Prólogo

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A quadra festiva passou como um flash. Zalika, moça de 27 anos, afro- americana e descendente da África Austrália, dona de um esbelto corpo, médio e postura requintada. Estava instalada no coração de uma aldeia, entre as mais famosas e geladas montanhas frutíferas de Loya, numa planície a leste da cidade de Cambaya, em um tedioso dia e manhã chuvosa de 1972, em Janeiro, na primeira semana do ano novo. Dois anos depois que ela e os seus três irmãos migraram-se para este mesmo povoado. A vida surgia em todos os lugares, em vários ramos da existência da humanidade: pessoas bem vestidas, animais gordinhos, plantas frescas e muita prosperidade... tudo era fértil ao redor deles , sorriam-se as babas, e com os brilho nos olhos, uma vez que praticamente sentiam-se ter caídos de "para-quedas" naquele lugar, que parecia um paraíso desde a primeira impressão, assim que lá chegaram, com as malas de roupas na cabeça e vasilhas de águas nas mãos, depois de milhares de quilómetros vagando no alheio pelo deserto, deixando para trás um passado sofrido .

Era o começo de um novo plano, embora estivessem cercados por pessoas estranhas, com comportamentos totalmente contrários à educação que outrora estavam acostumados, sem luxúria.

Em Cambaya, as semanas se passavam tão rápido e monótonas, que de repente, Zalika, percebia que o trabalho árduo, humilhante e pouco remunerado na fábrica de sabão, era como se ainda estivessem na era colonial, em que as mulheres negras só serviam para trabalhos domésticos, e se, conseguissem emprego numa dessas fábricas, o certo seria submeterem-se a tudo o quanto que lhes eram impostas, até mesmo trabalharem doentes, por conta dos tóxicos químicos que elas aspiravam no decorrer das atividades laborais.  


ZalikaOnde histórias criam vida. Descubra agora