Bella
2 Anos depois
Minhas malas estavam prontas, meu pai estava me aguardando para irmos ao aeroporto, era estranho sair de onde nasci e mudar de país era mais assustador ainda. Vivi minha infância toda em Paris e me mudar para uma cidade no interior dos Estados Unidos não estava em meus planos.
Levei minhas malas para o carro e encontrei meu pai encostado na porta, haviam demitido ele e até o chamaram de louco, meu pai era um grande cientista mas não era reconhecido.
- Pronta para começar uma nova vida? - meu pai notou meu olhar de tristeza, não queria partir, olhei para todos os detalhes da fachada de nossa casa e me virei para ele.
- Estou sim papai - sorri de lado para passar a impressão de que estava confiante dessa nova vida, coisa que não era exatamente verdade. Sempre fui uma garota tímida, sempre preferi meus livros do que sair para festas ou noites de bebedeira, por conta disso todos me achavam estranha.
Menos o Gabriel, bonito, inteligente, ótimo nos esportes, mas uma pessoa super esnobe e vaidosa. Vive no meu pé desde quando estudávamos, me convidando para encontros e eu sempre negava. As garotas pensam que eu me acho superior então sempre fui sozinha e na minha.
•🌹•
Chegando no aeroporto, fizemos tudo nos conformes, o check-in, despachamos as malas e logo estávamos no embarque.
Ao entrar no avião fico surpresa ao ver que Gabriel estava lá, e agora? Queria me esconder, se ele me visse não teria sossêgo.
Peguei o meu livro e percebo que Gabriel notou minha presença, merda, fiz a egípcia fingindo que não o vi. Senti cutucadas no meu braço, olhei para o lado e quis que o avião caísse na hora.
- Olá Bella, que coincidência te ver aqui não?
- Oi - passo um, seja seca.
- Parece que está em um mal dia, o que acha da minha companhia para melhora-lo? - você só vai piorar, pensei.
- Não se incomode com isso, você poderá ficar no seu lugarzinho e não incomodar minha leitura - passo dois, dispense-o.
- Realmente está em um dia ruim, eu também ficaria se fosse embora de onde morei a vida toda.
Que cara irritante, tem nada para fazer? Sei lá, jogar, ouvir uma música. Comecei a ignorar, esse era o passo três e nunca falhava. E não foi diferente das outras vezes, ele retornou ao seu lugar e eu pude ler meu livro em paz.
- Gabriel te tirando do sério de novo filha? - Meu pai se sentou ao meu lado.
- Ele mesmo, queria saber o que ele faz aqui no mesmo vôo, será que é perseguição?
- Acho que ele não chegaria a esse ponto filha. - ele se ajeita na poltrona e olha para mim - Bella, eu quero me desculpar por você ter que passar por isso, sair de onde nasceu, cresceu e se tornou esse mulher linda e tão parecida com sua mãe. - ele sorriu de lado e eu só o abracei.
- Somos uma família papai, não precisa se desculpar, as pessoas não entendem o quão genial o senhor é. - notei que seu sorriso se alargou um pouco e aquilo me fez sorrir.
•🌹•
Algumas horas depois chegamos em nosso destino, Star Wood, uma cidadezinha, igual aquelas de filmes.
Quando meu pai parou na frente da casa que estava precisando de pintura e o jardim de cuidados, mas nada que eu não possa dar um jeito.Entrei na casa e coloquei minhas malas no meu quarto, havia uma prateleira perfeita para meus livros, uma cama de casal, uma pequena escrivaninha e um armário, era um quarto simples, do jeito que gosto.
Fui conhecer os outros cômodos da casa, pois só havia visto por fotos e pelo jeito estavam bem desatualizadas, haviam alguns focos de infiltração e algumas rachaduras nas paredes, mas nada que meu pai não poderia dar um jeito.
- Então? O que achou? - disse meu pai se aproximando.
- A casa é bonita, mas notei que tem infiltração e algumas rachaduras, mas nada complicado de se arrumar.
- Bom, então já vou providenciar o que devo fazer para arrumar tudo.
- Depois papai, vamos descansar, afinal a viagem foi longa, deixe que eu limpo pelo menos a cozinha para preparar algo para comer.
- Se eu for descansar você também vai, que tal conhecer a cidade e comer fora?
- Pode ser, só vou pegar minha bolsa - fui para o meu quarto e peguei minha bolsa que estava dentro de uma das malas. Voltei para a sala e meu pai e eu, fomos andar pela cidade.
O ar da cidade era diferente, mais calmo, a vista era bonita, apesar que me fará falta poder acordar e ver a Torre Eiffel todos os dias. O céu limpo e azul, meu pai e eu acabamos passando por um parquinho e crianças brincavam sorridentes.
Não demorou muito e avistamos uma lanchonete, ao entrar todos os olhares se voltaram para meu pai e eu, será que eu tinha algo no meu cabelo? Quando nos sentamos uma garçonete veio nos atender.
- Olá, no que posso ajudar?
- Vocês tem croissant? - perguntei a moça que sorria simpática.
- Infelizmente não, mas posso sugerir a especialidade do nosso chefe, panquecas e waffles.
- Eu gostaria - sorri para a moça, que anotou meu pedido - um suco de laranja também, por favor.
- Eu gostaria de... - meu pai no instante em que viu a moça engasgou e ficou completamente vermelho, fazendo com que a simpática garçonete sorrisse.
- Ele quer o mesmo moça - ela anota tudo e leva nossos pedidos, não demorou muito e ela veio trazer as panquecas e waffles, o cheiro era ótimo e a aparência também.
- Muito obrigada...
- Mary, me chame de Mary - ela mantém seu sorriso simpático - vocês são franceses não?
- Somos - meu pai disse abobalhado, segurei para não rir da cara dele, só faltou saltar corações dos seus olhos claros.
- Gosto muito do sotaque francês e caso queiram conhecer melhor a cidade - ela sorri para o meu pai e anota algo em seu bloquinho - é só me ligar - ela direciona uma piscadela para meu pai e volta a atender os outros clientes.
Olho para meu pai com um sorrizinho, ele fala para que eu deixe de ser besta e comemos os waffles, estavam divinos, um sabor diferente do meu café habitual.
Depois de dar uma volta pela cidade, voltamos para casa a final teriamos um grande trabalho arrumando-a.
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A Bela e a Fera - Série Contos Modernos
RomanceIsabella L'amour é uma jovem, amante da literatura que vive com o pai na capital da França. Com o dinheiro que guardaram por meses decidiram se mudar, indo para uma cidade do interior dos EUA, para que ajudasse com as despesas ela aceita trabalhar c...