Tell Me You Love Me|| Shawn Mendes {book 2}

Capítulo 31

O silêncio reina dentro do quarto. Estamos tão chocados que chega a ser inaudível a nossa própria respiração. Marie está grávida. Eu serei pai.

Percorro seu corpo com o olhar e paro exatamente sobre sua barriga coberta pelo vestido plastificado colado em seu corpo. Ela é magra e já consigo ver uma suposta barriguinha surgir debaixo do tecido. Porra, ela realmente está grávida.

"Shawn?" Volto a olhá-la. "Shawn! Pelo amor de Deus, não desmaie." Ela solta uma risadinha enquanto toca meus ombros. "Eu quero que meu filho tenha um pai."

Me sinto enjoado. Tenho vontade de dizer tantas coisas mas não consigo dizer nada. Transamos sem camisinha alguma vez? Tenho certeza que não. As enchi de água para testar se estavam furadas depois de cada relação. Isso não passa de um engano. Ela deve estar ficando louca.

"Tem certeza que está grávida?" Pergunto.

"Shawn..." Ela ri novamente como se eu fosse um idiota. "Acha mesmo que eu não teria certeza?! Eu sinto que tem uma criança nascendo dentro de mim. Por que... Você não... acredita?"

"Acredito!" Minto. "Claro que acredito! Só... só estou um pouco chocado..."

"Está feliz?" Ela pergunta com um sorriso no rosto. Deus, como eu queria que as coisas fossem diferentes.

"Claro que estou! Mas... nossa! Nossas vidas vão mudar tanto agora!"

Isso é louco. Eu sinceramente devo estar enlouquecendo e Marie está tornando o processo ainda mais rápido. Não é possível. Não. Ela não pode estar grávida. Mas ela está. Porra, ela está grávida.

"Sim!" Ela abre um enorme sorriso. "Eu já nos imagino como uma família... Terá que se mudar do seu apartamento, compraremos uma casa nova que tenha espaço para o bebê. Ai, Shawnzinho, isso é tudo que eu sempre sonhei!"

Estou desesperado. Como direi isso às pessoas? E Paige que está bem abaixo de nós agora? Será que está chorando? Por que sempre existem empecilhos para destruir nossa relação? Eu vou ser pai. Não, eu não consigo acreditar que serei pai de um filho de uma mulher que não amo.

Marie claramente esperava uma outra reação, mas eu seria muito canalha se conseguisse fingir perfeitamente que estou feliz com essa notícia. Eu sempre quis ser pai, mas não dessa maneira, não de um filho de alguém que não amo. Ela está um pouco chateada, consigo notar isso, mas não sou capaz de fazer nada.

Paige está abaixo de nós, está ouvindo tudo e a única coisa que preciso é olhar para o seu rosto e implorar para que isso não mude nada entre nós. Não posso deixar que um filho que eu nem sei se é mesmo meu acabe com o que temos.

"Vou te deixar um pouco sozinho para organizar a mente." Ela se levanta e beija minha testa. "Ainda preciso resolver o check-in e pedir que subam as malas para cá. Fique bem, papai!"

Assim que Marie bate a porta do quarto, me levanto da cama e me deito no chão, procurando por Paige deitada debaixo da cama. Suas mãos apoiam o rosto virado para o lado e noto o nervosismo em sua expressão. Ela está tão desesperada quanto eu.

"Isso é verdade?" Ela sussurra. Estamos deitados de maneiras idênticas no chão, ela no escuro e eu na parte clara do quarto.

"Parece que sim." Sussurro em resposta. Ela está grávida, mas o filho pode não ser meu.

"Parece que acabou, então." Ela diz, desviando o olhar do meu.

Sinto as lágrimas encherem meus olhos. Em partes, eu sabia que isso aconteceria, mas não queria aceitar. Eu tenho certeza de que isso foi um mal entendido. Isso não pode estar acontecendo.

Ela se levanta e a acompanho, tentando me aproximar. Ela veste seu casaco e funga, está chorando.

"Paige, não acabou, não." Seguro seu rosto. "Ainda podemos ficar juntos. E... e eu nem sei se esse filho é mesmo meu."

"Você era ou é, não sei, o namorado dela." Ela me diz. "O filho é seu." Ela sorri entre lágrimas. "Fique feliz com isso." Ela segura meu rosto. "Seu sonho sempre foi ser pai."

Não quero ser pai do filho dela. Penso em dizer, mas não digo nada. Mesmo se o filho for meu, ainda podemos ficar juntos.

"Eu sei." Digo. "É um dos meus sonhos, mas é meu sonho se for de nós dois. Isso não quer dizer que precisamos terminar. Pode ser coisa do Andrew, já pensou?"

Estou pensando em tantas coisas ao mesmo tempo. Tantas possibilidades sobre isso. Tantas outras razões para que ela não me deixe outra vez. Não posso perdê-la.

"E se não for?" Ela pergunta.

"Então, não é meu." Digo e ela solta uma risada sarcástica. Eu tenho certeza disso. Não seria idiota de não usar preservativo com Marie. "Eu usei preservativo todas as vezes. Eu sempre uso."

"Não usamos anteontem." Ela rebate. "Se eu aparecesse grávida, você diria que não é seu?"

"É diferente, Paige." Digo. "É completamente diferente."

"Qual é a diferença?" Ela pergunta e não respondo. Não há diferença. A única diferença é que a amo e não amo Marie. "Justamente. Às vezes não é certo que fiquemos juntos. Talvez seja melhor para a gente. Não acha isso?"

"Não!" Respondo, ficando nervoso. "Não acho que isso seja melhor para nós. Se eu te amo e você me ama..." Me aproximo mais um pouco. "Por favor, Paige, não vamos tornar as coisas piores."

As mãos delas tremem e ela chora baixo, desviando o olhar do meu. Esrou em desespero. Preciso provar que esse filho não é meu. Não posso deixar que ela se afaste mais uma vez.

Espero que Marie não volte enquanto Paige estiver aqui. Seria uma confusão e não precisamos disso. Puxo a mulher para um abraço e beijo seus cabelos inúmeras vezes, uma maneira de demosntrar que a amo.

"Por que é tão difícil?" Ela sussurra, levantando o rosto para me olhar. "Quanto tempo teremos que lutar? Isso é cansativo demais! Não teremos paz enquamro estivermos juntos?" Ela suspira. "Meu Deus, eu não acredito que você é pai. Isso é louco demais!"

"Eu não sou pai." Respondo. "E vou provar que não sou. Isso é um mal entendido." Seguro seu rosto. "Acredita em mim? Só mais uma vez. Logo estaremos livres para ficarmos juntos, eu prometo."

Ela demora para responder e quanto responde é como se meu coração chegasse a garganta. Ela não vai desistir de mim.

"Acho melhor eu ir antes que ela volte." Ela diz e fica na ponta dos pés para me beijar. "Te amo." Sussurra.

"Eu também te amo." Respondo. "Para sempre."