Tell Me You Love Me|| Shawn Mendes {book 2}

Capítulo 40

Fico mais tempo do que deveria com Ivy. Enquanto discutíamos nossa vida e o meu plano de salvar a carreira de Shawn, também a ouvi criticar sobre a maneira a qual escolho para resolver os problemas que me envolvo. Para ela, devemos abandonar as mentiras que são, praticamente, os pilares do meu relacionamento com Shawn. Foi a partir de uma grande mentira que nos apaixonamos, mas não podemos nos basear nisso para sempre. Eu sei.

"Posso cuidar do Tristan durante esses dias." Ela diz quando chego até as escadas. "Prometo não dar calmante para ele. Não estou brincando, não coloque seu relacionamento em risco por causa disso. "

Respiro fundo antes de entrar no quarto. Meu cérebro está dividido entre contar e não contar sobre meus planos de conversar com Andrew para que ele mantenha Shawn com a gravadora, mas esqueço tudo isso quando entro no quarto. Ele está sentado no centro da cama, olhando para o colchão a sua frente.

"Está tudo bem?" Eu pergunto, e fecho a porta atrás de mim. Será que ele ouviu minha conversa com Ivy? Ele não me responde, e com o coração batendo forte, me sento diante dele. Será que ele recebeu alguma ligação enquanto eu estava fora?

"Eu tenho uma coisa para você." Ele diz e olha nos meus olhos, mas rapidamente desvia. "É algo que já foi seu, e eu... não sei, se você quiser de volta..."

Ele pega a caixinha de veludo vermelha, aquela de onde tirou a pulseira que me deu de presente de aniversário, no ano passado. Meu coração que já tinha se acalmado volta a bater rapidamente. Ele guardou a pulseira. Eu achava que ele tinha jogado fora. Ou que simplesmente tinha se esquecido dela.

"É claro que eu quero de volta!" Respondo, dando alguns pulinhos na cama.

Ele abre a caixinha e a pulseira está lá com todos aqueles pingentes que marcam nossa história. O carro é o primeiro que identifico e sinto falta desse tempo, de quando não tínhamos nada que precisássemos nos preocupar tanto. Sinto saudades da sensação de começar a amá-lo.

Acho que nunca receberei um presente mais belo do que esse. Ele segura a pulseira em seus dedos e aponta para um dos pingentes, uma roda gigante. Franzo a testa. Não lembrava desse pingente, nem da gota que ele aponta, em seguida.

"Esses são novos." Ele responde aos meus pensamentos. "Comprei esses dias... Você deve se lembrar da roda gigante... e da chuva."

Reprimo um sorriso ao olhar para ele. Pelo que parece, ele estava planejando me dar essa pulseira a mais tempo do que eu imaginava. A roda gigante, o lugar que demos o nosso segundo primeiro beijo e a chuva... o dia em que fui até seu hotel. Oh, meu Deus, como ele pode ser assim?!

Ele coloca a pulseira em meu pulso e não espero muito para segurar seu rosto e juntar meus lábios com os seus. Não vejo a hora de poder ser livre para ser feliz com ele. Se fosse possível, fugiria com ele para bem longe disso tudo e não deixaria que mais nada impedisse nossa felicidade.

"Eu estava achando que você não ia aceitar." Ele diz, baixo.

"Por que pensou isso?" Franzo a testa. Se ele soubesse o quanto senti saudade dessa pulseira! Do quanto a acho especial! Odeio pensar no porquê a deixei naquele hotel. Odeio pensar em todas as coisas que perdi por causa de Suzie, que nunca me amou de verdade, que nunca quis ver seus filhos felizes.

"Você a deixou comigo da última vez." Ele diz. "Fiquei com medo de que não trouxesse boas lembranças."

"Aquilo é passado." Digo porque é essa a verdade. Não quero mais me lembrar de nada disso. Apenas das boas lembranças. "O agora é a única coisa que importa."

Ele dá um dos sorrisos mais lindos do mundo e me beija novamente, encostando nossas testas.

"Quando você chegar em Toronto..." Ele diz. "Vou te apresentar para todos no meu bairro. Meus amigos, minha família... acho que já passou da hora disso acontecer."

Minha garganta fecha e a dúvida volta a minha mente. Não posso esconder isso dele. Vou fazer um trato com Andrew Shawn querendo ou não, mas não vou esconder sobre minha decisão. Ivy está certa. É o que eu preciso fazer.

"Eu vou para Toronto com você amanhã." Digo, rapidamente e ele arregala os olhos.

"Vai comigo?!" Sua voz sai num grito. "Por que decidiu isso só agora?! Uau! Minha mãe vai pirar! Eu preciso dizer para ela. Vamos almoçar lá, ok?" Ele começa a procurar seu celular em meio aos lençóis e edredons desarrumados.

"Shawn." Chamo sua atenção. "Eu não estou indo só para te acompanhar." Engulo em seco. "Marquei de me encontrar com Andrew, na sexta-feira." Ele abre os lábios rosados em surpresa e fico a espera de algum grito ou ataque. Não será fácil fazer com que ele aceite isso.

"O quê?" Ele sussurra e aproxima o rosto do meu, como se me analisasse. "O que... o que você vai fazer com esse babaca? Já disse para deixar isso para trás, para não se meter... Esqueça isso!"

"Não vou esquecer!" Respondo, aumentando o tom de voz. "Não deixar que você perca o emprego dos seus sonhos depois de ter lutado tanto!" Digo. "Não posso concordar com você dessa vez, e não vou deixar que cometa essa besteira."

"É uma decisão minha!" Ele também aumenta o tom de voz. "Você não pode achar que pode decidir as coisas para mim!"

"Se não fosse por minha causa, seu contrato ainda estaria intacto!" Respondo. "Então, não, não foi bem uma decisão."

"Você não tem culpa da inconsequência do Andrew." Ele responde. "Além disso, foi uma escolha minha ficar com você. Se é por isso que vai encontrá-lo, saiba que não estou de acordo."

"Imaginei que não estaria." Me levanto da cama. "Mas ainda o farei, a diferença é que eu disse a verdade." Suspiro. "Não aja como se a música não fosse importante para você. Eu sei que é. Você nasceu para isso, e não vou ficar sentada vendo você cometer um grande erro que pode destruir sua carreira."

Caminho na direção da porta. O quarto é o ambiente mais tenso da casa, no momento e não sei se quero mesmo ficar aqui com ele. Me sinto leve por ter dito a verdade, mas odeio o rumo que isso está tomando.

"Está bem." Ele diz antes que eu saia do quarto. "Mas eu vou até lá com você. É sobre a minha carreira que estamos falando, quero saber o que estão decidindo."

Olho para ele. Está com a postura ereta e o rosto tão vermelho que poderia explodir a qualquer momento. Estou começando a sentir que vai dar certo, que vamos conseguir resolver isso.

"Tudo bem." Dou de ombros. "Você pode ir. Mas não saímos de lá sem que isso esteja resolvido."

"Não acredito que vamos fazer isso." Ele revira os olhos.

"Pode acreditando." Abro a porta do quarto. "Você ainda vai me agradecer por isso."

"Ainda vou poder te levar na casa dos meus pais?" Ele me pergunta.

"Se essa é a sua vontade..." Tento não sorrir muito. Quero que ele acredite que posso mesmo ser durona.

"Não só a minha." Ele sorri. "Vou avisar à todos. Prepare-se para conhecer a família Mendes."

pessoal, desculpa mesmo por isso, mas eu precisava mudar algumas coisas para a história seguir o rumo que eu quero. nada daquilo vai mudar, só que vou escrever nos próximos capítulos. obrigada pela compreensão. volto daqui alguns dias.