de Hazza e eu não tenho o número salvo? Essa voz...o que está acontecendo? Eu estou confuso, não consigo dizer nada, me sinto perdido. - Pode repetir novamente? - Eu preciso de uma confirmação de que não estou tendo alucinações ou algo do tipo. - Hazza! - A voz agora é meio impaciente e eu só posso estar sonhando, me levanto da cama colocando uma das mãos nos meus cachos abrindo os olhos sem saber o que fazer OH MEU DEUS não pode ser. - B-BOO BEAR?
                                ...
Acordo de forma brusca, confuso, levantando meu tronco com rapidez procurando meu celular por toda parte, revirando os lençóis e travesseiros totalmente perdido.

- N-não. - Digo desacreditado tentando entender o que estava acontecendo. - Não foi apenas um sonho, NÃO FOI APENAS UM SONHO, ELE FALOU COMIGO, LOUIS FALOU COMIGO. - Falo em um tom de desespero sentindo meu corpo todo doer e meu coração se apertar no peito enquanto repetia "não" diversas vezes não aceitando de forma alguma que foi um sonho.

- Foi tão real, não! não! não! NÃO! - Me exalto sentindo as lágrimas escorrerem sem parar por meu rosto e começo a jogar qualquer coisa que encontro no chão, nas paredes, soluços, gritos, lágrimas e coisas se quebrando sem parar.

- Volta pra mim, Louis, por favor, VOLTE PARA MIM. - Soco a parede com todas as minhas forças sem parar sentindo meus dedos queimarem como o inferno e vejo os mesmo ficarem roxos aos poucos sem me importar com essa dor, uma dor minúscula, que não se compara a dor que sinto por dentro.

Continuo socando a parede tentando de alguma forma fazer com que a dor pare, como se aquilo fizesse meu Louis voltar e  que toda a dor fosse embora.

- FILHO! Onde você está, Harry? O que está acontecendo? - Minha mãe entra em total desespero no meu quarto assustada tentando entender o que acontecia.

- Ele não vai voltar, mãe, ele não vai voltar. - Digo com dificuldade, respirando pesadamente, soluçando sem parar e sinto seus braços por trás me puxarem para perto de seu corpo fazendo com que eu me debata tentando continuar a socar a parede, eu não queria machucá-la, mas seu aperto é insistente, e no final acabo cedendo.

Meu corpo cai devagar até o chão enquanto soluço e grito sem parar, minha mão sangrando, meu peito doendo, um nó enorme em minha garganta, uma dor indescritível, como se meu mundo estivesse desmoronado.

- Shhhhh, está tudo bem, está tudo bem, meu amor, eu estou aqui, eu estou aqui. - Ela tenta me acalmar com um tom de desespero e voz embargada por provavelmente estar segurando o choro, mas não deixando de me apertar com força.

- Eu não aguento mãe, eu preciso dele, eu não consigo mais, eu quero o meu garoto de volta. - Sussurro sentindo meu corpo pesar, milhões de pensamentos, um misto horrível de  sentimentos, uma dor que consumia cada átomo do meu corpo, como se eu fosse morrer a qualquer momento.

Eu não consigo fazer isso sem ele, eu preciso dele, eu só preciso do meu garoto, eu só preciso dele.

- Ele vai voltar, filho, ele te ama, ele está aqui! - Ela diz colocando uma de suas mãos em meu peito no lado esquerdo ouvindo meu coração em disparada. - Ele sempre vai estar com você, ele está no seu coração, ele nunca vai te abandonar, nunca. Ele vai voltar para você, eu sei que vai, por favor, filho, você precisa aguentar, vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. - Ela diz com a voz trêmula claramente tentando me convencer e a si mesma também de que esse sofrimento teria fim.

- E-e se ele não voltar? - Pergunto sentindo minha cabeça doer como nunca antes enquanto me aperto mais em seu abraço desejando que toda essa dor fosse embora.

- Ele vai, ele vai... - Diz novamente como se precisasse dizer isso para que fosse mesmo algo real, para que tudo isso realmente se realizasse. - Ele está descansando um pouco, ele precisa disso, ele vai voltar para você, filho, você não pode perder a esperança, ele é seu garoto. - Fala de forma acolhedora acariciando meus cachos.

Respiro fundo me sentindo mais calmo tentando afastar qualquer pensamento contrário que insistia em permanecer em minha cabeça de que ele nunca mais voltaria.

- Você quer que eu fique aqui mais um pouco? - Ela pergunta me virando para olhá-la ainda me abraçando e logo seus olhos param em minha mão, seus olhos se enchem de lágrima e sua expressão é dolorosa. - Vamos cuidar disso, sim? Você não pode se machucar, meu amor, não faça isso, por favor. - Levanta rapidamente e logo voltando com uma caixinha de primeiros socorros em mãos.

- M-mãe. não precisa disso, isso não é nada. - Digo mais calmo sentindo minha cabeça explodir de dor, minha mão doer de forma imaginável e em volta de meus olhos arderem depois de todas as lágrimas que passaram por ali.

- Eu vou cuidar de você, isso é sim algo, não faça mais isso, por favor. - Ela pede olhando em meus olhos e pega alguns lenços que estavam na caixa limpando o sangue seco em meus dedos com cuidado enquanto faço uma careta de dor.

Depois de ter feito um curativo em minha mão, já mais calmo, vou até o andar debaixo com Anne, vendo que provavelmente Gemma havia saído.

- Obrigado por tudo, me desculpe por isso. - Digo pegando meu buquê arrumando o mesmo. - Eu acho melhor ir agora, obrigado mesmo mãe, juro que venho te visitar mais vezes agora, eu te amo muito, se cuidem, manda um beijo pra clara. - Rio fraco e ela balança a cabeça sorrindo também, depois com uma expressão mais fechada, fazendo um bico insistindo para que eu ficasse.

- Desculpe, mãe, eu preciso mesmo ir. - Digo fazendo bico também a abraçando com força beijando sua testa, arrumando o buquê em minhas mãos.

Saio de casa acenando e começo a caminhar, não morava tão longe do hospital, então em poucos minutos estaria lá.

[ ... ]

Entro no quarto fechando a porta, não vou mentir, eu ainda tinha um pouco de esperança de chegar e ver aquela cama vazia, mas quando direciono meu olhar para a mesma, tudo está como sempre, meu menino está do mesmo jeito, descansando, não sabendo nem da metade do que estou sofrendo sem poder ver seu lindo sorriso.

- Boa tarde, meu garoto. - Digo e não consigo me controlar o abraçando, tomando cuidado para não machuca-lo, mas o suficiente para ouvir seu coração batendo, devagar, mas ele ainda estava ali, seu corpo ainda estava quente, suas bochechas não estavam coradas como sempre mas eu posso sentir sua presença, ele está comigo, eu sei que está, eu só queria poder ver seus olhos azuis novamente, o azul mais profundo que o azul do mar.

Me afasto devagar suspirando sentindo um nó em minha garganta novamente, na tentativa de controlar o choro.

- Por favor... - Digo olhando com atenção para seu rosto enquanto seguro uma de suas mãos colocando o buquê em cima da cama perto de seu braço. - Não me esqueças. - Termino beijando sua testa lentamente com os olhos fechados.

xx

oioi meus amores, então, o que estão achando da história? alguma teoria sobre o lou? contem tudo pra tia, críticas, opniões, tudo, espero que estejam gostando, não sumam não hein, amo vcs .

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2018 ⏰

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You give me hope every day ❃ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora