O Pesadelo

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Olá, meu nome é Steven Johnson, tenho 17 anos e moro em San Diego. Estou aqui para contar a minha história e a meu ver ela não é nada bonita ou feliz. Está avisado. Tudo começou no dia quatro de abril, faltavam dez dias para o meu aniversário. O meu dia havia sido normal, fui para a escola como faço todos os dias, defendi o meu amigo de alguns valentões, depois da aula fui para o treino de Hapkido e depois voltei para casa. Tomei banho, jantei com a minha família e fui para a cama. Fiquei mexendo no meu celular até cair no sono. Bom, eu não queria ter ido dormir naquela noite.

Acordei em uma sala estranha, tonto, confuso e meio assustado. A sala estava escura, a única fonte de luz que havia era a de uma janela. Levantei-me com esforço e fiquei de pé, comecei a analisar o cômodo, parecia uma sala de espera. Havia cadeiras que pareciam ser confortáveis, uma mesa com várias revistas em cima, quadros bem bonitos expostos na parede. Dirigi-me até a janela e me surpreendi, dava para ver tudo! As luzes da cidade, os carros em movimento e a Torre Eiffel. Isso só podia ser um sonho, mas é um dos meus melhores sonhos até agora. Olhei para cima e notei que estava de noite.

– Incrível! – Disse impressionado com a vista da cidade.

Afastei-me da janela e me virei para trás, fui até uma porta que havia a minha frente, pousei a minha mão sobre a maçaneta e senti um arrepio correr pelo meu corpo.

Mas o que foi isso?

Giro a maçaneta com um pouco de receio e abro a porta. Havia um corredor muito sinistro logo atrás dela, ele estaria completamente escuro se não fosse por uma fraca luz que vinha de uma porta dourada, que estava semiaberta. Fiquei me perguntando o que havia atrás daquela porta. A minha morte? Ou a minha salvação?

Tomo coragem para começar a andar em direção a porta. A cada passo que eu dava, sentia uma forte vontade de me suicidar... Era como se uma energia forte e ruim estivesse saindo daquela porta. Meus sentidos diziam para recuar. Ficar o mais longe possível. Mas alguma coisa me dizia para continuar andando. E eu obedeci.

O corredor era meio longo, mas eu já estava chegando ao fim dele. E quanto mais perto eu chegava da porta, mais era audível o som de conversas e risadas. Minhas mãos não paravam de tremer, eu não sabia o que estava acontecendo! Até que a presença some e sinto todo o meu corpo ficar relaxado. Solto um suspiro de alivio e me aproximo do fim do corredor, bem mais confiante agora. Chego até a porta e a empurro, a claridade vem nos meus olhos e desvio o rosto por um momento, enquanto me acostumava com a claridade da sala. Esfrego os olhos e os abro. Quando volto a enxergar normalmente, vejo um homem de uniforme militar apontando uma arma para uma mulher idosa. Ela usava um vestido azul, longo, tinha cabelos longos e usava saltos. Quando eu ia dizer alguma coisa para tentar impedir ele, o homem puxa o gatilho. O sangue da mulher suja a parede verde da sala e seu corpo cai no chão.

Sinto como se o meu estômago estivesse se revirando. Sinto uma forte vontade de vomitar. Coloco uma mão na frente da boca e a outra na barriga. Aquilo era um sonho, não é? Tinha que ser. Mas então... Porque eu estou assim? A ponto de vomitar. Essa sensação e tão... Real.

O homem trava a arma e a coloca no coldre, ele olha para mim e se assusta. Era como se ele tivesse acabado de ver uma assombração.

– Mas o quê?! – Diz ele surpreso, e depois olha para a direita. – O que ele está fazendo aqui, Kin?

Acompanho o olhar dele, havia uma longa mesa prateada a minha direita. A mesa estava coberta de dinheiro, armas, facas, comidas, bebidas, copos e pacotes que eu julguei serem de drogas. Quando o homem terminou de falar, as conversas e risadas pararam e todos olharam para mim. Olhei para o homem e ele me fuzilava com um olhar de ódio, como se fosse me dilacerar. Ele deveria ter no mínimo uns quarenta anos, tinha olhos e cabelos castanhos, era branco e possuía algumas cicatrizes no rosto, pescoço e mãos. Ele parecia ser o tipo de pessoa que não tem muitos amigos.

Ascensão Dos AntigosOnde histórias criam vida. Descubra agora