Rainbow Over The Rain

Capítulo 5: A chave da garagem (Parte 1)

Chaeyoug podia até estar meio confusa com os detalhes de quando foi espancada, não se lembrando direito de como aconteceu e tudo mais, mas definitivamente ela tinha certeza que a onde estava não era seu quarto.

Afinal quando se tratava de lugares, Chaeyoung era como uma câmera fotográfica, conseguia registrar cada mínimo detalhe do local em sua memória, era uma coisa da qual a mesma se gabava e da qual Namjoon se orgulhava.

Namjoon, particulamente se considerava como um... Professor Xavier, pegando os jovens desabrigados com talentos que com seus poderes iriam ajudar o mundo e todos os que abrigavam ele. E ele tinha razão, afinal a máfia era seu mundinho, onde ele reinava, e fazia o que bem entender. Deus podia fazer o que quiser, menos no mundo de Namjoon, pois ele era seu próprio Deus.

E como um homem ambicioso que é seu próprio Deus, ele abrigou Park Chaeyoung e Park Jimin, dois irmãos que estavam fugindo e que precisavam muito de um lugar para ficar, claro, em troca de serventia.
Desde então eles ajudavam em tudo, Jimin fazendo missões diplomáticas com outras máfias junto de Taehyung, e Chaeyoung se especializando em locações com sua memória fotográfica, e caralho, devia admitir que ela era uma menina de ouro, afinal, nada era impossível para Park Chaeyoung.

A não ser isso.

Puta merda... essa menina, pensou quando seus olhos encontraram a loira do dia anterior, esparramada em uma poltrona, dormindo, ou pelo menos tentando, já que a mesma estava com uma expressão nenhum pouco boa, seu cenho estava franzido e tinha um leve biquinho em seus lábios carnudos. Cardunos do tipo beijavel, lembrou Chaeyoung consigo mesma, tinha pensado isso ontem enquanto a mesma falava sem parar suas baboseiras de forma debochada. Mas agora? Ela não parecia nenhum um pouco debochada, na realidade parecia indefesa, com aquela expressão de quem estava sofrendo... a ruiva precisava ajudar.
-AH! -Gritou, e deu uma puxada de ar, como se estivesse respirando depois de ter ficado muito tempo submersa, e olhou para os lados assustada, procurando a causa de seu pesadelo, mas tudo que achou foi uma ruiva também muito assustada com seu ato.
Se encararam por um tempo, deixando somente a respiração desregulada da loira ser ouvida no local.
Seus olhos mesmo que castanhos, eram escuros como um buraco negro... prestes a me sugar para dentro de si, pensou a ruiva, encarando aquela imensidão que existia nos olhos antes assustados da loira.
Devia falar alguma coisa, qualquer coisa, como um "Tudo bem?" não, estava na cara que ela não estava bem, parecia uma menina completamente diferente da de ontem a noite, que comia uma maçã verde e falava com o peito estufado.
Mas antes mesmo da garota pegar ar para falar alguma coisa, a loira simplesmente se levantou e andou de forma desengonçada, até o banheiro, se trancando ali.

Você não está lá, você não está la! Você não está lá!!! E começou a jogar a água da torneira em seu rosto, sem parar Lalisa! Acorda porra! E deu um tapa em seu próprio rosto, na tentativa de se acalmar, havia tido um pesadelo com aquilo... De novo.
E era tudo tão real... Lalisa sempre sentia como se estivesse passando por aquilo como se fosse a primeira vez, a risada, o som do tiro e o sentimento das suas costas sendo perfuradas, por que ela não conseguia superar se já se faziam dois anos? Dois anos em que mais uma vez a loira enganou a morte, e ainda assim aquilo simplesmente não saia de sua mente, voltando e voltando, atormentando sua própria cabeça.
Lalisa já havia feito muita merda, mas será que ao ponto de merecer ser traída pela sua própria máfia?

-Lalisa? -Chamou a voz abafada atrás da porta, era a ruiva que estava mais do que preocupada. -Lalisa? Você tá b- –E na hora a porta se abriu, mostrando uma Lalisa com os olhos vermelhos e as olheiras aparentes, sua cara praticamente gritava cansaço e implorava por uma boa noite de sono, mas olhando assim... A quanto tempo ela não tinha uma?

-Você devia estar descansando, ainda não está bem para ficar andando. -A reeprendeu -Eu te trouxe para cá ontem, você desmaiou, não se lembra?