{Cap-13} Um quase labirinto, só que mais feio.

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Em uma vila no meio da floresta, onde casas são erguidas em cima de árvores, e os socialmente miseráveis e pobres moram em cabanas feitas de galhos, troncos e folhas. Pássaros cantam como se não houvesse um amanhã, enquanto os indivíduos favorecidos por seus status na sociedade e suas riquezas, caminham tranquilamente por passarelas altas, que interligam as árvores, cidadãos ordinários trabalham no solo, vendendo seus produtos, sejam eles artesanatos, frutas, decorações, dentre outras coisas.

Uma coisa que chama a atenção é que, ao contrário da sociedade humana, não é possível ver nenhum civil portando qualquer tipo de arma, sejam eles pessoas ordinárias ou favorecidas, apesar de que no segundo caso, quase todos possuem guardas pessoais, e a maioria alega que portar uma arma estraga seu charme. Outra coisa que chamaria a atenção, se não fosse algo tão comum, é uma garotinha de orelhas pontudas vendendo flores no solo, essa garotinha se esforça todos os dias para cuidar de sua mãe doente, mas ninguém liga pra nada disso, já que nosso protagonista está em um dos diversos corredores subterrâneos.

Junto de Adam está a dupla que o mantinha aprisionado na sala. "Tem certeza que estamos no caminho certo, porque estamos andando aqui já faz quase uma hora." Perguntou Adam enquanto fazia biquinho. "Esses túneis foram feitos para que ninguém que não os conheça bem, consiga sair uma vez que entre." Explicou a elfa loira que está andando na frente do trio.

Mais cedo, ainda na sala que Adam estava preso, ele transformou o elfo morto em um morto-vivo, e depois fez um contrato de servo da morte com a elfa enquanto ela ainda estava desacordada, por isso quando ela acordou, já não conseguia mais sentir nenhuma emoção negativa em relação à Adam, apesar de também não gostar dele.

"Ei, elfa, esqueci de perguntar, qual é seu nome?" Perguntou Adam, enquanto colocava a mão no queixo e começava a coçar sua barba imaginaria.

"É Sarah, e o dele é..." "Ah, não precisa dizer o dele não, ele não entende bosta nenhuma mesmo, vou chamar ele de zumbi elfo até pensar em algo melhor." Interrompeu Adam depois de conseguir a informação que queria.

Eles continuaram andando por mais alguns minutos até que Sarah não conseguiu aguentar mais e teve que saciar sua curiosidade. "Mestre, eu percebi isso já faz tempo, mas resolvi ignorar na hora, mas agora não aguento mais... Por que ele está andando desse jeito meio retardado, e a ferida nas costas dele ainda não se cicatrizou igual o corte que você fez no meu pescoço enquanto eu estava inconsciente?" Perguntou a elfa enquanto virava levemente seu pescoço, e direcionava seus lindos olhos verdes para o garoto de túnica cinza, que andava logo atrás.

"É muito simples, minha cara... Gafanhota?" Começou Adam, a discursar sobre o assunto, enquanto novamente colocava sua mão no queixo, e começava a coçar sua barba imaginária, mas desta vez com uma expressão muito mais solene. "O que eu fiz nele é muito diferente do que eu fiz com você." E então Adam suspirou e se preparou para dessa vez dizer de forma mais séria. "O que eu fiz em você foi, em outras palavras, uma conversão racial, ou mais precisamente, uma mudança racial." Disse Adam enquanto começava a tirar um pão que ele achou do bolso e se preparava para morder.

"Eu entendi que você fez algo do tipo comigo, até porque estou me sentindo diferente do normal, mas que raça exatamente seria essa?... e se eu fosse você não comeria esse pão." Respondeu Sarah.

Enquanto Adam cuspia o que colocou na boca e jogava o resto do pão em um canto por aí, ele voltou a responder aos questionamentos da "jovem" elfa. "Para ser mais preciso, te transformei em 10% demônio, isso vai melhorar sua agilidade, força, coordenação motora e até mesmo sua afinidade mágica, apesar de que você vai precisar comer carne humana de vez em quando para manter o controle, pelo menos até você conseguir fazer isso sem precisar de nada." Explicou Adam.

O Herdeiro do NecromanteOnde histórias criam vida. Descubra agora