Uma batalha aterrorizava a capital do planeta Alsa Prime.
A fumaça negra e apocalíptica sobrevoava e adentrava o interior da cidade de Belland. Raios de laser cruzavam os céus com uma velocidade divina. O conflito temível e árduo entre a República Galáctica e o Império Sith arrastava-se pelas ruas da cidadela, levando aos escombros as maravilhas arquiteturais. Eram prédios colossais, feitos de um metal reluzente, parecia ser uma fonte primária, como a própria luz solar. Tal brilho era apagado conforme a fumaça negra de destruição avançava pelas ruas rachadas e quebradiças. O notório monumento da República, o que até então era o mais alto e mais destacado de toda a polis, poderia ser visto pelo menos há quilômetros caindo aos melancólicos pedaços. Rochas e metais se contrastavam em seu declínio enquanto sua base fora tomada por chamas demoníacas. Obviamente que era uma devastação igual para todas as outras construções, contudo os membros do Império Sith sentiam um prazer a mais derrotando um monumento da República. O gozo por tal ato era sobressaído apenas pela morte de um Jedi ou pela queda do mesmo.
As naves Imperiais e Republicanas cruzavam-se pelo céu de Alsa Prime e faziam um mortal espetáculo aéreo. Eram como cometas em velocidades luminosas, portadores de um som agonizante. Pilotos atiravam raivosamente uns contra os outros, cada um de seu lado da batalha, cada qual com seu propósito. Uma guerra apenas tem sentido quando os dois lados imaginam estar corretos. O equilíbrio na força fora perdido e precisava ser reestruturado, assim como na própria galáxia. Os Sith pensavam que o equilíbrio seria apenas obtido quando os Jedi fossem aniquilados e, por outra mão, A República apenas queria seu território reanexado. Republicanos não se importavam verdadeiramente com os Jedi e sua religião, apenas usavam o poderio militar deles contra o Império. Uma ajuda bélica bem vinda, em tempos críticos.
Marchas Imperiais eram ouvidas como um sinal devastador de morte pelos moradores de Belland. Aqueles que se escondiam nas ruas eram cercados aos lados pela batalha terrestre e em cima pelos caças que disparavam incansavelmente. Erguendo-se além dos caças existia um grande cruzador imperial pairando pela cidade. Tal gigantesca arma era usada pelo Império Sith para navegar pelo seu oceano sombrio de estrelas caídas. Uma nave Republicana perdeu o controle chocando-se contra um prédio metálico na periferia da cidadela. Os soldados do Império Sith logo perceberam que a máquina estava recheada de homens do lado inimigo e marcharam, com seus passos tenebrosos, em direção ao local da queda.
Os civis eram centenas e corriam na direção contrária, impedindo a passagem da tropa imperialista. Os soldados do lado negro não hesitaram em atirar nos inocentes , humanóides, que caíram aos montes. Do outro lado da barreira des civis estavam os Republicanos que sobreviveram a queda da nave. Eles saiam atirando arduamente contra todos que estavam presentes, os Imperialistas eram de excelente maioria naquela batalha em questão.
- Filha, pegue minha mão! - O pai de Mia segurava fortemente a filha pelo braço, e arrastava-a, enquanto eles caminhavam cabisbaixos entre os civis. Com a outra mão, a garota segurava o braço de Oliver, seu único confidente. Oliver por sua vez não segurava o braço de ninguém. O garoto vivia ali naquele bairro, que agora estava sendo reduzido a chamas pelos tiros de Blasters. Uma vez que sua amada casa foi interceptada por um míssil imperial, ele percebeu que a única coisa que restou foi a lembrança de sua família. Agora ele não tinha mais casa, nem bairro, nem parentes. Ao olhar para frente ele poderia ver apenas Mia encarando-o, para assegurar-se de que ele ainda estava vivo e a seguia. Ela era a única pessoa que preocupava-se com ele agora, ela era a única que poderia acompanhá-lo para fora daquele inferno.
As pessoas começaram a cair, sendo feridas por tiros a laser. Mais mortal que estar no meio de uma guerra, é estar no meio de um tiroteio entre Republicanos e Imperiais. Oliver segurava com extrema força os delicados dedos de Mia, mas isso não foi o suficiente quando um homem caiu morto entre os braços dos dois adolescentes, separando-os na multidão ofegante.
- NÃO! - A sútil voz da garota foi disparada através da multidão, contudo seu pai continuava a seguir em frente, para fugir do conflito. Ela usou sua pequena força para interceptar o avanço de seu pai, e fazê-lo voltar para resgatarem Oliver. O Pai da adolescente olhou para trás para enxergar sua primogênita às lágrimas enquanto lutava para voltar para o amontoado de civis. Oliver foi arrastado para longe muito rapidamente, ele seguiu as pessoas ao seu redor para evitar ser pisoteado. Viu homens desarmados caindo mortos por tiros dos dois lados do conflito. Sentiu-se sortudo por ser criança e pequeno naquele instante, pois assim usava as pessoas como um escudo natural para fora do local. Mia gritou o nome de seu confidente uma última vez para, logo após, sentir o corpo pesado de seu pai cair sobre suas costas. O homem fora atingido por um tiro de blaster. Republicanos? Imperialistas? Não se poderia saber quem atirou, apenas sabia-se que o homem agonizou de dor, sem conseguir falar, encarando sua filha.
A garota chorava enquanto abraçava o pai a beira da morte. Os dois encostavam seus ombros e suas costas no chão frio cheio de sangue. Ele avisou que amava-a antes de sentir o seu coração ficar mudo. Mia encostou seus lábios finos na testa de seu falecido pai. Enquanto seus rostos se encostavam as lágrimas dolorosas que saiam de seu rosto caíram na superfície da face paterna. Ela respirou bravamente e tomou forças para erguer-se e ir atrás de Oliver quando sentiu uma força contrária pesando em suas costas. O corpo de algum outro homem aleatório caíra sobre sua frágil carcaça adolescente, logo vários outros tropeçaram e foram atingidos por Blasters. Os corpos fedorentos aglomeraram-se rapidamente um sobre o outro, soterrando Mia em um conjunto de pessoas mortas.
Ficou tudo escuro enquanto gritos de agonia entravam nos ouvidos da jovem. Viu todos os homens morrendo vagarosamente, sangrando até não aguentarem mais. Um por um. Ela apenas se calou e aguardou o conflito do lado de fora se acalmar. Incapacitada de sair dali, pelo enorme peso que os corpos obtinham, imaginou-se em uma caverna da morte, na qual o silêncio reinava. Não haviam tiros laser no seu recanto mortífero, não haviam pessoas gritando na caverna e nem prédios sendo destruídos. O som da guerra fora, de repente, abafado. Concluiu que iria descansar confortavelmente em sua caverna fictícia para aguardando que a confusão do lado de fora acabasse. Ela queria chamar Oliver para seu recanto sombrio de quietude, contudo isto era difícil de cumprir. Focou bons pensamentos para que ele ficasse vivo e eles se reencontrassem. Logo ela adormeceu lindamente, encostando sua cabecinha no corpo de seu amado pai.
O zumbido dos caças não poderia ser ouvido de onde Oliver estava. Era uma rua intacta, sem nenhum soldado e nenhum conflito. A calmaria ali era tão intensa que o jovem poderia ouvir seus batimentos cardíacos e prestar atenção em sua respiração. Não tinha ideia alguma de como foi parar ali, foi arrastado pelos cidadãos amedrontados. Só sabia disso. O chão da rua era feito de rochas limpas e bem antigas, poderiam datar milhares de anos. Belland era uma cidade milenar e suas construções benevolentes, que estavam sendo vandalizadas, eram igualmente antigas. Cabisbaixo o garoto caminhou lentamente e procurava se esconder em um beco. Assim os Imperialistas não achariam o adolescente e ele estaria a salvo de um tiroteio.
Após alguns minutos caminhando pelos prédios daquela região ele se hipnotizou pelos seus próprios passos, esqueceu a existência de alguma batalha ao arredores. Não havia som de tiro nenhum, não havia batalha alguma acontecendo ali. Parecia que aquela rua foi poupada da brutalidade da guerra. Enquanto estava hipnotizado pelo seu andar e pela sua respiração, Oliver ouviu uma voz. Era a voz doce de uma mulher madura, que ecoava três vezes em sua cabeça. "Venha. Venha. Venha." Ao olhar na direção da voz visualizou um beco ordinário. Com algumas latas de lixo eletrônico e paredes de metal reluzente. Ele se sentou gentilmente ao lado da lixeira, a qual aparentemente estava chamando o jovem garoto. Que tolice de Oliver, pensar que uma Lixeira chamava-o.
Conferiu o interior metálico do recipiente de lixo e não havia ninguém ali dentro. Nenhum sinal de vida inteligente no latão, apenas pedaços de Droides e eletrônicos. Pensou que foi coisa de sua cabeça. Seu pensamento fora interrompido quando um zumbido tomou conta do local. Ele olhou para cima desesperado, prestes a correr quando viu um cargueiro republicano cruzando o céu entre os prédios. Do cargueiro caiu um artefato, o objeto voou metros até cair intacto ao lado de Oliver. Era um sabre de luz.
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Star Wars - Old Republic: Great Galactic War
FanfictionA Guerra Fria acabou. O império Sith tem retornado de suas Sombras. Conquistaram Korriban, a Terra Natal dos Sith, e agora tem fome de expansão. A República tenta impedir o avanço dos Imperialistas com a ajuda dos Cavaleiros Jedi. Inicia-se assim...