Decido que irei para o escritório de meu pai ver o que descubro.
Eu sigo pelas ruas segundarias da cidade, pois as principais estão completamente congestionadas por carros abandonados, de modo que apenas seria possível passar se fosse de moto.
Atravesso a cidade e a outra metade dela está com energia nos postes e as casas iluminadas.
Vendo a cidade assim, parece até que estou em uma rua pouco movimentada e tudo está normal, por um momento finjo que nada mudou e que estou simplesmente indo buscar o Sonny na escola.
E por um momento meu coração fica aliviado.
Chego já muito tarde da noite à empresa de meu pai, uma pequena gráfica.
Estaciono de qualquer jeito em frente à loja, sei que se fossem outras condições eu iria levar uma multa ou até mesmo o carro poderia ser guinchado, meu pai me mataria e eu teria que pagar do meu próprio bolso, mas não tenho culpa dele não ter me ensinado a estacionar corretamente.
Já era para estar fechada há essa hora, mas tudo está aberto como se ainda estivesse em horário comercial. A entrada está intacta, porém atrás do balcão há muitas folhas caídas e espalhadas pelo chão e como em casa, não tem nenhum sinal de meu pai ou de Rick, seu sócio.
Vou direto para o computador no balcão e o ligo agradecendo por aqui ter eletricidade, esse é o melhor método de obter informações. Assim que ele inicia vejo na área de trabalho com espanto a data de hoje, 12 de novembro...
Passou-se quase um ano desde minha última memória...
Um ano dormindo...
Um ano que não vejo minha família...
Pesquiso as notícias atuais e há um ano ninguém posta nada, nem no jornal online da cidade, então pesquiso tudo que consigo pensar, olho jornais nacionais e internacionais, nos blogs que costumava entrar, não há nada recente, nenhum post, nenhuma notícia, nada... Todo o mundo está completamente vazio como se ninguém mais existisse.
Eu sinto um medo incalculável crescendo dentro de mim e uma vontade incontrolável de chorar, pela primeira vez desde que despertara eu percebo que algo muito sério está acontecendo e duvido se minha família está bem e se eu os verei novamente.
Meu coração diz que estou sozinha e teme ser para sempre, mas minha mente responde.
– Não se preocupe Wenny, eles estão bem. – é o que eu diria para eu mesma, mas não sou eu quem fala.
– Como você sabe? – pergunto pela primeira vez esperando uma resposta e a recebo.
– Sei de muitas coisas, se você me ouvir poderá revê-los.
– Como?
– Antes você precisa sair daí.
– Por quê?
– Logo eles chegarão.
Eu levanto e volto para o carro.
– Você me ajuda que eu te ajudo. – propõe ele, a esse ponto já sei que não é minha imaginação ou algo que eu criei, de alguma forma a voz em minha cabeça vem de alguém.
– Te ajudar como?
– Eu estou preso e preciso que você me liberte, mas logo eu serei suprimido. – percebo um medo imenso em suas palavras.
– Suprimido? Como assim?
– É suprimido, extinguido, acho que você diria morto.
– Quem é você?
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MORPHEUS - Mundo Adormecido
Science FictionE se você acordasse em um hospital do que parece ter sido um coma? E se tivesse centenas de pessoas como você? E se você passasse a ser perseguida sem saber por quem ou qual a intenção de seus perseguidores? E se não houvesse mais ninguém no mundo h...