Capítulo 13

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Já se passaram muitos dias, nem sempre a garota está por perto, nem sempre eu como alguma coisa, é tudo muito esquisito aqui. Tem dias que parece ter uma festa acontecendo na casa. Acho que esse quarto fica no subsolo, é tudo muito escuro as vezes. Ou será que eu estou ficando maluca porque não comi nada desde ontem? As vezes a televisão liga sozinha e eu vejo meus pais, outras vezes, uma luz se acende e me sinto observada. É tudo tão esquisito.

Hoje mais cedo, houve uma gritaria, algumas coisas foram quebradas, bom, eu acho que foram, o barulho era horrível. Já não estou em um quarto confortável, a cama é menor e o colchão nem parece existir. Tem sempre algo acontecendo de diferente. As vezes esse quarto fica muito quente, e não sei como vim parar aqui.

Queria tanto que meu amor viesse me buscar. Sinto tanta fome e sede. Porém, dói menos do que sentir saudade.

- Será que você está me procurando meu amor? Se estiver, não demore. - falo sozinha sempre que posso, assim sempre e sem dizer nomes, não quero que Jobert descubra sobre o Eros, eu prefiro que ele ainda pense que sou casada com a Moni. Sinto muito sono desde que fiquei trancada nesse novo quarto, acho  que é pela pouca iluminação, parece ser sempre noite e eu apenas durmo, assim não sinto tanta sede ou fome.

Me deixo levar pelo silêncio e durmo mais um pouco. No meio do sonho sinto ele me abraçando e dizendo que me ama, e é nisso que me seguro para enfrentar tudo o que ainda possa acontecer  de ruim.

Quando me acordo, já não está tão escuro, e nem tão quente como quando as luzes ficavam acesas. Ouço barulhos como pequenos bips, olho com um pouco mais de firmeza e vejo a Monique comigo, me abraçando, voltei pra casa? Não consigo conter as emoções e choro de soluçar, ela então acorda e me abraça forte e com carinho.

- Está tudo bem agora Duda! Você está praticamente em casa. Fica quietinha, vou acordar o Eros e chamar um médico. - apenas concordo, não preciso temer mais nada. Ela sai da cama e não demora muito para que uma mulher apareça, deve ser uma médica ou enfermeira.

- Bom dia Eduarda! Como você se sente? Monique você deu água pra ela?

- Não doutora, fui chamar a senhora antes. - a médica sorri.

- Sou a Doutora Scarlet, sou médica da família Nogara, vou fazer pequenos exames em você, e logo em seguida você poderá tomar um banho. Antes que o Eros volte de casa. Ele foi meio forçado pela mãe dele - ela falava enquanto me fazia abrir a boca e focar uma pequena lanterna. - Abra bem os olhos, siga o foco de luz.

Eu fui fazendo, ela testou meus reflexos, depois pediu que eu tomasse um banho e que assim que eu saísse do banho, eu faria uma refeição leve, apenas para testar meu intestino. Ela confirmou uma desidratação, entre outras pequenas coisas. Pelo que eu entendi, fiquei dois dias dormindo direto depois que fui resgatada. E o Eros e a Monique não saíram do meu lado.

Depois de ter tomado banho, a Monique me ajudou com as roupas, e a refeição. Penteou meus cabelos e contou que meus pais também estão aqui nessa clínica improvisada na Sede do Ciclo. Falou que conheceu minha irmã, e que ao contrário de mim, meus pais já haviam acordado e estavam um pouco melhores que eu no momento.

- Como ela é? Minha irmã, como ela é?

- Você daqui alguns anos. Porém com cabelos mais escuros. Ela é praticamente casada com o Tyler segurança pessoal do Eros. Seus pais estão muito felizes porque finalmente vão poder unir a família. Sua mãe veio aqui ontem te ver. Seu pai não pode porque precisou fazer novos exames, pelo que eu entendi, vocês passaram fome e sede. - Eu concordei.

- Havia uma garota. Ayla, sabe dela?

- Sim. Ela ainda está dormindo até onde eu sei. Ela foi drogada, e se não fosse o Micael ela teria sido violentada. Você sabe mais alguma coisa sobre ela?

Eu Canto Para Ele (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora