Cap 2

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Minhas costas ardiam e minhas bochechas também. Depois de me certificar que a lanchonete estava limpa abaixei as portas e deixei uma pequena abertura pra passar por baixo

Eram exatamente 23:13 quando pisei na rua, o vento frio e o pouco movimento fizeram eu abraçar meu próprio corpo. Mesmo com dor andei o mais rápido para checar ao ponto mais ja era tarde. Assim que avistei o ponto ele passou

Não não

A angústia começou a tomar lugar, sentei no ponto e tentei pensar em uma solução. Quando um carro com um som alto passava, peguei o celular para ligar para alguém, um namorado imaginário talvez

O carro parou, meu corpo tremeu e agora

Levantei, dei de cara com um gol preto com adesivos branco no capô. Pelo vidro dava pra ver três homens

- A gatinha ta perdida - o que dirigia falou com uma voz arrastada, eu queria levantar e correr dali o mais rápido possível

- Não obrigada - grudei minha bolsa em meu corpo

- haa qual é princesa, vem - o do banco de trás gritou da janela

- vamos ai pegar você, não precisa de vergonha gatinha - o motorista voltou a falar

- Eu disse não - minha voz já estava vacilante . E agora

Me levantei e corri pela grama que tinha atrás do ponto de ônibus, e em segundos eu senti que já estavam perto, minha vista embaçada pelas lágrimas

Isso não pode ta acontecendo

Pela visão periférica vi que um deles quase me agarrava e junto vinham as risadas, pra eles eram um jogo

- Eu acho que a moça não quer ir com vocês

Parei bruscamente, a voz vinha de trás de mim e eu estava pretrificada no lugar para olhar

Fechei os olhos, com força quando um silêncio se estalou, eu não ouvia nada a não ser minha respiração desregulada pelo desespero

Abri os olhos e olhei pra trás e não tinha nada, apenas o carro vazio ao longe. Tentei me recompor mas eu tremia dos pés a cabeça

O que aconteceu aqui 

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