Surpresas no novo Semestre

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O retorno ao lar devia ser algo renovador. Pelo menos era, nos anos passados, quando retornava de suas férias para Bear Creek. Sabia que aquele pequena cidade quase que esquecida na Carolina do Sul, não era, de fato a sua cidade natal. Não havia nenhum um laço de sangue pretendo aquela terra...Que suas origens se encontravam para além do atlântico. E era para lá que, mandatoriamente, tinha que ir, todas as férias. Entretanto, se sentiam mais confortável e relaxada em Bear Creek do que jamais sentiria no castelo de sua família na Escócia. Por isso era renovador o retorno aos Estados Unidos. Era uma forma de se distanciar de seu passado...De sua linhagem...De suas obrigações...Bem, pelo menos era.

– Meio minúsculo, não é mesmo? – Falou ele enquanto andava, com um olhar crítico analisando tudo. Ela sentia como se tivesse passando por uma avaliação, uma espécie de prova...O que de fato poderia ser mesmo o que estava ocorrendo.

– Não se pode comprar um castelo no Estados Unidos. – Disse se arrependendo, logo em seguido ao sentir aqueles penetrantes olhos se focarem nela.

– Claro. Claro. – Ele sorriu, era como uma rajada de frio glacial tivesse entrado no apartamento. Ela sentiu um calafrio se propagando por todo o seu corpo. Por que ele estava ali? Não podia ter permanecido na Escócia? – Mas, querida irmã, se você realmente se importasse com o status de nossa família, saberia que não vivemos sempre em castelos, estamos no século 21, pelo amor de deus! Isso não significa que não tenhamos grandes casas. Afinal, somos ricos...Somos uma família importante. Esqueceu disso?

– Eu não esqueci... – Respondeu a garota, olhando para os próprios pés. Podia ver as suas malas próximas dela. Afinal, ela nem tinha se aventurado para além do vestíbulo de seu próprio apartamento. A presença dele fazia até aquele local aconchegante se transformar em um terreno ameaçador.

– Sério? – Ela conteve um grito que se formou em sua garganta, ele tinha se aproximando, com aqueles movimentos rápidos e silenciosos. Ele agora estava próximo de seu rosto, seu nariz praticamente roçando no dela. Belo e perigoso. As vezes era difícil acreditar que compartilhavam o mesmo sangue...

– Você não esqueceu de sua herança? De sua linhagem? – Continuou a perguntar.

– Eu já disse que não!

– Espero que não tenha esquecido mesmo do que nós somos, irmã. – Ele tocou o queixo dela, evitando que ela desviasse do olhar intenso lançando pelo o mais velho – Somos cavaleiros. Caçamos dragões. Esse é nosso dever sagrado...Dever que você esqueceu brincando de garotinha normal.

– E-eu não esqueci. – Tinha hesitado na resposta, sabia que isso era algo ruim.

– Lógico que não esqueceu. – Ele a soltou. Seu queixo doía. Ainda podia sentir a pressão dos dedos ásperos pressionando sua pele – Mas, por isso que a Irmandade me mandou aqui. Só para garantir que você não esqueça e também que possamos, por fim, conseguir resultados nas investigações... Encontraremos os dragões que vivem aqui e...Iremos mata-los.

Ela cruzou os braços sobre o peito, abraçando a si mesma. Amanhã seria o início das aulas, sentia que aquele semestre estaria longe de ser normal e tranquilo.

"Como poderei avisar a Amélia?" Pensou, em desespero.

"Como poderei avisar a Amélia?" Pensou, em desespero

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