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ｉ'ｍ ｔｏｏ ｆａｓｔ ｉ ｋｅｅｐ ｇｏｉｎｇ
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— Alô, é da polícia? — pergunto após o quinto toque.
— Pois não, senhorita. Qual sua ocorrência?
— Queria relatar um roubo.
Tento ao máximo abafar minha risada escandalosa enquanto confiro com o policial idiota do outro lado da linha o meu endereço glamourosamente ordinário...aqueles que não entendem o luxo de viver sobre a pele de uma mulher que transpõe os limites com risadinha maliciosa no rosto maquiado; por saber que nada das desgraças que aconteceram foram merecidas. Só que é esse o ponto. Ninguém precisa entender. O meu amor próprio, enjaulado e egoísta.
Assim que chegam em minha porta apontando armas para todo o canto, eu os encaro de volta.
— O que houve? Diga, o que roubaram? — um deles grita em meu rosto e eu tenho vontade de arrancar sua garganta.
— Roubaram meu coração — grito de volta.
Minha maquiagem está tão borrada e eu choro tão desesperadamente que um dos policiais tem de me carregar para dentro, sentar-me no sofá e dizer que da próxima vez que algo do tipo acontecer eu posso até mesmo pegar dois meses.
Eles vão embora. Eu fecho a porta. E quebro o telefone em mais pedacinhos do que um coração pode. Esfarelo seu plástico ridículo e vermelho até sobrar um tempero que condimenta minha raiva, decepção e alma partidas ao meio.
