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Bárbara parece inquieta na cadeira, ela olha para todos os lados menos para mim

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Bárbara parece inquieta na cadeira, ela olha para todos os lados menos para mim. O que me faz rir algumas vezes.

– Você fica uma gracinha tentando evitar de me olhar - digo enquanto continua a mais de 10 minutos a olhando fixamente, após termos feito nosso pedido.

– É? E você me deixa desconfortável me olhando como se eu estivesse algo de errado na cara - ainda sem me olhar-

– E você tem mesmo! - rapidamente ela se vira me olhando.

– Tenho? Onde? O que é? - Bárbara pega o celular e dá uma olhada pela tela bloqueada , seu rosto procurando o “erro”

– Sua boca não está se ocupando na minha! Isso tá muito errado -Sorrio de canto, mas minhas mãos entrelaçadas a frente da boca, esconde parcialmente meu sorriso.

Bárbara solta o celular com uma vontade na mesa que se não fosse tão importante o celular, juro que tinha parado na minha cara. Ela respirou fundo fechando os olhos por breves momentos.

– Sabe, você está muito tensa, eu estava só brinc…- Bárbara me interrompe

– Você me trouxe até aqui para tratarmos de negócios! Aqui estamos, agora vai lá, comece a falar. - Sua postura muda de repente. Ela apoia esticando seus braços na mesa, seu olhar era sério demonstrando que realmente estava ali para negócios. Concordo com a cabeça.

–Certo, pensei sobre o que me disse ontem

– Eai?

– Eu aceito seu ser “namorado” -Faço as aspas com os dedos- Aceito ser sua cobaia, só precisa me dizer o que fazer. - Bárbara tenta segurar o sorriso que insiste em se abrir ou escutar que eu ficaria.

– Ain Zayn -Em segundos sinto seus braço em volta de mim. Mas logo se afasta quando o garçom chega com nosso pedido- Muito obrigada.

– Não agradeça, estou aqui para isso não é mesmo? -Pego meu prato, os talheres e começo a comer, assim que a comida cai no meu estômago, ele dá sinal de vida. Fazendo um leve burburinho.

– Okay, Vou tentar chegar mais cedo em casa assim posso te explicar algumas coisas. Agora vamos comer

Assim dito, assim feito. Deixei  de lado o nosso “negócio” e comecei a comer. Durante nossa refeição conversamos sobres coisas aleatórias, a tensão entre nós dois foi diminuindo. Bárbara me falou de algumas boates bem conhecida, restaurante em que ela já foi. Lugares incríveis para ir. Me dei por conta de que 30 dias não seria o suficiente para ir em todos os lugares, aliás eu tô aqui a trabalho, mas nada impede de que eu possa aproveitar e conhecer a cidade.

Ela me falou um pouco sobre si, que gosta de andar a cavalos nos fins de semana quando não tem muito trabalho. Que venho para Las Vegas com uma amiga de sua mãe. Que a hospedou e cuidou de tudo necessário. Também não me deu muitos motivos , causas ou circunstância. Gosta de ir em cinemas, alguns jogos de basquete fanática Lakers , o que nos causou uma boa conversa sobre jogo de NBA , discutindo sobre qual time era melhor  Lakers X Washington Wizards. Me contou dos livros que gosta, das músicas e de alguns hobbies.

Mas resumindo a vida de Bárbara é: Casa, Trabalho, Casa e às vezes , muito raramente uma saída diferente.  

Tento o máximo evitar falar sobre mim, Bárbara tem uma curiosidade gigantesca. Deu uma enrolada para desviar o foco de mim.

– Minha vida não é muito diferente da sua. Sem muita emoção -Olho as horas no relógio de pulso dourado. Já se passaram 3 horas. Foram três horas de papo entre um gole de suco, e sobremesas. Olho Bárbara- Vamos tenho de te levar de voltar de onde te tirei.

– Mas já? -seus olhos se arregalam quando vê a hora no seu celular que no mesmo instante recebe uma notificação. Pela cara dela foi importante e urgente. Ela levanta pegando o casaco. Já havíamos pagado a conta- Tenho uma reunião em 5 minutos - passou por mim avoada. Levanto me e vou atrás dela que anda em passos largos.

A deixo na porta do prédio onde trabalha. Nem sequer olho para trás apenas saiu do carro as pressas. Me sinto um pouco culpado por ter causado o atraso na reunião.

–Qualquer pessoa que “perde” um pouco de tempo comigo, acaba se atrasando -Rio baixo olhando ela entrar- minha mania de chegar atrasado é contagioso -olho pro Edgar que está a rir junto comigo, negar.

Volto pro hotel.

A noite espero Bárbara para comermos juntos, fiz o trabalho de fazer o pedido em um restaurante que pesquisei e que faziam entrega, óbvio que tive a ajuda de Márcia com os gosto culinários da Bárbara, comida caseira e básica e o prato dela a noite, isso quando come. Já são 21:45 pm, e ainda ela não chegou. Certo a comida não vai esfriar, espero eu, e se esfriar vou fazer ela comer fria só pela demora.chegar.

Eu já dispensei Márcia para descascar, então estou literalmente sozinho na cozinha, só eu, a comida e o relógio, que aliás ja estou escutando o barulhinho do relógio , tic tac - tic tac, 22:00 e nada dela chegar.Meu estômago já está se comendo. Não quero comer sozinho tudo isso. Escuto a tranca da porta sendo aberta. Me inclino com a cadeira para trás olhando em direção a sala. Era Bárbara, mas algo estava de errado, ela entrou assustada, sua expressão facial era de alguém que estava sendo sufocada e não conseguia pedir ajuda. Quando ela se ajoelha no chão e tampa seus olhos e quando minhas pernas se movem rapidamente até ela, quando me abaixo ao seu lado não houve tempo de perguntas, apenas seu corpo cair sobre meu colo e suas lágrimas são escorregada pelo seu rosto até minha calça.

Uma coisa que aprendi quando fui abandonando é que quando eu mais precisava de alguém, não havia ninguém, nem mesmo meu pai, era eu e o chão do banheiro. Tudo que eu apenas queria era de um colo e de silêncio para meu eu que estava se explodindo se acalmasse,então apenas deixei Bárbara chorar, enquanto minha mão passava pelo seu braço acariciando. Não sei quanto tempo ficamos assim. Mas senti seu corpo ficando mole. Afasto os fios de seu cabelo que estava caído sobre seu rosto o tampando. Ela adormecia em meu colo, dormiu de tanto chorar silenciosamente.

A pego em meu colo e a carrego para seu quarto.

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