1- Prólogo

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Eu tenho observado você por algum tempo
Não posso parar de olhar para seus olhos de oceano
Cidades queimadas e céus de napalm
Quinze chamas dentro daqueles olhos de oceano
Seus olhos de oceano
Ocean Eyes | Billie Eilish

Eu tenho observado você por algum tempoNão posso parar de olhar para seus olhos de oceanoCidades queimadas e céus de napalmQuinze chamas dentro daqueles olhos de oceanoSeus olhos de oceanoOcean Eyes | Billie Eilish

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Chega a ser engraçado como tudo pode mudar tão repentinamente. Eu sempre imaginei um futuro diferente para mim. Um futuro em que meus pais e minha tia ainda estariam vivos, eu seria uma grande médica e uma mulher muito feliz. O que realmente aconteceu? As pessoas que eu amo morreram, optei pela carreira de professora por praticidade e feliz não seria a melhor palavra para me definir, talvez apenas bem. É. Eu estou bem, muito bem, mas apenas isso. Superar perdas nunca é algo fácil e acho que precisaria de mais tempo para realmente seguir em frente e me considerar alguém feliz de verdade.

Sou tirada de meus pensamentos com um Jeremy todo arrumado e bem impaciente.

— Elena, você precisa tomar esse café logo. A gente vai se atrasar, sua doida.

Ligo a tela do celular que estava sobre a mesa e ao ver a hora, arregalo os olhos. Tomo o café de uma só vez, mas termino queimando a boca.

— Merda! — Praguejo.

— Olha a boca. Como vai dar aula para crianças xingando desse jeito? — Reviro os olhos.

— Não reclama ou vai perder a carona.

Isso é o bastante para fazê-lo calar a boca. Levanto e procuro por minha bolsa, mas estava com uma certa dificuldade de encontrá-la.

— Aqui, cabeção. — Jeremy aponta para o sofá.

— Cala a boca.

Pego a bolsa e sigo para fora, deixando que meu irmão tranque a casa. Adentro o veículo e ao ligá-lo, sintonizo a rádio em uma estação que eu adorava. No momento tocava The Night We Met.

— Ah não, Elena. Não acredito que vai ficar escutando essas músicas. Pelo amor de Deus, você tem o pior gosto musical do mundo.

Ignoro as reclamações de Jeremy e aumento o som. Em seguida, dou partida e sigo para sua universidade. O caminho havia sido silencioso, pois ameacei jogá-lo para fora do carro caso ele atrapalhasse meu momento escutando essas músicas maravilhosas. Na chegada, faço questão de provocá-lo como a boa irmã que eu sou.

— Tchau, maninho. Te amo, lindo. Quando suas aulas terminarem, vá direto para casa.

Vários alunos que estavam pelo campus observam a cena em meio à risadas, o que deixa Jeremy furioso a ponto de me dar o dedo do meio.

Pronto, meu dia já havia melhorado um pouco.

O resto do caminho é bem calmo, servindo para que apreciasse cada música que passasse pela rádio. Ao chegar na escola, estaciono meu Toyota Camry dourado, último presente dado pela minha tia. Saio do veículo e sigo para a escola.

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