único.

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Luzes neon.

Música alta.

Muita gente se esfregando.

Tanta gente falsa e querendo aparecer.

Eu realmente não queria estar aqui.

Jimin me aconselhou a beber algo, assim eu me soltaria mais, segundo ele, eu precisava curtir e pegar alguém, mas eu apenas neguei. Não era lá minha praia.

Eu olhava as pessoas aqui e ali. Algumas se pegavam, outras quase transando em público e os que só curtiam.

O tédio acabou me vencendo e me convenci a pegar algo para beber. Sex on the Beach. Foi o primeiro nome que me veio na cabeça para pedir. Eu queria apenas voltar pra casa, mas pensando por outro lado, por que não aproveitar a bebida já que estou aqui?

Ao acabar o primeiro copo já me sentia meio alto. Sempre fui fraco para bebidas, mas também não bebia frequentemente, apenas quando estava em amigos ou na bad enquanto assistia minhas séries ou escutava minhas bandas indies favoritas.

Balançava minha cabeça ao som de uma música lenta e sensual que soava ao fundo, pedi outro copo e fui para o centro da pista pequena que havia ali, sem me importar com alguns olhares dirigidos ao meu corpo.

Minha mente já parecia não focar em nada quando estava na metade do segundo copo. Dançava lentamente com meus quadris, acabando por rebolar em certas horas.

Mãos sujas daquela boate passavam por meu corpo, não consegui contar quantas vezes e nem quantas mãos passaram por minha bunda marcada pela skinny preta. Os toques eram fortes e sem autorização alguma para tal. Apenas os afastava e mandava um dedo do meio.

Sempre gostei de meninos e não tive muitos problemas com isso, em parte porque não me "assumi" para os meus pais, não havia necessidade para tal já que eles mesmos disseram que me apoiavam em qualquer escolha, independente do que eu fosse. A partir do momento que saí de casa, as coisas não mudaram muito.

Nunca acreditei no príncipe encantado. Pra falar a verdade, eu não havia me relacionado com ninguém, apenas uns beijinhos de criança boba. Não acreditava que alguém pudesse realmente gostar de um "sad boy" como eu.

Não gosto do quão superficiais as pessoas são. Os mesmos sorrisos falsos, abraços fingidos, as amizades por interesse. Eu prefiro apenas os olhar de longe e rir do quão babacas conseguem ser. Losers.

Cantarolava o refrão de "GRRRLS" e me mexia calmamente com os olhos fechados quando uma mão suave e sem o toque possessivo das outras tocou-me a cintura.

Hold your deck to your chest. Faceless nobody is your friend. Make it. Take it, they won't share. — cantou uma voz rouca em meu ouvido ao que sentia minhas costas coladas ao peitoral do desconhecido de um modo suave. — I can't fake it, I'll just make it on my own.

Ri soprado ao ouvir o último verso e virei meu rosto parcialmente para ver o desconhecido.

Ele não havia passado a mão em minha bunda, também não havia chegado me chamando de "princesa" ou também não havia chegado de um jeito agressivo. E o mais importante, conhecia esse hino de música. One point.

Dançamos colados um ao outro até o momento em que me virava para vê-lo melhor. Assim, nos encaramos por longos minutos, apenas curtindo as músicas seguintes.

Seus fios eram grandes, pintados num cinza que o caiu muito bem. Vestia uma blusa abotoada branca enquanto as apertadas jeans pretas esbarravam em minhas pernas. Simples porém bonito. Two points.

Neon Lights; vkookOnde histórias criam vida. Descubra agora