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— JungSu...

O som das explosões, dos tiros das armas de fogo e das lâminas, dos gritos de seus companheiros e inimigos e o cheiro nauseante de sangue inundavam seus sentidos, assim como a incomum sensação de medo em seu peito.

— Por favor... JungSu...

Queria que aquilo fosse um pesadelo e que acabasse logo, que todas as mortes que viu fossem apenas um produto da parte cruel de sua mente.

Henry e ZhouMi sendo executados, HanKyung sendo torturado até a morte por suspeita de ser um espião, DongHae estando morto devido a perda de sangue dentro de uma de suas próprias máquinas e JongWoon estando a beira da morte no campo de batalha.

Aquilo deveria ser apenas um pesadelo... por favor, que fosse apenas isso.

— Acorde, JungSu, por favor...

JungSu abriu seus olhos, forçando-os um pouco já que sua visão estava turva, conseguindo identificar a imagem de YoungWoon preocupado e com os olhos marejados mesmo com a luz relativamente fraca.

— Ainda bem, você acordou. — YoungWoon o abraçou apertado, e o mais velho correspondeu do jeito que podia por ainda estar deitado na maca improvisada da "enfermaria" que fizeram em sua base. — Deus, JungSu...

— O que aconteceu? — perguntou com a voz fraca.

— Você desmaiou devido à exaustão e teve um ataque de taquicardia, além de que conseguiram atingir seu ombro com uma lâmina, felizmente não foi muito profundo. — Woon respondeu, ainda não se separando do abraço. — Eu fiquei muito preocupado, você ficou inconsciente por quase três dias.

O Park olhou em volta do jeito que conseguia por cima do ombro de seu esposo, procurando por seus companheiros. RyeoWook estava cuidando de alguns feridos, com o olhar fixo em JongWoon que estava deitado em uma das macas, inconsciente e coberto de bandagens; KiBum aplicava medi-gel nas feridas de SungMin e nas de KyuHyun para acelerar o processo de cura dos ferimentos por não terem muito tempo; HeeChul estava sentado em um canto, amolando suas lâminas enquanto tratavam de alguns ferimentos em suas costas, com SiWon ao seu lado preparando a munição que teriam que levar; HyukJae estava em outro canto reparando sua "armadura" e sua arma, com uma expressão que indicava algo que Jung temia.

— Onde está ShinDong? — disse, separando-se do abraço de KangIn.

— Saiu ainda a pouco com outros soldados, ele está bem.

— E DongHae?

Todos ficaram calados, fazendo JungSu sentir um nó em sua garganta.

— O mataram. — disse HyukJae em um tom frio, fazendo um som desagradável com suas ferramentas em sua arma. — O corpo dele já foi levado para a cidade.

— Não... — JungSu balançou a cabeça negativamente, entrando em estado de negação. — Não, não... — seus olhos começaram a cristalizar, e as lágrimas caíram sem que pudesse impedi-las. — Que tipo de líder eu sou?

— Não é sua culpa. — disse YoungWoon, enxugando as lágrimas do seu esposo com os seus polegares. — Você não podia fazer nada.

— Por esse exato motivo a culpa é minha! — exclamou, tirando as mãos do mais novo de seu rosto de uma maneira meio brusca. — Eu sou o capitão, eu deveria colocar a vida do meu esquadrão acima da minha, não deixar meus subordinados morrerem. Deveria ter sido eu no lugar de DongHae-

— Não diga isso. — Woon disse sério e firme. — Não desvalorize sua própria vida.

LeeTeuk puxou os próprios cabelos em sinal de frustração, sentindo uma imensa vontade de gritar e até de golpear YoungWoon, mas era um soldado, sabia controlar esses impulsos e entendia que aquele não era o momento apropriado. O que não conseguia controlar era a culpa que sentia pela morte de DongHae e as memórias que tinha dele.

ᴡʜᴀᴛᴇᴠᴇʀ ɪᴛ ᴛᴀᴋᴇs [ ᴋᴀɴɢ+ᴛᴇᴜᴋ ]Onde histórias criam vida. Descubra agora