Apresentações

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O raio de sol que atravessava a janela batia diretamente no meu rosto, a primeira coisa que senti foi raiva, raiva de ter deixado as longas cortinas acinzentadas abertas.

Retiro as grossas cobertas azuis de cima do meu corpo, revelando a minha camisola cinza que vai até o joelho. Me levanto da cama e coloco os meus pés no chão frio de madeira, fico sentada e me olho no espelho: os meus longos cabelos loiros estavam totalmente bagunçados, graças ao meu sono pesado; meu rosto estava levemente amassado, por causa do duro travesseiro que eu tenho para dormir nesse orfanato.

Me levanto da cama e dou um passo até chegar na minha escrivaninha, onde eu guardo o meu diário. Pego-o e sento novamente na minha cama. Para uma adolescente de 14 anos, eu ainda sou bem infantil, quem tem um diário com 14 anos?

Mas eu não posso fazer nada, fui criada sozinha, mesmo morando em um orfanato. Mas claro que eu tenho uma explicação lógica: com apenas 1 ano de vida eu já apresentei magia, e não foi uma experiência tão boa. Eu sem querer coloquei fogo na cama da uma garota que me irritava muito... E esse é o final da minha longa história.
E é por isso também que eu tenho um quarto só meu.

Mas o meu quarto não é igual aos outros. Meu quarto é um sótão empoeirado, que eu mesma coloquei uma cama e umas cortinas velhas que eu encontrei ali. Passei dias limpando e arrumando o local, mas valeu a pena. Me desculpe, mas eu não sou muito de fazer amizades.

Minha relação com a diretora não é das melhores... Eu diria que é razoável. Ela nunca fez nada de mal para mim e vice-versa.

Abro os meu diário e logo uma foto cai. A foto do meu irmão. Ela foi tirada ano passado, mas eu não faço ideia de como ou quem a tirou.

Nós somos completamente diferentes, tanto na aparência física como na intelectual. Mas quem liga? Nós somos irmãos!

Fico analisando a foto dele, enquanto lembro que hoje é o meu aniversário de 14 anos, eu sei que antes eu tinha dito que já tinha 14 anos, mas... Eu ainda tenho 13. Para falar a verdade, eu não sei exatamente que horas eu nasci.

Coloco novamente a foto dele no diário e saio da cama, me dirigindo ao pequeno banheiro que eu tinha ali. O meu banheiro é velho e extremamente pequeno, esse é um banheiro que já estava desativado a anos, mas como eu sou muito teimosa, ativei ele novamente.

Me encaro no espelho, os meus olhos verdes ganham brilho, um brilho que eu não tinha mais. Logo eu estaria em Hogwarts pela primeira vez. Falando assim até parece que eu vou hoje mesmo, mas só vou daqui a alguns dias.

Tiro a minha roupa e vou até o chuveiro, o ligando. A água quente deslizava lentamente na minha pele extremamente branca. No ralo não escorria só água, mas como também todo o meu sofrimento desses anos aqui no orfanato. Eram raras as vezes que eu sorria, normalmente eu sorria quando estava sozinha, escrevendo no meu diário.

Como eu fiquei órfã? Eu não sou órfã. Bom, a minha história é longa... E engraçada. Mentira, não tem um pingo de graça na história. Na verdade, eu não consigo entender o final disso tudo.

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A MarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora