Unidos Pelo Acaso

1° PARTE - MANUELLA MARLUEY

- Acho que não devia ter vindo - falo e me arrependo de ter aceitado o convite de Julie e Kessya, para ir na festa de Bryce Adams, melhor amigo de David Moore, o garoto mais gato e popular da escola, capitão do time de basquete. Os outros garotos querem ser como ele e as garotas querem beijá-lo. Não irei mentir, eu também adoraria beijar o David.

Eu aceito o convite de ir, pois sei que o David vai estar na festa. Sinceramente, agora que penso melhor, eu não sei qual a importância de ele estar na festa, ele nem se quer ira me notar, nem sabe que eu existo.

- Ah não Manu, você ainda nem entrou na festa e já quer ir embora - Julie reclama, e enrosca seu braço no meu, e me impede de sair correndo que é muito o que eu quero fazer.

- Julie tem razão - Kessya concorda com Julie.

Na maioria das vezes em que nos encontramos juntas, as duas se unem para me contrariar, estou acostumada com situações como esta.

-E outra, fique animada, porque é hoje que você pega o David! - Kessya e Julie riem, imaginando como seria o meu beijo.

-AH TA! Só se for nos meus sonhos - sou irônica.

Chego na festa, e Kessya sem mais nem menos, vai procurar o namorado - ela é do tipo que muda de namorado toda semana -, Julie me acompanha até o sofá na sala.

- Peraí, o que você vai fazer? - pergunto a Julie, enquanto me sento no sofá.

-Vou pegar duas bebidas para gente. Já volto - ela sai e desaparece em meio à multidão.

-Não precisa, eu não bebo! - falo tarde demais, ela vai embora. Suponho que não me escutou - não me deixa aqui sozinha... - sussurro, e olho ao meu redor: Como as pessoas se sentem confortáveis em ambientes como este? E por que mesmo eu aceitei o convite de vir?

É muito barulho para uma festa só: gente que grita, enquanto toca Calvin Harris em um volume extremamente alto. Eles não conseguem apreciar a música em um volume um pouco mais baixo? Sem contar com o povo que se pega em meio à multidão, beijando como se não houvesse amanhã, e fica em meio a todos como se nada estivesse acontecendo ao seu redor. E também um bando de garotos na cozinha, que fica ao lado da sala, fazendo joguinhos, apostando em quem consegue terminar primeiro a beber uma garrafa de 2L de vodca direto sem parar.

-BEBE, BEBE, BEBE!!!- eles gritam, ao mesmo tempo em que assistem a dois garotos beberem as garrafas cheias de vodca sem parar.

-UHUUU!!! - grita o primeiro garoto a terminar a beber a garrafa inteira, em uma velocidade inexplicável.

Ele levanta os braços e grita mais ainda. Comemora a sua vitória, e sem querer deixa escorregar de sua mão a garrafa de vidro- agora vazia- que segurava. A garrafa caí de uma altura pequena. Ela se destrói com o baque da queda, e se divide em cacos, que se espalham pelo chão da cozinha. O garoto olha para o chão sem saber direito onde olhar, e começa a rir de forma escandalosa. Algo muito forte em mim, diz que: está não era sua primeira garrafa!

Agora, o segundo garoto, o que também estava competindo, não consegue terminar sua garrafa, pois este se engasga, cospe um monte de vodca e começa a tossi descontroladamente. Ele também- sem querer, suponho eu- derruba a garrafa de suas mãos, mas está estava ainda cheia de vodca, que também se espalha pelo chão. O garoto ainda tossindo, leva as mãos a boca tentando parar, e depois corre até uma lixeira próxima a ele e vomita nela.

-Or... - Volto a olhar para frente, pois infelizmente tenho o desprazer de ver um pouco do que saia da boca do coitado. Franzi o meu rosto, e levo a mão a boca, enojada.