A Chegada Ao Novo Mundo

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A Academia Columbus Daniel Duval fica numa ilha isolada do resto do mundo, um lugar afastado com um clima frio e uma densa floresta, todos que saem da academia têm um futuro promissor e poucos alunos chegaram a ser expulsos, mas nessa historia veremos um outro lado desse lugar, um lado que poucos sabem, nossa historia gira em torno de Kristoph Lans um jovem de 14 anos que viveu em vários lugares do mundo sempre se mudava pelo emprego dos seus pais, ao decorrer da historia você ira descobrir mais sobre ele, e eu espero que ao final dessa historia você consiga descobrir algo a mais sobre si mesmo.

A Academia Columbus Daniel Duval fica numa ilha isolada do resto do mundo, um lugar afastado com um clima frio e uma densa floresta, todos que saem da academia têm um futuro promissor e poucos alunos chegaram a ser expulsos, mas nessa historia ver...

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A brisa do oceano percorre o convés, o som das ondas do mar batendo no barco, as ondas quebrando na praia à frente, o cheiro do ar marítimo, as vozes das pessoas conversando, vários jovens nervosos e talvez ate animados, ficaram assim quando descobriram que vão ter que morar em uma ilha isolada aonde irão estudar com professores exigentes por três anos.
-Olá, você deve ser o Kristoph, não é?
Uma garota, cabelos compridos trançados, óculos e corpo não tão avantajado se aproxima de Kristoph com um sorriso leve e convidativo no rosto, ele para de observar o oceano e se vira para responder a garota.
-Ah, sim eu sou o Kristoph e você é?
-Eu sou Anna Beatrice, eu soube que vamos ficar na mesma turma então eu pensei em começarmos a nos conhecermos melhor já que vamos passar um bom tempo juntos.
-Ah, entendi você quer ser representante de turma ou algo assim?
-Na verdade sim essa é uma das razões pelas quais eu fui atrás da lista dos alunos, se eu me entrosar mais com os da minha turma fica mais fácil representa-los!
-Bem, não precisa se preocupar você parece simpática então eu voto em você.
-Obrigado Kristoph, me alegro muito em ouvir isso.
Nesse momento um som alto vem da cabine do capitão, interrompendo a conversa seguido de um ruído de ondas de radio, são os autofalantes do navio que começaram a transmitir.
-Estudantes preparem suas bagagens, vamos atracar agora mesmo.
-Bem Kristoph, nos falamos depois agora temos que descer e ir para os alojamentos, até mais.
Então Anna vai em direção as cabines acenando, “cara ela parece legal, devo tentar conquista-la? Nah acho melhor não” pensa Kristoph enquanto observa a jovem se afastar, e ele segue para a sua cabine para pegar sua mala, que está leve por sinal, ele é um rapaz simples que não carrega muitas coisas consigo do porto já se pode ver ao longe a academia, grandes muros cinzentos como o céu nublado, três prédios grandes e cercados por uma floresta, os jovens então descem do barco e ao pisar no porto que está inesperadamente em bom estado, considerando que os estudantes só saem da ilha ao se formar ou serem expulsos, e que só vem barcos quando novos estudantes chegam, está limpo tão limpo que chega a ser suspeito.
-Por que será tão limpo?
Diz Kristoph enquanto anda e observa o porto, “opa pensei alto”.
-Dizem que quando um aluno faz besteira eles o põem pra limpar esse lugar.
Um jovem se aproxima de Kristoph carregando uma mochila grande nas costas e um olhar amistoso, um jovem de pele clara, olhos pretos e cabelo loiro que parecia estar um pouco bagunçado talvez revelando que ele fosse desleixado.
-Ah, isso explicaria tudo, e alias quem é você?
-Eu sou Bruno, Bruno Tavares, e você?
-Eu sou Kristoph Lans.
-Animado para ficar confinado Kristoph?
-Mas é claro, quem não ficaria animado para ficar numa ilha sem sinal de telefone ou internet e só poder estudar pra passar o tempo?
-ha ha, claro eu também estou animadíssimo com certeza odeio passar horas e horas na internet hehehe...he...
Forma-se um olhar de tristeza no rosto de Bruno, mas ele rapidamente levanta o rosto e junto seu braço direito, enquanto ele se aproxima de Kristoph e fica apoiado nele envolvendo-o com seu braço esquerdo aproximando seu rosto do dele e cobrindo o outro lado do rosto com a mão direita como quem fosse contar um segredo.
-Mas de qualquer forma, pelo menos não estaremos sozinhos aqui.
Um sorriso malicioso forma-se em seu rosto e um olhar de animação.
-Com sozinhos você quer dizer...
-Sim, G-A-R-O-T-A-S, garotas cara elas também vão estar presas aqui com certeza elas vão acabar ficando com vontade em algum momento, e é nessa hora que eu brilho.
Bruno se solta de Kristoph e fica com os dois punhos levantados e fechados bem abaixo de seu queixo, olhando para cima como se pudesse ver seu maior sonho bem ao seu alcance
-Bem, eu não acho que isso seja o objetivo desta academia Sr.Bruno.
Nessa hora, Anna aparece bem ao lado de Bruno com um olhar de desapontamento e raiva, surpreso Bruno rapidamente da a volta por mim e me usa como um escudo humano para se proteger dela.
-Ah, bem, não me entenda mal Anna, você sabe que estou apenas brincando heheha, eu respeito totalmente o desejo das garotas e certamente não farei nada que vá contra os regulamentos da academia, e certamente com toda certeza não irei me infiltrar no dormitório feminino em nenhum momento, jamais.
Diz ele nervoso com risadas leves desviando o olhar dela fingindo ao máximo sua inocencia.
-Por favor, Kristoph não seja como o Bruno.
-Ora, vocês dois se conhecem?
Enquanto os três caminhavam na trilha que passa por uma floresta, com grandes e altas arvores, com as folhas verdes como esmeraldas, e com o som do vento correndo, Bruno e Anna revelam que eram vizinhos desde muito jovens e que entraram juntos na academia porque Anna se recusava a abandonar a vida dela na cidade natal deles, então Bruno veio com ela para que ela não ficasse solitária, e para que ela desfrutasse da melhor educação possível, porém Anna insiste em dizer que não há nenhuma espécie de relacionamento amoroso entre eles ou que jamais teve. Após algum tempo caminhando todos os alunos chegam ao portão principal da academia, uma gigante porta de ferro com o topo circular e alguns detalhes moldados por toda a porta, como se fossem asas de borboletas, e então um grande som de metal rangendo vem junto do movimento da porta ao se abrir e lá dentro algumas pessoas já esperavam os alunos, professores da academia e os representantes das outras turmas e mais alguns funcionários, num grande pátio circular com várias flores azuis ao seu redor, mais atrás se pode ver o prédio principal da academia, largo e com cinco andares o emblema da academia esculpido no meio dele pode ser visto claramente do pátio, mais a esquerda está o dormitório feminino, um prédio também grande, mas não tanto quanto o principal com três andares, a direita está o dormitório masculino dessa distancia ele parece ser idêntico ao dormitório feminino.
-Sejam bem vindos estudantes! Sei que para alguns a viagem foi cansativa, pois vieram de muito longe, mas não se preocupem depois dessa pequena cerimonia de entrada todos deverão ir para os dormitórios para desfazer as malas e descansar.
Diz um homem de roupa formal que deu alguns passos a frente, ele se apresenta como diretor Mark Riggens, depois de todos os alunos passarem pela porta ela novamente se fechou, como se os alunos estivessem selados dentro do lugar e agora não tinham mais como escapar, só podiam aceitar a sentença de viver nesse lugar.
-Não se preocupem, não somos a escola infernal que alguns de vocês devem ter ouvido falar, essa instituição é totalmente focada em fazer o melhor por nossos alunos, vocês não tem com o que se preocupar, mas, por favor, agora se organizem e entrem em formação para que possamos fazer logo essa cerimonia.
Logo após o diretor falar todos os alunos formaram várias filas formando um retângulo de pessoas organizadas, todos estavam cansados e esperando o fim da cerimonia como ele disse, e assim a cerimonia se iniciou com um longo discurso do diretor, que tentava ser inspirador e talvez até fosse, mas no ouvido de vários adolescentes cansados não passou de zumbidos, logo em seguida mais estudantes apareceram vestindo roupas de desfile com vários instrumentos, eles então tocaram uma musica sem letra somente sons era uma melodia agradável e calma que geralmente é o oposto de musicas de fanfarras de escolas, ao final da musica o diretor então mandou todos para os dormitórios, nesse momento Kristoph e Bruno se despedem de Anna, os meninos foram para um lado e as meninas para o outro cada grupo em direção aos respectivos dormitórios, Kristoph seguiu o caminho até o dormitório ao lado de Bruno, quando chegaram à entrada dois funcionários aguardavam a todos.
-Bem vindos a sua nova casa.
Disseram eles curvando-se a todos e as portas se abriram, do lado de dentro ficava um lobby onde passavam vários alunos de um lado para o outro do salão circular com uma gigante rosa dos ventos no chão, nas paredes havia pinturas de nuvens, embarcações, ondas e algumas paisagens, no teto em forma de abóboda uma grande pintura do sol com os olhos azuis que tinha um aspecto gentil e sereno, duas portas nas direções do leste e oeste que levavam para corredores de quartos, e uma terceira porta mais a frente.
-Agora alunos, eu lhes indicarei onde ficam seus quartos, por favor, se aproximem que eu entregarei as chaves.
Falou um dos professores sentando atrás de um balcão, um homem jovem cabelos negros e olhos azuis com um rosto comum que nos acompanhou logo os estudantes iam se aproximando dele aonde ele perguntava seus nomes e entregava uma chave correspondente Kristoph e Bruno receberam suas chaves cada uma com um chaveiro numerado o dele escrito 37, a de Bruno 34 não iriam dividir o quarto, mas estavam em quartos próximos então seguiram para o corredor ao leste Bruno entrou no quarto 34 e se despediu com um sorriso balançando a mão, Kristoph andou um pouco mais e abriu a porta com o numero 37. Um quarto com duas camas cada uma em uma parede oposta, duas escrivaninhas próximas às camas e uma grande janela com a vista para a floresta, as paredes eram brancas e por mais que fosse um colégio antigo elas pareciam bem conservadas, assim como todo o resto, também tinham dois pequenos armários próximos as camas ao lado das escrivaninhas a janela ficava bem a frente da porta, como se o brilho dela representa-se uma linha que dividia o quarto em dois ele foi para o lado esquerdo e abriu sua mala tirando algumas roupas e botando no armário, tirou seu bom e velho estilingue, seu pião de madeira deixou-os em cima da escrivaninha, e se deitou na cama para saber se era confortável, ao se deitar olhando para o teto não sentiu desconforto só um pouco nervoso com tudo aquilo, mas agora já tinha feito ao menos 2 conhecidos, então já começara com o pé direito, nesse mesmo momento a porta novamente se abre e um jovem meio baixinho com óculos redondos e cabelos pretos entra no quarto, ele carregava uma mala grande para o seu tamanho, ele entra no quarto abre sua mala e põe algumas roupas no armário porém algo inesperado, da mala ele tira alguns objetos metálicos coisas de soldagem e aparatos mecânicos, Kristoph fica de queixo caído ao ver tantas coisas assim numa mala de viagem, ele põe algumas na mesa e outras deixa no fundo do armário mas parece ter algo ainda na mala que ele põe debaixo da cama, ele então se vira pra Kristoph.
-Olá eu sou Victor Almeida, é um prazer conhece-lo.
Diz ele tentando olhar Kristoph nos olhos, mas acaba desviando o olhar, nervoso abrindo um sorriso meio forçado tentando ser sociável, mas esse não parece ser seu forte, e ao abrir esse sorriso ficam evidentes seus dois dentes da frente que são maiores que os outros lembrando um pouco os dentes de um rato, ele estende a mão meio tremula enquanto fica cabisbaixo encarando o chão, Kristoph se levanta e aperta a mão de Viktor com um sorriso no rosto tentando ser amigavel.
-Eu sou Kristoph Lans, e já que vamos dividir esse quarto espero que nos demos bem.
-Sim, eu também espero isso então eu já quero pedir desculpas eu provavelmente vou atrapalha-lo em algum momento.
Ele continua nervoso e desviando o olhar talvez como um reflexo de timidez ele também coloca uma de suas mãos atrás do seu corpo e se aproximando um pouco mais da parede, Kristoph já percebeu que ele é tímido então não tenta se aproximar muito, mas pretende continuar uma conversa para que Viktor consiga se acostumar com ele e fazer com que ele consiga relaxar no próprio quarto.
-Por que diz isso? Pretende explodir a parede ou algo assim.
-Ha, não eu não pretendo nada disso só sou meio desastrado.
Sua voz continua meio fraca e ele continua desviando o olhar.
-Ah, não se preocupe eu tenho o sono pesado, mas diga-me em que você trabalha?
-Ahh, eu gosto de replicar invenções que eu vejo e também fazer as minhas próprias, recentemente estou empolgado pensando em fazer um pequeno motor e utilizar da força centrifuga e também tenho pensado em usar imãs, o magnetismo pode ser bem útil, e também quem sabe se eu improvisar com algumas coisas que eu encontre por ai eu possa usar até um pouco de energia estática, mas acho que a melhor solução para algo silencioso seria com imãs ainda bem que eu peguei bastante cobre em casa assim posso improvisar bastante aqui, mas espero entrar nu-
Victor parece ter perdido a timidez enquanto falava de invenções ele tem um brilho de paixão no olhar enquanto fala delas e sua postura tímida se esvai e ele parece uma criança animada que acabou de ganhar uma barra de chocolate.
-Ei ei ei calma, não precisa me contar todos os detalhes.
-Desculpe, eu fico empolgado quando se trata dos meus experimentos.
Ele coça a nuca da cabeça e volta ao estado tímido de antes.
-Tudo bem, não precisa se preocupar com isso, se eu ficar incomodado eu aviso, mas diga-me de onde você veio?
-De onde? Er bem eu vim de Lexington Kentucky e você?
-Eu vim de Londres, Londres. Diz Kristoph tentando fazer um tom cômico tentando diminuir a tensão entre os dois.
-Nossa, mas você nem tem sotaque.
-É por que eu só morei lá desde alguns anos atrás, antes eu vivia no Missisipi.
-Então sua família viaja muito entendo.
-Bem, algo assim, mas enfim ainda temos tempo para nos conhecermos que tal explorar um pouco esse lugar?
-Ahh, eu me sinto lisonjeado, mas eu dispenso ainda não me sinto pronto pra interagir com pessoas num local desconhecido assim, mas quem sabe daqui a alguns dias.
-Não se preocupe você logo se acostuma, até mais.
Kristoph se despede de Victor pega seu pião e sai do quarto, enquanto eu andava pelo corredor Bruno sai do quarto dele aborrecido e batendo a porta enquanto gritava com alguém.
-É BOM VOCÊ TOMAR CUIDADO HEIN MALANDRO!
-Bruno, parece que você não gostou muito do seu colega de quarto hein.
-Opa, eae Kristoph, pois é esse cara é uma mala, mas de qualquer forma, vejo que se você está aqui fora também não gostou do seu também?
Bruno nota Kristoph e se aproxima dele com suas mãos nos bolsos andando calmamente como se nada tivesse ocorrido.
-Não, nada disso só decidi dar uma volta, o cara com quem divido o quarto parece ser gente fina.
-Sorte a sua e agora que nos encontramos aqui vamos lá olhar o lugar, eu também tava pensando em fazer isso.
-Claro, vamos lá.
Os dois foram andando observando os outros passando e não parecia que os jovens da academia tinham uma vida triste e reclusa, mas pelo contrario a maioria dos jovens que andavam no momento pareciam estar muito confortáveis com a situação enquanto conversavam entre si alguns observavam os novatos e falavam algo a distancia, e mesmo assim os dois seguiram para fora do dormitório, andando pelo campus seguiram andando em frente passando novamente pelo pátio.
-Beleza em frente tem o dormitório feminino atrás o masculino de onde viemos, esquerda o portão principal e na direita o prédio principal da escola vamos pra qual? E por que o dormitório feminino?
-Não Bruno, não.
-Chato.
-Vamos para o prédio principal, talvez tenha algo interessante lá.
-Mais interessante do que garotas? Duvido muito.
-Cara tem algo errado contigo.
Eles seguiram para o prédio principal numa estradinha de pedra, agora que os dois pararam para observar perceberam que há bastante verde por toda a academia, depois de algum tempo andando chegaram ao prédio principal, agora que estão aqui podem ver que depois dele tem mais coisas nessa academia, alguns locais grandes com placas nas portas, os laboratórios, uma piscina, um grande galpão e um ginásio.
-Nossa esse lugar é gigante como pode.
Diz Bruno olhando para cima enquanto observa o prédio de um lado para o outro.
-Sim é gigante será que tem tantas turmas assim pra precisar disso tudo?
-Vamos ver lá dentro.
-Espera, agora que chegamos aqui... Nós podemos entrar hoje? Afinal as aulas só começam amanha não é?
-Ah... Droga eu acho que você tem razão.
Kristoph põe sua mão no rosto enquanto balança a cabeça levemente cabisbaixa.
-Nós somos burros.
-De qualquer forma já que chegamos aqui vamos tentar entrar.
-É eu acho que não faz mal tentar.
Eles passam pela entrada, no prédio em si uma porta dupla fechada parece impedir a passagem, mas por sorte a porta estava aberta, o local é um típico pequeno pátio escolar com três corredores com placas ao lado dizendo aonde cada um leva, assim que entram tem uma mulher na entrada, ela tem olhos castanhos algumas sardas em seu rosto e cabelos ruivos, ela está vestindo uma roupa própria de praticar exercícios, jaqueta e calças feitas de um material leve, assim como tênis de corrida, ela nota a presença deles e se surpreende ao ver alunos no prédio principal antes das aulas.
-O que fazem aqui? As aulas só começam amanhã.
-Nós viemos só olhar um pouco o lugar, podemos? Pergunta Kristoph.
-Hmn- ela põe o indicador esquerdo no queixo enquanto faz uma expressão pensativa- se não fizerem nada de errado acho que não tem problema, pelo menos enquanto eu arrumo umas coisas aqui embaixo.
-Obrigado, nós não faremos nada imprudente.
Ela segue seu caminho para uma sala ao lado e os garotos viram-se um para o outro.
-E agora vamos pra onde? Pergunta Kristoph.
-Vamos ver as salas que a gente vai ficar!
-Beleza, vamos ver aqui.
Em uma parede tem listas com os nomes dos alunos as listas são pra salas especificas a de Kristoph é a 1-A a de bruno é a 1-C, assim que eles chegam ao corredor a sala 1-A é a primeira Bruno continua andando mais um pouco e chega na sua sala, Kristoph abre a porta da sua sala, uma sala de aula comum como todas as outras a única diferença está nas paredes que tem uma pintura com três linhas cada uma com uma cor percorrendo as paredes, mas o que mais chama a atenção não são as cadeiras os quadros ou as janelas e pinturas, mas sim uma garota que estava parada olhando para a janela, com cabelos um pouco curtos ela percebe que ele entrou na sala e se vira, seus olhos são verdes como esmeraldas sua pele branca como uma folha sem nada escrito, ela é linda, porém o que mais chama atenção nela não é sua beleza, mas sim seu olhar vazio como se não tivesse nada dentro dela, um olhar de quem já perdeu as esperanças e que não quer mais continuar, depois de seus olhares se encontrarem ela não diz nada ela simplesmente passa por Kristoph e sai da sala ele fica um pouco apreensivo por causa de seu olhar, mas quando ele sai em busca dela ela já foi embora só restou Bruno que estava na frente da porta.
-Olha só pra quem não queria ir para o dormitório feminino já estava de papo com uma mina hein.
-Não é nada disso eu só abri a porta e ela já estava lá dentro e de qualquer forma ela nem falou comigo.
-Mas agora você já esta um passo a frente cara, ela é da sua turma então você sabe aonde ela vai todos os dias.
-É acho que você tem razão.
Eu tiro meu pião do bolso e abro a porta pra sala.
-Ei Bruno quer apostar um negocio?
-Hm? Depende que tipo de negocio.
-Vamos fazer o seguinte, tá vendo esse pião aqui? Quem conseguir o fazer pular de uma mesa dessas pra outra ganha.
-Mas tu é o dono dele já sabe jogar ele, eu nunca usei pião só biyblades e outras falsificações.
-Relaxa primeiro eu te ensino a jogar não é tão difícil, primeiro você pega o pião assim com sua mão hábil depois você pega um pouco do barbante e enrola entre 2 dedos e agora que o pião já tá todo enrolado é só jogar segurar o barbante e ele gira, viu?
Ao terminar de falar ele joga o pião no chão que fica girando em círculos sem parar.
-Beleza deixa eu tentar, só enrolar ele no barbante prender no dedo bele bele agora vai.
Bruno joga o pião no chão e o barbante não desenrola fazendo somente barulho do impacto da madeira com o chão.
-...
-...
Depois desse momento de silencio Kristoph pega seu pião o acaricia um pouco como se tivesse pena do pobre coitado e diz.
-Acho melhor você jogar outra coisa
-É também acho, por sorte tenho essa bola de borracha comigo.
Bruno tira uma bolinha de borracha do bolso e fica a jogando pra cima.
-Ei se você tinha isso o tempo todo por que não tirou antes?
-É que a bolinha quica muito deve ser mais difícil acertar ela que o pião
-Bem, vendo por esse ponto faz sentido.
-Beleza com minha bolinha eu consigo, mas pra ficar mais justo pra mim vamos colocar alguma coisa na mesa pra a bolinha e o pião ficarem dentro se não você vai ficar com muita vantagem.
-Tudo bem, vamos usar aquele lixeiro vazio ali, que tal fazer pular em duas mesas e então cair no lixeiro?
-Perfeito assim eu consigo fácil, mas afinal quem ganhar essa “aposta” leva o que?
-Bem... Você tem dinheiro ai?
-Não podemos trazer dinheiro não lembra?
-Ah é verdade podemos trazer poucas coisas pra essa ilha, mas que porcaria.
-Hmmnnn JÁ SEI.
-O que?
-Quem ganhar vai poder dar uma ordem no perdedor.
-N-não pode ser... Não me diga que... Você quer... O meu corpo?
Enquanto Bruno diz isso ele põe sua mão direita cobrindo sua genitália enquanto sua mão direita fica em sua bochecha e ele tenta se encolher enquanto afina a voz para um tom mais feminino possível.
-...hee então tudo aquilo sobre garotas era fachada afinal? Bem que eu suspeitava você tem um jeitinho mesmo.
-Ei ei espera ai, eu tava só brincando que historia é essa? Jeitinho? Eu realmente pareço ser gay? Ei ei me responde serio isso pode acabar com minhas chances.
-Ei ei eu entendo mas eu não estou interessado, então não precisa ficar tão perto de mim tá?
Bruno larga a postura feminina e começa a se aproximar de Kristoph desesperado enquanto fala.
-Ei ei ei ei sério não tenho jeito afeminado né? Nãaaaao agora não tenho chance com as garotas daqui aaaa.
-Pff hahahahah calma cara eu estou só brincando contigo não precisa se preocupar com sua masculinidade.
-Morre maluco morre eu já tava preocupado aqui aaaa. Diz Bruno enquanto dá socos fracos no braço de Kristoph
-Hmn tu se preocupou bastante com isso hein... Será se realmente?
-EU VOU VOLTAR PRO MEU QUARTO.
-HAHAHAHAHAHA CALMA CALMA PAREI PAREI VAMOS CONTINUAR.
-Tá, mas agora eu vou ganhar e você vai ver o que é bom pra tosse.
Bruno fica numa pose como se fosse jogar uma bola de baseball e olha para a lixeira como se ele fosse um lobo olhando para sua presa.
-Ei cuidado pra não jogar com muita força e quebrar algo.
-Relaxa é tudo técnica.
Ele então joga a bola, mas enquanto ele mexe o braço pra frente jogando a bola o movimento da sua mão é suave quase como se deixasse a bola cair, mas ela segue em frente.
-Essa é sua Técnica?
Bruno sorri em silencio enquanto a bola encosta na mesa quica para cima e então novamente ela pula para a segunda mesa e quica bem na borda próxima ao lixeiro aonde ela quica novamente para o meio da mesa e da um ultimo pulo caindo bem no meio do lixeiro.
-É essa é minha técnica, sua vez.
-Bem acho que todo mundo tem sorte.
Kristoph pega seu pião e se prepara para lançar e gira todo seu corpo para lançar o pião.
-Turbo.
Diz Kristoph enquanto solta o pião e segura no barbante dando algumas puxadas de leve enquanto ele desenrola e gira o pião.
-Que? Turbo?
-É o nome dele.
O pião cai em cima da primeira mesa girando fazendo curvas chegando até a quase cair ao menos é o que Bruno pensa quando fica sorridente achando que ganhou mas de alguma forma o pião continua em frente e de algum jeito pula para a segunda mesa faz um trajeto parecido com uma espiral e cai dentro do lixeiro continuando girando lá dentro.
-Mas o que?! Caralho mano ha quanto tempo tu joga isso?
-Desde que eu me lembro, mas parece que empatamos então sem ordens.
-Droga eu queria ganhar, mas acho melhor voltarmos talvez a tia reclame.
-Ei espera será que aquela menina também topou com a mulher lá embaixo ou ela entrou aqui escondida?
-Sei lá, mas que diferença faz?
-Se ela veio escondida e ficar muito tempo aqui a mulher lá embaixo vai fechar tudo aqui e ela vai ficar presa.
-Entendi isso iria ser bem ruim mesmo vamos procurar ela?
-Vamos, ela não deve ter ido longe.
Eles logo se separam para tentar cobrir mais terreno, andando pelo prédio e as salas, naquele andar são todas iguais só mudando as cores das três linhas em cada sala, quando eles sobem para o andar seguinte o piso desse andar é de madeira e não azulejos, o design das salas também é diferente e há alguns laboratórios nesse andar, as paredes das salas não são linhas mas são alguns conjuntos de flores pintados cada um em três cores como as linhas do andar debaixo “que escola estranha será que todo andar vai ser diferente?” Pensa Kristoph enquanto procura a garota, enquanto eles procuravam a garota ficou claro que realmente todos os andares eram diferentes dos antigos, a razão disso é um mistério, mas quando chegaram no ultimo andar depois de ver metade do andar Kristoph segue para o terraço, lá em cima estava ela olhando para o horizonte, estava ventando muito e o sol já estava se pondo o céu laranja com poucas nuvens e uma vista deslumbrante, uma linda garota em cima do parapeito de braços abertos preparada para se jogar, o sol se pondo e um garoto surpreso.
-PARE, NÃO FAÇA ISSO!
Grita ele para ela, que vira para trás o encara e um vento forte a empurra.
Mas claro que essa historia não tem só um ponto de vista, e agora vou lhe contar o que levou essa garota a fazer isso, e para facilitar a vida do leitor sempre que um ponto de vista for mudado deixarei uma divisão para que não se perca.
...
Seu nome é Kuromu, Momoiro Kuromu e hoje é o dia em que ela escolheu morrer, ela decidiu isso depois de tudo que aconteceu, toda a sua vida foi um grande conjunto de dor sofrimento e angustia ,mas houve momentos de felicidade em sua vida, poucos momentos no inicio de sua infância ela teve memorias de afeto com seus pais, uma lembrança distante de ternura de sua mãe a abraçando, memorias vagas de sorrisos de seu pai, mas tudo isso está no passado distante inalcançável algum tempo após seu irmão mais novo nascer tudo mudara em sua vida de felicidade e aceitação dos seus pais só restou distancia a cada dia que passava seus pais lhe davam menos atenção e as pessoas envolta dela também não demonstravam qualquer sentimento bom, mas pelo contrario só recebia repudio era judiada pelos colegas mesmo sem motivo aparente por mais que tentasse se enturmar e fazer amigos, ninguém gostava dela em casa seu irmão cresceu e também não a aturava as vezes lhe dava até alguns golpes, seus pais viam as ações do menino e não o repreendiam, “Por que? Eles me odeiam agora? Ou sempre me odiaram?” eram pensamentos comuns na cabeça da jovem, as vezes quando seus colegas começaram a ficar mais violentos ela tentou pedir ajuda, mas sem sucesso nenhum professor ou alguma autoridade pareceu se importar com ela, na verdade alguns pareciam até apoiar a violência contra ela, depois de anos e anos passando por essa tortura sem razão enquanto se perguntava o que fez de errado ela ficava cada vez mais cansada de tentar, cada vez mais cansada de viver até o ponto em que ela decidiu descansar de uma vez por todas, a morte seria seu descanso e sua paz para alguém que se esqueceu o que é ternura e que já está cansada de procurar pela felicidade a morte seria a saída, mas antes que ela conseguisse realizar seu ultimo ato seus pais a mandaram para a academia talvez querendo afasta-la talvez no fundo quisessem uma educação melhor para a filha, mas no fim conseguiram uma coisa que jamais esperavam.
Na Cabine 13 do navio que se aproxima da ilha da academia, uma pequena cabine com uma janelinha e duas camas, não tem brisa, não tem sons marítimos, a janela está muito suja pra ter uma vista, há somente uma garota sentada na cama escrevendo algo, até que a porta se abre.
-Olá, você é a Momoiro não é?
-... Sim.
Responde a jovem sem olhar para o rosto de quem abriu a porta.
-Você está bem? Parece meio enjoada.
-Estou não se preocupe.
-Tem certeza?
-Me deixe sozinha.
-Hmn
A garota que abriu a porta sentou-se ao lado dela em sua cama.
-Com licença... Por favor, me deixe sozinha.
-Me diga você não tinha muitos amigos antes daqui não é?
-... Não eu não tenho amigos
-Entendo você é do tipo que fica isolada no canto se sentindo superior a todos os outros não é?
-Não... Eu só não me dou bem com as pessoas.
-Hmmn, de qualquer forma eu me chamo Anna Beatrice, espero que possamos ter uma relação saudável.
A Jovem Kuromu levantou sua cabeça e finalmente olhou para Beatrice que a olhava com um sorriso e um olhar que ela já conhecia não um olhar amigável, mas como se ela olhasse para um animal inferior a ela era esse o olhar que Beatrice tinha enquanto olhava para ela.
-Eu acho que isso não será possível...
-O que? Não diga isso, claro que podemos ser amigas, muito boas amigas inclusive.
Enquanto diz isso ela se aproxima de Kuromu e com sua mão esquerda segura a base do queixo dela passando as unhas no pescoço da pobre garota triste.
-Vamos, acredito que poderíamos fazer muitas coisas juntas você ficaria surpresa. Enquanto ela dizia isso ela arranhava o pescoço de Kuromu com um pouco mais de força chegando a causar uma leve dor.
-Por favor, eu n-
Nesse momento, a porta da cabine se abre, é um dos marinheiros do navio ele diz que as duas tem que sair logo senão vão se atrasar, Beatrice se levanta olha para Kuromu por um instante e faz novamente um sorriso falso com um olhar de superioridade e vai embora, após essa situação Kuromu pega sa mala e sai do barco, enquanto anda pelo píer vê a mesma Anna que lhe ofereceu “amizade” conversando com outros alunos variados, ela está falando com todos os que conseguia enquanto anda pelo porto “quanta falsidade”, pensa e enquanto sai do píer e entra na trilha ela observa um jovem que por algum motivo lhe é familiar, talvez já o tenha visto antes e nesse momento Beatrice passa esbarrando nela.
-Opa, desculpe por isso querida.
Ela olha para trás com o mesmo sorriso falso olhando a jovem e segue seu caminho, logo mais a frente ela se junta de Bruno e Kristoph, enquanto o caminho segue os três continuam conversando e Kuromu segue solitária em meio aos jovens que seguem em direção a academia em um momento ela olha para o lado e vê um jovem baixinho carregando uma mala grande meio desajeitado até chegarem ao portão principal que se abre majestosamente com um som de metal, quase como seu rugido para a menina, como se estivessem prestes a ser engolidos, pessoas estão lá dentro os esperando, eles sinalizam para que entrarem na barriga da fera, uma cerimonia de entrada se inicia, o diretor faz um discurso uma banda toca... Mas a jovem não da atenção a nada disso por que, ela finalmente será livre, ao fim do dia só precisa descobrir como acabar com isso de forma rápida e eficiente.
-Agora, alunos vocês estão liberados por hoje, amanha começam as aulas vão para os dormitórios.
Olhando para frente ela vê os três prédios da academia, o maior deles está no meio com um grande emblema da escola podendo ser visto de longe “É esse o local, eu posso morrer ali”. É o primeiro pensamento que vem a sua mente, ela entra na fila para o dormitório e vai em direção a ele, “assim que tiver a chance eu irei para esse prédio e irei acabar com meu sofrimento”, essas são as palavras que rondam seus pensamentos, seguindo tudo a sua volta parece não ter cor, alunas sem cor, uma professora vazia, que quando as alunas se aproximam do dormitório diz algumas palavras que a jovem não da atenção, até que finalmente chegam a um prédio monocromático com o céu cinza.
-Bem vindas a seu novo lar.
Dizem duas mulheres abrindo as portas do dormitório ao entrar no prédio há um lobby onde passavam várias alunas de um lado para o outro um salão circular no chão há um grande circulo com os quatro elementos e alguns outros sub elementos entre eles, nas paredes pinturas de montanhas e linhas seguindo os formatos ondulados de varias cores como se fosse o vento, no teto de abóbada uma grande lua cheia com um sorriso sútil, existem quatro portas em cada um dos elementos, uma mulher diz que cada um tem que pegar uma chave para poder ir ao quarto quando chamam seu nome o numero 18 está em sua chave, logo ela segue em direção ao seu quarto abre a porta e coloca sua pequena mala em uma das camas, assim que faz isso a porta se abriu novamente e aquela mesma pessoa que ela já havia encontrado antes entrou, Anna Beatrice ela a observa fecha a porta e abre um sorriso.
-Mas olha só quem diria, parece que o destino quer que nos tornemos aliadas não é mesmo?
Ela coloca sua mala na outra cama e vai à direção de Kuromu.
-Escuta só, que tal parar de tentar me evitar e vir comigo?
Kuromu não está com medo tampouco ameaçada ela só pensa em sair e executar seu plano somente dar um fim em sua vida é somente isso que ela anseia, ela se levanta e vai em direção à porta sem responder Beatrice.
-Espera, antes de sair saiba que eu não vou te deixar em paz até aceitar amiga.
Diz Beatrice com novamente seu olhar falso Kuromu não reage só segue seu caminho enquanto se pergunta novamente “por quê? Por que sempre tem que ser assim? Por que todos simplesmente me odeiam? Algo deve estar errado comigo eu não deveria mesmo ter nascido eu devo morrer, não há nada que me agrada nesse mundo e não há ninguém que me queira nele”, enquanto els passo pelo lobby do dormitório observa a porta que esta na direção do fogo vidros pretos compõem as janelas da porta dupla e por algum motivo ela fica curiosa para saber o que tem do outro lado, talvez algo que a faça mudar de ideia? Talvez uma arma que possa acelerar o seu fim? Ela não sabe ao certo, mas sente vontade de abrir a porta e já que não passará de hoje não há problema em olhar ela pensa e segue em direção da porta e a abre, um corredor grande está do outro lado, mas não há nenhuma porta ou janela, somente o caminho à frente ela segue caminhando ele sem olhar para trás enquanto caminha a porta se fecha e o local se transforma numa completa escuridão, enquanto anda por algum tempo luzes se ascendem no teto, pequenas luzes redondas no teto, mas que conseguem iluminar o suficiente para ver o caminho e as paredes, enquanto anda um pouco mais a jovem ouve uma voz.
-Pobre garota marcada, sua vida deve ter sido muito infeliz.
-Quem está ai?
Ela pergunto olhando em volta, mas não consegue avistar ninguém.
-Não tem medo de mim? Não há qualquer mudança na sua voz.
-Você vai me matar?
-Oh Criança, agora vejo porque não tem medo, a marca já lhe fez sofrer tanto que agora você não aguenta mais a vida correto?
-Eu não sei do que você está falando, não sei que marca é essa, mas sim eu não aguento mais viver.
-Pobre criatura, nem ao menos sabe o que tem... Mas isso me intriga, diga-me seu nome.
-Me chamo Momoiro Kuromu.
-Ah das terras do ocidente, diga-me Kuromu, como você reagiria se eu dissesse que posso lhe dar o poder necessário para se livrar dessa marca e finalmente você ter uma vida feliz?
Ela para por um instante, não consegue acreditar que isso seja possível, que sua vida volte a ser uma vida de alegria que ela mal lembrava num simples estalar de dedos sua vida melhorar, “isso não passa de um sonho esquecido há muito tempo”, ela acha que está enlouquecendo ouvindo essas palavras.
-Isso não é possível.
-Sim é e eu posso lhe provar, mas não agora ainda não é a hora, quando estiver prestes a cair algo acontecerá, você se lembrara de ternura e compaixão, naquele momento essa memória a salvara e aquele menino irá lhe dizer às palavras que a guiarão novamente a mim, quando nos encontrarmos novamente eu lhe darei o poder necessário, isso se você acreditar em mim, e claro se escolher esse caminho, mas agora está na hora de ir.
Enquanto a voz falava as luzes foram ficando mais e mais fracas e novamente o lugar estava sendo engolido em trevas, mas quando estava quase totalmente escuro Kuromu sente uma porta na sua frente e a abre para sair de lá, assim que passa pela porta ela estava novamente no lobby do dormitório e a porta se fechou ela não tem certeza se isso foi real ou se foi um sonho, “mas não importa eu provavelmente só finalmente enlouqueci depois de tudo”, pensa a jovem enquanto caminha “agora eu vou embora desse mundo”, ela segue seu caminho e chega ao prédio principal para um momento e observa o que deveria ser a sua sala, olha pela janela por um momento e as palavras da voz continuam em sua mente, ecoando e ecoando, quando a porta se abre um menino passa por ela e os dois trocam olhares, por algum motivo ela o acho familiar como se há muito tempo já tivesse o visto esse menino de olhos e cabelos negros, mas isso não há distrai de seu objetivo, se houver alguém perto tentarão a impedir, ela passo por ele e assim que passa pela porta vê outro menino no corredor, mas não lhe da atenção e começa a subir as escadas para o ultimo andar passando pelos andares com suas arquiteturas diferentes e a cada degrau que pisa se lembra de momentos da sua vida, e isso só a impulsiona mais para acabar com tudo, até que finalmente chega ao terraço uma brisa leve está soprando e um pouco do céu se abriu agora é possível ver o sol quase se pondo e a paisagem em volta pode ser vista mais claramente, mas nada disso importa agora finalmente ela vai poder ter sei descanso não terá que tolerar mais nenhum sofrimento, “finalmente paz” ela pensa e finalmente sobe no parapeito olha para cima e então se despede.
-Todos que participaram da minha vida, espero que me desculpem por ter atrapalhado tanto agora ninguém precisa se incomodar comigo, adeus.
Antes de pular ela fecha seus olhos por um momento e novamente as palavras da voz ecoam em sua mente o vento fica mais forte, mas isso não é hora de se assustar, não há motivos pra isso, agora só resta um pequeno empurrão, pensa ela quando um som de porta se abrindo faz com que ela abra seus olhos uma vez mais.
-PARE, NÃO FAÇA ISSO!
Kristoph abrindo a porta começa a estender sua mão enquanto corre em direção a ela que pensa enquanto se deixa cair para frente “talvez eu devesse ter perguntado seu nome e se já nos conhecíamos, mas agora é tarde demais só me resta esperar a queda”, o vento sopra com uma força estrondosa empurrando a garota o menino continua a correr em sua direção enquanto ela é jogada então ela começa a cair ela não se importa, mas ele corre como se sua vida dependesse disso, até que.
-Peguei você.
Ofegando não de cansaço, mas sim de nervosismo ele segura ela antes de ela cair de cabeça no terraço, por sorte o vento a empurrou na direção oposta a morte.
-Por quê? Isso não é justo eu não quero mais viver.
A menina começa a chorar no chão enquanto ainda nos braços dele, esse choro faz ele se lembrar de alguém no passado que conheceu há muito tempo, uma colega de sala do primário que sofria bullying, “será possível?”.
-Você não pode desistir ainda, eu sei que a vida não é nada fácil a sua deve ter sido muito pior que a minha para fazer isso, mas ainda não desista, se você morrer aqui como você vai poder provar que quem te sacaneou estava errado ein?
-De que adianta eu não tenho um lar pra retornar, não tenho amigos eu sou só um estorvo que não vale a pena nem morrer eu consigo.
Diz ela ainda chorando cobrindo o rosto com o braço direito enquanto se senta na frente de Kristoph se soltando de seus braços.
-Nix tabescet.
Ela tira o braço que enxugava alguma de suas lagrimas de seu rosto e olha para ele.
-O que você disse?
-Significa a neve derrete, há muito tempo um homem me disse isso, por mais que pareça que o mundo é um lugar frio cruel e sem piedade e que nada vale a pena, ele não é assim pra sempre, toda neve derrete por isso você tem que sobreviver até chegar sua primavera.
-Isso não faz sentido.
-Faz sim, pra você também em algum momento em algum lugar a vida vai melhorar por isso nix tabescet, continue viva pelo menos um pouco, você disse que não tem amigos né? Meu nome é Kristoph Lans vamos ser amigos eu posso pelo menos tentar te ajudar a sobreviver esse inverno que tal?
Por um momento a menina trava as palavras da voz em sua cabeça se tornavam verdadeiras, um menino apareceu o vento soprou e agora ela tinha as palavras que a levassem novamente ao seu encontro, em sua mente ela ainda não sabia se podia acreditar na voz, que a vida dela simplesmente melhoraria se ela a visse outra vez, mas agora em sua frente havia um menino estendendo a mão a ela e oferecendo algo que ela nunca teve antes, amizade, diferente do olhar falso que Beatrice fazia ao olhar para ela Kristoph a olhava com um olhar pacifico e estendia sua mão com um sorriso genuíno uma verdadeira oferta de amizade algo que ela não tinha visto em muitos anos.
-Meu nome é Momoiro Kuromu... Uma semana, eu vou tentar por mais uma semana, mas, por favor, não conte a ninguém o que houve aqui eu lhe imploro.
-Certo, não contarei a ninguém de agora em diante pode contar comigo, afinal somos amigos agora.
Após apertarem as mãos ele se levanta e a ajuda a levantar suas lagrimas continuam a passar pelo rosto da menina, mas agora não estão saindo tantas.
-Kristoph... Nós não nos conhecemos de algum lugar?
-Então era você... Há muito tempo no primário lembro-me de uma garota que vivia chorando, devia ser você, eu nunca vi o rosto dela direito, mas eu lembro que era muito maltratada pelos outros alunos e os professores não faziam nada, eu não sei por que nunca fui falar com você mesmo aquilo me deixando frustrado, eu sinto muito por isso o máximo que fiz foi deixar uma maça nas suas coisas depois que uns garotos tinham roubado seu lanche.
-... Eu vou para o dormitório.
-Espere eu te acompanho.
Eles partiram pelas escadas e Bruno não estava por perto, “talvez ele tenha levado bronca daquela mulher e voltado” pena Kristoph, com um silencio pesado entre eles descem às escadas e andam em direção ao dormitório sempre que ele tentava iniciar um assunto ela não respondia muito e ele não queria forçar algo depois do que acabou de acontecer, ela parecia estar muito pensativa também, mas como todos têm colegas de quarto e ele saberia pra onde ela iria, Kristoph não achou que ela fosse tentar algo, e se ela fosse tentar alguém a impediria, até que finalmente chegam no dormitório ele se despede enquanto ela entra lá, ele segue seu caminho de volta, quando já está próximo do dormitório masculino novamente Bruno aparece.
-Então grande herói como foi à viagem?
-Do que voc- ah você viu tudo no terraço?
-Aham, mandou bem cara salvou a menina hehe.
-Eu só fiz o que devia ser feito cara.
-Sei lá eu acho que eu não conseguiria fazer que nem tu fez, provavelmente faria merda.
-Enfim, vamos voltar já tá ficando tarde.
-Bele.
Eles continuam seu caminho até chegarem ao dormitório, e entram no prédio ainda no lobby Bruno se vira para Kristoph e fala.
-Ei você sabe o que tem depois daquela porta?
-Não faço ideia, vamos lá ver.
Eles foram andando até a porta, uma porta dupla de madeira com dois vidros completamente negros, não tinha nada escrito neles ou na porta, Kristoph a abriu, do outro lado dela havia uma estrada de pedra com uma paisagem totalmente diferente do resto da ilha, desértica com algumas arvores secas em volta, Kristoph virou-se para Bruno alarmado, que também não entendia nada do que estava acontecendo, continuaram mais um pouco na estrada e a paisagem continuava a mesma enquanto ficava cada vez mais quente.
-Ei cara isso aqui tá muito estranho, a ilha tinha uma parte assim? Você conseguiu ver ela enquanto chegávamos de barco? Perguntou Bruno confuso e suado
-Não, eu não vi nada assim enquanto chegávamos de barco também estou confuso.
-Ora ora, o que temos aqui? Visitantes há essa hora.
Uma voz misteriosa surge de subitamente.
-Quem está ai?
-Com licença tio pode ajudar a gente?
-Vocês não são daqui, hehehehe vocês não deveriam estar aqui, vocês não sabem que lugar é esse?
-Desculpe, não sabíamos que precisávamos de autorização pra entrar nesse lugar, era só uma porta, só queríamos explorar um pouco.
-É foi mal não sabíamos que a academia tinha locais assim.
-Academia? Do que vocês estão falando? Vocês estão no-
-Ei vocês não podem entrar nessa sala vão para outro lugar.
Uma mão pega no ombro de Kristoph e quando ele se da conta esta de volta no saguão, e a porta que havia passado á algum tempo continua bem na sua frente ela sequer parecia ter sido aberta.
-O que? Mas não estávamos naquele deserto até agora?
-Deserto do que está falando? Bem não importa, vão para os seus quartos.
O professor então nos acompanha os dois até o corredor de seus quartos e volta para sua cadeira no lobby.
-E-ei Kristoph, você viu aquilo também não é? Aquele lugar quente e com a estrada de pedra.
-Sim, pelo menos eu acho que sim, mas isso é muito estranho, acho melhor não abrirmos aquela porta de novo, pelo menos por um tempo...
-É aquilo foi bizarro... Ou será que foi só coisa da nossa cabeça?
-Eu não sei... Poderíamos nos dois termos a mesma alucinação ao mesmo tempo? Eu duvido muito.
-C-cara... É melhor irmos andando e nos afastarmos daquela porta mesmo.
Os dois então se despedem e cada um entra em seu quarto um sentimento estranho, ao entrar em seu quarto Kristoph percebe que Victor está lá sentado em uma cadeira mexendo em bugigangas em cima de sua escrivaninha.
-Ei Victor, passou o dia aqui?
Kristoph tenta falar com ele para tirar os últimos acontecimentos de sua mente.
-Ah, oi sim eu passei o dia inteiro aqui, estava testando umas coisas.
Quando ele diz isso Kristoph nota algumas pequenas manchas que pareciam ser de algo que tinha queimado em cima da escrivaninha.
-Parece ter sido bem animado.
-Sim, só foi um pouco volátil, heh.
Ele continua com uma postura um pouco tímida e recuada, mas já está um pouco mais solta que da primeira vez que os dois se falaram Victor suspira abaixa um pouco a sua cabeça e continua a mexer nas coisas dele, Kristoph se deita na cama e para pra pensar em tudo que aconteceu até agora e percebe que está exausto depois de tudo isso e se levanta para ir à busca de um banheiro.
-Ei Victor sabe onde ficam os banheiros?
-No final do corredor tem um, acho que no final de todos os corredores desse prédio deve ter um pra conseguir suportar tantos alunos.
-Faz sentido, obrigado.
Ele abre a porta e segue para o fim do corredor em busca de um banheiro quando o encontra percebe que a porta do banheiro não tinha uma placa indicando masculino ou feminino, afinal no dormitório masculino não faria sentido ter um banheiro feminino, ao abrir a porta ele ve que o banheiro tinha um grande mictório, três pias, um espelho grande e quatro vasos sanitários com divisórias impedindo a visão deles, o banheiro era inteiramente coberto de azulejos brancos menos o teto que era preto, ele vai escovar meus dentes e fazer suas necessidades, mesmo estando meio cedo o jovem estava cansado e decidiu ir dormir logo, alguns alunos passam pelo banheiro enquanto ele estava lá, mas não se inicia nenhuma conversa, afinal era o banheiro ele não tentaria puxar assunto ali, ao sair do banheiro ele percebe uma coisa: a falta de chuveiros, “como as pessoas tomavam banho ali?” se perguntou, mas a duvida não durou muito, pois assim que olhou para o lado viu outra porta com uma placa escrita “Vestiário”, e percebeu que era lá que se encontravam os chuveiros, mas ele prefere deixar o banho para outra hora da manhã seguinte, estava cansado afinal, ao entrar no quarto viu que Victor agora parecia ter dado uma pausa ele olhava pela janela tomando algo de uma caneca.
-Ei, se importa se eu desligar a luz? Eu realmente preciso descansar um pouco.
-Ah claro pode desligar.
Ele desliga a luz e se deita na cama, olha para o lado se sentindo um pouco culpado por ter o feito parar seu trabalho mais cedo, nessa hora Victor toma um grande gole de sua xicara põe seus óculos de proteção e então uma luz vinha da frente dele, ele se vira e olha para Kristoph.
-Relaxe eu não vou fazer barulho, pode dormir tranquilo.
Tinham pequenas lanternas nas laterais dos seus óculos de proteção iluminando o suficiente para que ele pudesse trabalhar mesmo no escuro, e logo então ele voltou à cabeça para o lado e continuou trabalhando, por incrível que pareça ele realmente não fez barulho, Kristoph ficou até impressionado com esse silencio inesperado e fechou seus olhos tentando cair no sono.
...
Escuro... Tudo tão escuro... Uma batida, ritmada não muito rápida nem muito alta, aumentando a velocidade e a intensidade do som gradativamente, como se se aproximasse até que para. Uma porta de madeira um marrom quase vermelho, com decorações azuis no meio e uma maçaneta dourada, ela começa a girar, então a porta começa a abrir e um som de como uma porta antiga se abre ecoa, a única coisa que se vê do outro lado da porta são dois olhos um vermelho e outro azul, eles me encaram.
-Você sabe o que é uma porta?
Uma voz suave e forte diz com calma.
-É um móvel?
-Não, uma porta é uma porta, o importante é o que a porta faz.
-E o que ela faz?
-Uma porta serve para conectar dois lugares permitindo transitar entre eles, uma sala e um corredor, um quintal e uma casa, um banheiro e um quarto, todos são conectados por uma porta, um lugar só é um lugar com uma porta, compreende?
-Entendo, eu acho.
-Bom, então vai se acostumar logo, eu vou lhe ensinar como se abre uma porta especial.
-Porta especial?
-Sim, você já abriu uma por acidente, não se lembra do nosso encontro mais cedo?
-Ah, era você a voz daquele lugar, que lugar era aquele?
-Isso não importa agora, o importante agora é o que é uma porta especial, essas portas diferentes são as únicas que ligam não só dois locais como também conectam versos.
-Versos?
-Sim, como o seu.
-Meu verso? Eu não compus nenhum verso.
-Ha, o verso em que vive inocente criança.
-Verso em que vivo? Como assim.
-deixe me lembrar de como vocês chamavam... Ah sim, agora me recordo era o universo.
-Espere, está me dizendo que portas podem me levar pra outros universos?
-Sim, mas somente as portas especiais, veja que nos outros versos as portas nunca estão no mesmo lugar, exceto as portas especiais elas são as únicas que ocupam o mesmo lugar em outros versos, ligando assim os dois que a tem, pois essa é a função de uma porta, ligar dois versos, é isso que uma porta especial faz, às vezes raramente ela liga mais de dois versos, mas somente portas especificas podem fazer isso, como a que você entrou ela leva a muitos e muitos versos.
-Então como são criadas essas portas?
-É o que todos querem saber, mas é um segredo afinal com a porta certa se pode encontrar todos os tipos de coisas por isso não posso lhe contar.
-Ah, entendo, mas espere quem é você?
-Eu sou eu oras quem é você?
-Ah claro desculpe eu sou Kristoph.
-Ah então é você, eu tenho algo pra te entregar.
-O que seria?
Uma chave sai da escuridão de dentro da porta, uma chave dourada com algumas joias verdes vem voando até a frente de Kristoph e ele a pega.
-Aqui tome essa chave e abra a terceira porta a direita.
-terceira porta a direita? Mas não tem portas aqui além da sua.
-Tem sim bem atrás de você.
Ao olhar pra trás ele percebe que tem um grande corredor com varias portas parecidas com a que tinha a sua frente, mas sem os detalhes azuis e a madeira não era tão avermelhada, um grande tapete vermelho com detalhes dourados estendia-se por todo o corredor que parecia ser feito de ouro puro e no teto grandes lustres de cristal iluminando o lugar.
-Terceira a direita pode ir.
-Ok.
Ao chegar à porta e colocar a chave na fechadura enquanto gira pode se ouvir um clique a porta estava aberta, no giro da maçaneta a voz disse: “Boa sorte” e a porta se fechou e sumiu  o menino continua e abrir a porta na sua frente e uma forte luz verde vinha do outro lado que ficava cada vez mais forte ele tenta bloquear suaa visão com seu braço mas não adiantava de nada até que tudo de repente ficou preto, quando abriu seus olhos ele estava deitado na sua cama do dormitório, “que sonho estranho” pensa consigo mesmo, olhando para o lado ve que Viktor ainda estava dormindo e que o céu ainda estava escuro tinha um relógio na mesa dele que marcava 3 da manhã, Kristoph se levanta da cama e vai para o banheiro lavar o rosto ele sentia algo estranho dentro de si, não sabia dizer o que, talvez por causa daquele sonho estranho, depois de lavar o rosto enquanto voltava para o quarto percebe alguma coisa, um som como se algo o chamasse, não pareciam passos, nem mesmo uma voz o chamando mas ele sentia algo o chamar para o lado de fora do dormitório, como se uma musica de seu gosto estivesse tocando e ele sentisse vontade de ir lá ouvir melhor, então ele segue para fora chegando lá ele olha para a lua sente a brisa e continua caminhando um pouco até ver Kuromu sentada em um banco perto do pátio olhando para a lua.
-Kuromu o que você está fazendo aqui?
-Eu preciso alcança-la. Responde ela sem desviar seu olhar.
-Alcançar a lua?
-Sim eu preciso alcança-la para ser livre.
-Livre? Você já é livre.
Ela me olha nos olhos enquanto para de dançar, com o mesmo olhar sem vida e esperança.
-Eu...
...
Kuromu entra no dormitório feminino e segue para o quarto dela, ao chegar lá sua colega de quarto não está lá e as palavras continuam girando em sua mente o que Kristoph disse e o que a voz falou “como ele poderia saber? Será que foi tudo coincidência? Ou tudo foi planejado pela voz?” Essas perguntas rodavam pela cabeça dela enquanto ela estava deitada na cama e após algum tempo refletindo ela se levanta e decide ir dormir, faz suas necessidades escova os dentes e então se deita na cama nada de sua colega ainda, mas isso não importa não depois de tudo isso, o cansaço alcança Kuromu e ela começa a fechar os olhos sem pensar em nada.
...
Um grande jardim vazio, todas as plantas estão mortas tem diversas esculturas de pedra, todas danificadas nenhuma delas mantem um rosto sentada num banco de pedra rachado está Kuromu olhando em volta até que uma figura escura com olhos lilás senta-se ao seu lado.
-Por que esse lugar está assim? Pergunta Kuromu observando as esculturas destruídas.
-Esse Lugar foi amaldiçoado há muito tempo. Responde a figura com uma voz feminina doce e penetrante.
-Amaldiçoado? Por que fariam isso a um lugar assim?
-Eu não sei... Às vezes as coisas simplesmente acontecem.
-Isso é muito triste.
-Sim, mas diga-me você sabe as palavras?
Kuromu então se lembrou da conversa com Kristoph e as palavras vieram a sua mente, a voz dessa figura ao seu lado era a voz que falara com ela mais cedo.
-Você é a dona daquela voz que falou comigo naquele lugar escuro.
-Sim sou eu, e eu farei como prometi, mas você terá que me dizer as palavras.
-Nix tabescet, são essas as palavras certas?
-Sim, essas são as palavras corretas.
A figura estende seu braço direito e abre a mão e uma pequena perola lilás está brilhando um pouco.
-Isso lhe libertara da sua marca e lhe trará a felicidade.
-Como devo usa-la? Como finalmente posso ter felicidade?
-Primeiro você tem que se libertar seu coração ainda está preso.
-Como posso fazer isso?
-Talvez alcançando a lua? Fazendo amigos? Conquistando nações? Não é fácil ter um coração verdadeiramente livre, muitas pessoas não sabem que estão presas.
-O que devo fazer? Eu não tenho nada eu não sei nada.
-Ora, então tudo que você pode fazer agora é ganhar, siga o som, siga a trilha, seja livre e então alcançara a lua, alcançara a felicidade que procura e sua marca desaparecera.
-Que marca? Você já disse sobre ela antes, mas eu não tenho nenhuma marca.
-Você tem alguma marca de nascença? Algum corte ou mancha que desde que você se lembra de sempre estar lá?
-eu... Acho que sim talvez. Kuromu pensa e se lembra de um sinal que tem na lateral do tórax ela levanta a blusa e mostra o sinal, mas quando ela o vê dessa vez nota uma diferença do habitual tinha uma espécie de desenho no lugar dele um grande circulo com vários desenhos e pareciam ter letras dentro deles, mas ela não conseguia ler.
-O que é isso? Isso não estava aqui antes.
-Essa é a marca do ódio, por culpa dela você teve uma vida tão infeliz ela faz com que aqueles a sua volta semeiem ódio contra você e sua tristeza e sofrimento a mantem e a deixa mais forte, é difícil se livrar dela poucas pessoas tem uma marca assim e a sua a acompanha desde tanto tempo... Pobre criança você é mais forte do que muitos que já vi. Diz a figura com um tom de tristeza e pena em sua voz
-Essa é a razão pela qual eu sempre fui tão odiada? Quem fez isso comigo? Por quê? Eu... Eu não- Ela começou a chorar, chorando tanto que nem conseguia falar, e a figura pôs a perola em sua mão.
-Acalme-se minha criança tudo agora está perto do fim seu sofrimento está perto de acabar, por isso acorde agora.
Ao ouvir essas palavras Kuromu acorda com lagrimas escorrendo de seus olhos e com uma perola lilás em sua mão como no sonho, Kuromu levanta sua blusa, mas dessa vez somente um sinal está na lateral do seu tórax não uma marca ela aperta sua mão levanta-se enxuga o rosto com seu braço e decide sair do dormitório após ver a lua pelo lado de fora da janela ela não se importa mais com o resto, sua colega de quarto está dormindo roncando ela abre a porta e anda em direção ao lado de fora, ao sair do dormitório e olhar para cima a lua parece ainda maior ela sente a perola na sua mão e parece que algo além de tristeza está em seu corpo sob o luar sem ninguém envolta somente os sons da natureza e a escuridão ela sente algo, não uma voz, não um passo, mas um som como uma melodia a chamando, então ela começa a andar tentando deixar a perola o mais próximo da lua o possível estendendo sua mão “Se eu conseguir alcançar a lua eu serei livre... isso que estou sentindo é um pouco de liberdade?” então ela vai andando pela noite sentindo os movimentos do vento suavemente passando pelo seu rosto levando seus cabelos até que para próxima do pátio ela avista um banco e se senta nele observando a lua deixando a perola próxima de seu peito.
-Kuromu o que você está fazendo aqui?
-Eu preciso alcança-la. Responde ela sem desviar o olhar.
-Alcançar a lua?
-Sim eu preciso alcança-la para ser livre.
-Livre? Você já é livre. Ele então se senta ao lado dela no banco.
Então Kuromu se lembrou de tudo, da sua vida, da sua família, da sua colega de quarto e de tudo mais que acontecera, uma grande tristeza voltou para seu coração ela para e olha para Kristoph.
-Eu... Não sou livre.
Após ela falar essas palavras Kristoph percebeu algo, ele podia ver uma marca na pele de Kuromu, mesmo que sua roupa cobrisse aquele lugar ele conseguia ver uma espécie de circulo brilhando com um rubro forte, e uma fraca luz lilás em sua mão direita.
-Ei o que é essa marca e essa luz saindo da sua mão?
Kuromu levanta novamente seu rosto surpresa com o que Kristoph disse.
-Você pode ver esse brilho e essa marca? Kuromu abre sua mão direita e mostra a Kristoph a perola.
-Sim, digo não sei por que consigo ver a marca através da sua roupa e o brilho dessa coisa através da sua mão, mas de alguma forma consigo ver.
Kuromu se lembrou das palavras da figura “A marca semeia o ódio aqueles a sua volta”.
-Diga você me odeia? Sente raiva de mim ou repulsa?
-Não, Por que eu sentiria isso? Você nunca fez nada que me prejudicasse. Responde Kristoph sem entender direito a situação.
-Ela me disse que todos me odeiam por causa dessa marca... Por culpa dela nunca fui amada.
-Quem é ela? Bem, ela está errada eu não te odeio mesmo você tendo essa tal marca.
-Eu não sei... Era uma figura feminina mas eu não podia a ver ela estava totalmente envolta em trevas.
-Você também viu alguém assim? Me fala tinha uma porta no lobby do seu dormitório uma com janelas pretas e quando você abriu ela foi parar em outro lugar com uma voz estranha não é?
-Sim exatamente assim, Ela falou com você também? Kuromu olha para ele com um olhar de surpresa.
-Não, quem falou comigo não era uma mulher eu tenho certeza, mas eu passei por algo parecido... Afinal o que há de errado nesse lugar? Será possível que eram as tais portas especiais?
Kristoph parou por um momento pensando no seu sonho e que agora ele podia ver essa marca em Kuromu, “será que aquela porta que abri e aquela luz me fizeram ser capazes de ver coisas sobrenaturais? Espere... Bruno também foi afetado? O que é esse lugar afinal.”, enquanto isso Kuromu não sabia ao certo no que pensar teria finalmente encontrado uma forma de alcançar a felicidade? Será que sua vida voltaria a ser feliz? Ela conseguiria amigos em sua vida? Essas perguntas rondavam sua cabeça tudo isso em apenas um dia nesse lugar misterioso que é a Academia Columbus Daniel Duval, o que será que os aguarda no futuro?

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⏰ Última atualização: Aug 30, 2018 ⏰

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