Capítulo 2

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O amor é maior que tudo

Do que todos, até a dor

Se vai quando o olhar é natural

Tiago Iorc - Dia Especial

***

Louise Musk

— LORENNNNNNNAAA? — Esbravejava aos quatros cantos do mundo, após ouvir tiros, tiros e mais tiros.

Tudo que ela mais queria era a paz de espírito da amiga. Lorenna não a ouvia, agia impulsivamente e isso a enlouquecia, pois sabia o quanto uma vingança era capaz de cegar o ser humano.

Louise nunca quis fazer amizades no departamento de polícia, não que ela fosse anti-social, mas acreditava que para ser amigo de verdade requer tempo, dedicação, conselhos, brigas, reconciliações e tudo o que um bom relacionamento exige. Bom, isso ela tinha com a Lorenna. O resto dos policiais eram apenas colegas de trabalho e alguns apenas diversão.

Ela ainda se recorda de quando uma morena de cabelos escuros, olhos castanho intensos, baixinha, porém cheia de determinação chamada Lorenna Howard entrou pela primeira vez no departamento. Tão confiante que dava de dez a zero em qualquer "Zé ruela" classificado como policial.

Nos exercícios, treinamentos de tiros e em qualquer outra coisa que eles eram obrigados a fazer Lorenna se sobressaia.

Todos diziam que ela queria chamar a atenção do pai, mas algo dentro de Louise dizia que eles estavam enganados. Naqueles olhos castanhos existiam tristeza, solidão, dor. Todos sabiam da história fatídica sobre a família Howard, mas ninguém comentava, era evidente que o delegado ao passar dos anos não suportara a dor da perda.

— LORENNNNNNNAAA? — Ela não sabia o que mais fazer. Estava desesperada. Foi nesse momento que ela teve uma ideia.

Correu em direção a delegacia, precisava conversar com o delegado e com o policial John, precisava encontrar Lorenna e eles ajudariam.

— Judith, o que delegado já chegou? — Perguntou para a senhora que auxiliava o senhor Howard.

— Bom dia para você também, Louise. Mãe para você e não Judith. — Louise apenas revirou os olhos respirando fundo já sem paciência.

— Não tenho tempo para isso. Ele chegou ou não? — Estava com pressa e essa tal atitude da senhora em sua frente não estava ajudando.

— Lorenna está metida em alguma confusão, não é mesmo? — Abaixou os óculos para olhar a filha. - Sim, ele já chegou.

— Obrigada, secretária. — Não esperou a resposta.

— Delegado, preciso conversar com senhor. — Disse já entrando na sala depois de ter dado três batidas na porta.

— Qual a confusão da vez a Lorenna se meteu? — O delegado continuou com a cara enfiada nos papéis.

— Preciso que chame o John. Assim explico tudo de uma só vez. — Após ela ter terminado a frase ele olhou para a moça em sua frente e pôde notar sua preocupação e ansiedade.

— Judith, chame o John com urgência. Eu sei que está ouvindo atrás da porta. — Judith abriu a porta pálida, pois ela jurava que ninguém sabia que fazia isso.

— Delegado Howard, apenas ia perguntar se queriam algo como: água, café ou algo do gênero.

— Pela sua palidez era isso mesmo. — Howard respondeu. — Chame o John com urgência. ­ — Assentiu fechando e foi procurar o John.

Enquanto aguardava o John o senhor Howard pediu para que Louise se sentasse, foi ao mesmo tempo que o John entrou.

— Delegado, queria falar comigo? — Perguntou o homem já entrando.

— Sim, por favor. — Apontou para a cadeira ao lado da policial Musk. - O que aconteceu, Louise?

Louise começou a narrar desde a ligação da amiga até o momento que ouviu os tiros. O delegado se levantou e começou a caminhar de um lado para outro impaciente.

— Como uma pessoa consegue ser tão imprudente com a própria vida? — Suspirou cansado. — Policial John, rastreie a ligação através do celular da policial Musk. Você fez bem Musk em não encerrar a chamada e eu vou preparar cinco viaturas para ir conosco. Temos que ser rápidos.

Após conseguirem a localização não demoraram a chegar no endereço onde Lorenna tentou esconder de Louise.

A encontraram desacordada e baleada, além do braço e do abdômen havia mais dois tiros na perna. Verificaram a pulsação da Lorenna, apesar de fraca dava para sentir que ainda estava viva. O carro estava detonado.

O delegado agachou-se para poder abraçar o corpo da filha, mesmo ensanguentada a abraçou fortemente, foi quando as lágrimas.

Louise fez o mesmo que o policial, se agachou chorando desacreditando.

O restante apesar de assustados realizaram uma ronda no perímetro a procura de pistas.

Depois de não terem encontrado nada o senhor Howard dispensou o pessoal.

— Volte para a delegacia. Podem precisar de vocês. A senhorita também. — Comunicou ainda abraçado a filha.

— Vou aguardar com o senhor. Não sairei daqui por nada. — Comunicou a policial Musk ainda agachada e com os olhos inchados.

A ambulância não demorou a chegar no local.

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