Conto 2 - O Monstro do Lago

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Sem demora dessa vez: "Era uma vez..."

Um homem obcecado.

- Vamos David eu preciso do dinheiro, só mais alguns dólares.

O banqueiro olhava o amigo que estava novamente em decadência. Ele tentou apelar para a sanidade, como se ele não estivesse doente na mente e no coração.

- Samuel eu não posso mais emprestar dinheiro à você. Já tem uma dívida enorme em seu nome e o banco só não está com sua casa porque eu estou intervindo. Por favor amigo, me escute, eu sei que foi difícil perder as duas, mas você precisa seguir em frente e esquecer isso.  

O homem bateu a mão na mesa, fazendo um porta canetas cair e outros objetos balançarem, se levantou da cadeira irritado com aquela conversa que já havia se repetido, várias e várias vezes, e como todas as outras vezes ela não era aceita de forma alguma.

- Eu tenho uma boa pista, fotos e até o local, só preciso de dinheiro pra alugar um barco. Preciso provar que o monstro do lago as matou naquele dia.

Ignorando mais uma vez, David tentou pensar em uma forma de ajudar, a loucura já havia  o consumido, porém a esperança em recupera-lo permanecia constante em sua mente.

- O banco não vai te emprestar mais dinheiro, mas eu posso com uma condição apenas...

- Então vamos, conte qual a condição.

Samuel se sentou, deixando a raiva de lado, escutando atentamente o que o David falava.

- Se você for e não encontrar nada, vai esquecer essa história de monstro e tentar superar isso.

Samuel refletiu por alguns segundos sobre a condição imposta, mas estava tão crente que agora encontraria, que não demorou muito a responder.

- Ta bom! Se eu não encontrar, eu tento.

- Você promete por elas? 

O amigo sabia que elas eram os únicos entes queridos, que podiam mover a viva de Samuel, mesmo que não estivessem mais nesse mundo.

- Sim, eu prometo, satisfeito?

David abriu a gaveta e pegou notas de cem novas e bem arrumadas, colocou dentro de um envelope e estendeu na direção do amigo, mas antes de entregar, falou olhando nos olhos de Samuel:

- Não, eu não estou satisfeito, mas vou me contentar com sua palavra.

Samuel pegou o envelope e colocou no bolso do casaco surrado.

- Obrigado.

- Tome cuidado velho amigo.

Samuel saiu do escritório, deixando David respirando fundo com preocupação.

O homem seguiu em passos rápidos para o píer da cidade, onde os barcos esperavam para sair ao mar. Um lugar que ele já fora tantas vezes, onde havia perdido grande parte do dinheiro e sanidade.

Seguiu rapidamente até um dos barcos ancorados, já familiar. Por fora, este tinha três cores colorindo seu casco: azul marinho, branco e azul. As velas estavam recolhidas e o convés estava repleto de caixas de madeira e cordas.

Quando avistou o velho capitão de barba grisalha e olhos verdes, este vestia roupas surradas de marinheiro e gritava ordens aos dois marujos, para que limpassem corretamente o convés da embarcação tão antiga quanto o dono.

- Leonardo, preciso falar com você mais uma vez.

O capitão se virou ao homem que gritava no píer, uma cena que já havia  se repetido tantas vezes, mas toda vez que o personagem participava dela parecia definhar cada vez mais. 

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⏰ Última atualização: May 13, 2020 ⏰

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