~ Capítulo 8~

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P.O.V. Cassie

Estava com os nervos à flor da pele, mas mesmo assim respondi:

-Concordo. Um dos lugares mais interessantes daqui é a saída, acho que é pra lá mesmo que eu vou, foi um prazer Sr.Engomadinho! - eu disse com um sorriso falso caminhando em direção a sala.

-Espera! -Falou rapidamente -Ok, ok eu... -E ele respirou fundo -Te mostro meu quarto -Murmurou mordendo seu lábio inferior por conta do nervosismo.

-Oh...vou aceitar seu convite Sr.Bass, será um prazer conhecer seu reino de livros escondido onde você com certeza passa a maioria do tempo enfunado arrumando- disse com graça e sarcasmo na voz deixando escapar um sorriso meigo e uma piscadela.
-Então onde esta o cavalo branco que irá me levar!?
Ele fechou a cara e respirou fundo antes de responder:

-Pra você seria mais uma vassoura!-Falou sorrindo de forma divertida e em seguida entrou dentro de casa novamente e olhou para trás vendo se eu tinha mudado de ideia ou não.

- Vou avisando que não é nada do que você esteja pensando...quer dizer talvez tenha a parte dos gibis.- Falou fingindo estar pensativo e em seguida subiu as escadas e abriu uma das primeiras portas do corredor da enorme casa.
-Bom...é aqui- Falou dando espaço o suficiente para eu passar, tentando esconder seu nervosismo aparente.

-Nossa, que Principezinho moderno!-Adentrei o cômodo sem pudor algum e já fui direto sentar em sua cama de casal perfeitamente forrada com um edredon cinza chumbo. Logo percebi suas feições de espanto e agonia e disse:
-O que foi baby!? Ah entendi, foi sua Mamãezinha que arrumou foi!?- fiz um biquinho tentando parecer fofa e engraçada (mas morrendo de medo que ficasse como o pato Donald).

Eu estava admirada com a decoração na realidade ,era tudo tão sóbrio.Tons de azul petróleo nas paredes, móveis alternados em preto, branco, cinza e marrom e uma enorme cama de casal, um janelão com vista pra área de lazer e uma prateleira perfeitamente organizada de gibis empacotados em plásticos e etiquetados com nome, data de exibição, e gênero. Impressionante o quanto o cara era metódico e não deixava de ser tão lindo ( QUIETA CASSIE! Ele foi um ogro com você não lembra!? Não se apaixone!)

-Claro que não!-Disparou e em seguida ele passou a mão em seu pescoço e fez uma careta. -Eu só...sou meio organizado com as minhas coisas e...você tem razão meu quarto deve ser tão tedioso quanto a minha casa .-Falou rindo sem humor.

-Até que não.. Bom não é como eu imaginei claro, mas ,é perfeitamente aceitável a sociedade moderna e executiva do nosso século.- disse simplista.

-E como é seu quarto?- Perguntou em um tom curioso.

-Bom vejamos, temos paredes, uma cama, uma porta, um interruptor e luz e olha só ( finji supresa) uma lâmpada que nem essa!- sorri cínica diretamente pro moreno, não tem como, sarcasmo faz parte de mim.
Eu o vi revirar os olhos,então disse prontamente:
- Mas o assunto aqui é você anfitrião!
Levantei e fiquei de frente pra ele e disse o que queria dizer desde que cheguei aqui:
-Posso te fazer uma pergunta meio constrangedora Dhiren!?- o receio era evidente na minha voz.

-Depende de que tipo de pergunta-Falou franzindo o cenho-Mas sim senhora esquentadinha, faça a sua a pergunta, mas só se me chamar de Ren. -Falou dando de ombros sorrindo de lado.

-Antes deixa eu te lembrar que os apelidos sou eu que invento aqui!- o vi sorrir abertamente e isso me tranquilizou um pouco. - Bom, desculpa falar isso mas, você evidentemente não parece com ninguém, fisicamente falando, dessa casa. Então...Você é realmente filho dos Bass!?- O meu coração tinha acelerado e o nervosismo era algo presente naquele momento. A resposta dele era importante e decisiva, revelava muito sobre a vida pessoal dele e eu não queria me intrometer, mas fiz o contrário e me senti muito mal por isso.

-Nem um pouco...eu sou obviamente adotado.- Respondeu tentando fingir que não se afetava nem um pouco com aquilo. -Quer dizer até me surpreendi por você não ter me perguntado antes, aposto que pensou "o que esse indiano ta fazendo fazendo no meio desses bando de branquelos?"- Falou em um tom divertido com as sobrancelhas arqueadas e riu fraco. -Agora que eu respondi a sua pergunta, eu deveria ter o direito de perguntar também não acha?

Humm...pergunta difícil... E mais difícil ainda é lidar com essa minha vontade de aceitar o desafio. - pensei

-Não sabia que estávamos em um jogo com regras! Mas sobre você ser adotado, eu estava coçando a língua pra perguntar mas não achei que tivesse esse direito, mas não me importo, é uma história muito bonitinha na verdade, se eu fosse sentimental abraçaria você. Mas você ta sem sorte garanhão!- disse dando outra piscadela. -E pergunta logo,o que quer!?

Agora foi, tomara que eu não me arrependa depois...- pensei aflita.

-Por que você fica tanto na defensiva com as pessoas? -Perguntou cruzando seus braços acima de seu peitoral erguendo uma de suas sobrancelhas.
-Quer dizer acho que já saquei a sua, mas ao mesmo tempo estou interessado o suficiente de ouvir isso vindo de você.

AH, SE ARREPENDIMENTO MATA-SE... - pensei ainda incerta na minha resposta.

"PASSAGENS COMPRADAS" [REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora