Olho aterrorizada para o homem à minha frente e aperto forte a mão de Lucas.
- Tio Lorenzo! - tento soar calma, mas minha voz sai ao contrário disso.
- Entrem agora - ele fala, dando passagem para nós, mas quando Lucas tenta passar, ele barra o caminho dele.
- Você não!
-Tio...- começo, mas sou interrompida por ele.
-Por favor, Lau, fique quieta. - ele fala, fechando os olhos por alguns segundos, depois os abre e me olha com um olhar que faz meu coração se apertar.
- O que você fez, Laura?
- Eu sinceramente não sei - respondo, olhando para minhas mãos com vergonha.
-Entrem, vou falar com o Lucas - ele diz, desviando o olhar de mim.
— Mas... — tento protestar, sendo interrompida novamente, desta vez por Leo, que passa as mãos pela minha cintura e me guia para dentro da casa.
Assim que estamos a uma distância da porta, ouço-a fechar e a voz de Leo preenche o silêncio que ficou.— O Lorenzo é seu tio? — ele pergunta, tirando sua mão da minha cintura e a colocando nos bolsos da calça.
— De consideração. — respondo, ainda sem acreditar no que está acontecendo.
—Ei, você está bem? — ele me olha preocupado.
— Por que tudo na minha vida está dando errado? — desabafo, com lágrimas nos olhos. —Senti a decepção no seu olhar, imagina a do meu pai.
Nesse momento, as lágrimas já descem livremente pelo meu rosto.— Ei, calma. Estou aqui — ele me abraça, beijando o topo da minha cabeça, e depois sussurra em meu ouvido:
"De repente do riso fez-se o pranto. Silencioso e branco como a bruma. E das bocas unidas fez-se a espuma. E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento. Que dos olhos desfez a última chama. E da paixão fez-se o pressentimento. E do momento imóvel fez-se contente. De repente, não mais que de repente. Fez-se de triste o que se fez amante. E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante. Fez-se da vida uma aventura errante. De repente, não mais que de repente."
Desencosto minha cabeça de seu peito e o olho com um sorriso no rosto.— Vinícius de Moraes? — pergunto, em dúvida, e ele balança a cabeça concordando.
— Você sempre falava que sua mãe vivia recitando os poemas dele quando você era criança, então decidi aprender alguns para recitar quando o be... — Sem eu nem mesma perceber, o interrompo por um beijo, mas logo somos interrompidos pela voz nervosa de Lucas.
CONTINUA:
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Grávida do Dono Do Morro
Teen Fiction"- Porra! Eu acho que não escutei direito - fala vindo em minha direção - O que você falou? - segura o meu braço Tento me soltar dele, mas ele aperta o meu braço e me puxa pra perto dele, e com a outra mão segura o meu queixo com força fazendo eu ol...