Immortal - Jikook AU

It Burns Like Hell

N.A: Lembre-se, essa é uma história de FICÇÃO, ou seja, NÃO ACONTECE na vida real, e as cenas escritas NÃO DEVEM ser reproduzidas.

Escuro. Era tudo que Jimin via. Ou pelo menos achava que via, já que nem sabia se estava realmente vendo alguma coisa. Ele simplesmente não sentia. Não sentia dor, não sentia seus membros, não sentia nada.

Mas ele ouvia.

Jimin ouvia tudo ao seu redor, porém estranhamente não conseguia responder. Então escutar aquelas vozes e barulhos abafados viraram seu passatempo. Algumas ele reconhecia, como a de seus pais, e outras não. Porém havia uma que o deixava ansioso, desesperado para ouvir mais e mais, como se fosse o tênue fio de esperança que ainda lhe restava de sair daquele lugar.

Não era a melhor sensação do mundo, mas pelo menos ele ainda tinha seus sentimentos intactos, e isso era bom.

Aquela voz, que ele conhecia muito bem, era de seu irmão. Mas ela estava diferente. Estava mais... triste. Eram raras as vezes que Jimin havia visto seu irmão deprimido, porém essa voz já estava assim há um tempo, e isso o abalava incondicionalmente.

Sinceramente, Jimin nem se quer sabia se estava vivo. Aquilo podia muito bem ser o seu cérebro mostrando algumas memórias de sua vida antes dele partir completamente deste mundo, e ele até aceitaria isso. Já estava assim há tanto tempo que já havia aceitado o seu destino. Se fosse seu destino, pois ele também não sabia. Porém a única coisa que o fazia acreditar que seu coração ainda batia era essa sensação de solidão. De que havia decepcionado seu irmão.

Do que ele estava falando? Ele não devia estar pensando em uma coisa dessas agora. Devia estar achando um jeito de sair daqui.

Chanyeol não havia desistido de si, e Jimin provaria que ele estava certo em acreditar.

Ele também não desistiria de si.

E essa determinação em viver acabou despertando algo nele. Uma força que ele nunca havia sentido antes, como se o puxasse de volta.

Até que ele viu. Ele finalmente teve a certeza de que envergava, de que sairia daquela prisão.

Ele viu fogo.

Chamas dançavam ao seu redor, iluminando bruscamente aquela escuridão. Elas passeavam pelo enorme espaço com graça, se alastrando rapidamente como um tigre, porém com uma beleza espantosa. A beleza do perigo. Do calor. De estar vivo.

E então elas começaram a se aproximar. Aquela sensação de calor aumentava cada vez mais, preenchendo cada pedacinho do seu corpo com uma vontade inexplicável. Ele queria pular. Se juntar a elas, participar daquela dança sincronizada que tanto o atraia. Aquelas chamas o convidavam para entrar, e ele não recusaria esse convite.

E então pulou.

E aquela sensação era maravilhosa.

As chamas não o queimavam, em vez disso traziam sensações incríveis de força, poder, confiança, coragem. Ele sentia como se pudesse controlá-las. Se tornar um com elas.

E isso se confirmou quando as chamas o obedeceram.

Pensou como queria mexê-las. Nas sensações que elas o davam. Então, como se soubesse o que fazia, levantou um de seus braços. E com ele uma onda flamejante se formou de seu corpo, alastrando-se rapidamente na direção apontada.

E ele adorou.

Elas se contorciam, deformavam, faziam a sua vontade de acordo com o que pensasse. Era incrível.

Era, até tudo desaparecer subitamente. E da mesma forma que aquela dança foi interrompida, uma outra começou.

Ao contrário da primeira, ela não era bonita. Parecia ser a mesma coisa, as mesmas chamas, mas a cada pirueta que davam, Jimin se sentia estranho. Um desconforto perdurava dentro de si, e não parava de crescer. Então ele se afastou.