Prólogo - Escuridão

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Os destroços espalhados ao redor do mundo, não eram apenas das cidades que, devastadas durante os acontecimentos anteriores, mais pareciam esboços do que o mundo um dia havia sido. Em sua maioria, os destroços da Terceira Guerra Mundial eram de corpos de pessoas vivas, que traziam em si lembranças dos que se foram. O sentimento de perda era a ferida aberta das nações, cacos de famílias, miséria fora e dentro das casas. Uma sociedade inteira em ruínas.

A elite, rica e bem protegida emergiu na cidade empoeirada. Confusos, sem saber o que fazer, não suportavam a ideia de verem arranhões em seus sapatos italianos. Entretanto, a situação exigia medidas extremas, e por isso depois de muitos debates, era preciso recomeçar. Ou quase.

Em secreto, para alguns dos idealizadores políticos, o estado em que o mundo se encontrava lhes parecia mais uma oportunidade do que uma catástrofe - mas ainda não era o momento da verdade ser revelada. - O plano inicial saiu do papel com a chegada da Monarquia Renovada, que mais parecia a antiga seleção tradicional de países religiosos do século XXI. Auto nomeados, os príncipes governantes iniciaram as eleições entre si - sempre com muita barganha por debaixo dos panos, a fim de que ninguém saísse de mãos vazias e, aos olhos de todos, tudo parecesse pacífico. -

As coroações foram trazendo, uma a uma, a esperança para seus respectivos países. A monarquia se tornou absolutista e hereditária, mas isso não parecia um problema. O povo voltou a acreditar na paz e na reconstrução de suas vidas, e o desejo de reerguer o planeta de décadas de confronto era compartilhado por todos.

Ásia, África, Américas, Oriente médio e Polos. O mundo parecia unificado e uma vez de pé, não se assemelhava em nada com o pós-guerra; na verdade, nem com o que era antes dela. Com os índices de criminalidade e desemprego reduzidos, a qualidade de vida da população crescia a cada dia, tendo países como o Nepal subindo de 0,428 para ostentar um IDH de 0,900.

Mas claro, a paz não durou muito tempo.

O mundo perfeito não favorecia os antigos políticos, isso porque perderam com o tempo as regalias recebidas nas eleições dos reis. Sendo assim, na tentativa de evitar problemas, os soberanos nomearam estes homens à nobres. E foi essa divisão social que deu início ao verdadeiro caos.

Os cofres das nações foram saqueados para pagar a vida regalada que esses nobres "mereciam". Com o poder subindo a cabeça, os privilégios foram aumentando e a luxúria beirava à loucura. As cidades foram divididas, os plebeus, como agora eram chamados, perderam seus direitos, enquanto o único medo dos reis era a perda de seus tronos. O mundo se tornara inabitável, senão para a minoria que simultaneamente, vivia em mansões verdadeiros contos de fada.

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⏰ Última atualização: Mar 15, 2021 ⏰

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