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Acordei com meu celular tocando. Desliguei o alarme e vi que eram 22h31, significando que daqui a meia hora Manu já deveria estar no aeroporto para que logo mais adentrasse no voo que iria separar a gente por um bom tempo.
Me levantei, pegando minhas muletas e vi ela guardando as últimas coisas na sua mala. Parei em sua frente e nos selamos.
-Vou lá acordar o Fabio para a gente poder ir!
-Você sabe que eu posso muito bem ir de táxi, né? - ela me questionou.
-Você sabe que eu pelo menos quero estar no aeroporto para a se despedir, né? - retruquei e beijei seu rosto - Vou lá!
Caminhei até o quarto do meu amigo, que iria dirigindo até o aeroporto, como combinado, porque eu não tinha nenhuma condição de dirigir por algum tempo.
Bati na porta do quarto e escutei meu amigo dizer algo e me surpreendi ao vê-lo acordado.
-Já vou ir, só vou trocar essa bermuda! - assenti, deixando-o ali enquanto iria para sala, onde Manu já aguardava com suas bolsas.
A abracei e senti ela respirar fundo, provavelmente segurando o choro, já que ela era bastante sensível e confesso que eu também queria muito chorar. Mais uma vez estavámos nos distanciando e dessa vez seria mais complicado nos vermos, porque em breve estarei treinando novamente e ela estará estudando.
Logo, Fabio apareceu na sala e junto dele, minha mãe e Higor, que encheram Manuela de abraços e diziam coisas que geralmente dizemos em despedidas, deixando o clima mais melancolico possível.
-'Bora? -Fabio perguntou pegando as chaves do seu carro e pegando a mala da Manu, que assentiu e termminou as despedidas com dona Vera e Higor, que ficariam em casa.
(...)
Depois de tudo acertado no aeroporto, estávamos aguardando anunciarem o voo dela, que ainda não tinha chegado lá. O atraso não demorou mais do que meia hora e quando escutei uma voz anunciar que os passageiros já poderiam se dirigir ao voo, meu coração se apertou.
Manu se levantou e foi abraçar Fabio, se despedindo dele, que logo se afastou, possívelmente para nos dar privacidade no nosso último minuto juntos por um tempo.
Ela estava triste e finalmente deixava suas lágrimas caírem sobre seu rosto. A abracei novamente e eu resistia para não chorar.
-Eu queria te dizer uma coisa antes de ir - ela me disse quando nos afastamos, ajeitando sua bolsa no ombro.
-Diga!
-Eu te amo! - arregalei os olhos ao ouvir aquilo. Inevitavelmente não pude deixar de sorrir.
-Eu também te amo, minha morena!- ela sorriu e me beijou. Logo em seguida se separando e pagando sua mala, caminhando para onde entraria no voo e quando a vi sumir ali dentro, não pude deixar de chorar. Estaríamos longe novamente.
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