O Perfume de Prata – Capítulo II: O Soldado, de Nick Scabello
Västerort, Oeste de Estocolmo, Suécia. 29 de agosto de 2018. 5h34min
Bean era arremessado para fora do bar alemão onde ele estava. Suas costas batem em um carro com força, fazendo a lataria amassar. Suas costas doem, e ele cospe um pouco de sangue. Mas não tem tempo para ficar atordoado, pois três membros corriam atrás dele. Membros era a palavra que aqueles como Bean usava para descrever os mortos vivos que vivem de sangue. A palavra "Vampiro" tinha muita carga cultural.
Jonhathaw Bean Manhattan, ou só Bean, como se apresentava, vestia uma camisa social branca com gravata e colete de cores pretas, além de uma calça social de mesma cor e sapatos. Em seu pescoço tinha um colar com um dente de leão, a qual ele mesmo tinha pego em uma luta contra um desses espécimes. Mas aquilo era uma longa história. Agora ele precisava correr o mais rápido que podia para fugir daqueles malditos.
Três membros, Bean não sabia que o bar alemão tinha três membros do Clã Brujah nele, e muito menos sabia que aqueles membros faziam parte da vertente neonazista do Clã Brujah. Definitivamente, não era bom para um judeu como Bean frequentar aqueles lugares. Ler uma mensagem de texto que Bean tinha mandado para sua pequena prima de "Printsesin" foi o suficiente para um dos membros o acusar (com razão) de ser judeu, e então os três passaram a caçar ele.
Os três tinham símbolos anarquistas quebrados ao meio nas braçadeiras, indicando que eram Brujah, e a pior parte era que eles seguiam a tradição do Clã de manter as Disciplinas de Rapidez. Disciplinas são os "poderes" especiais dos membros. Outra palavra que serve para substituir uma que é muito chamativa. Por sorte eles não tinham acesso ainda a habilidade chamada "Piscar de Olhos", ou Bean estaria morto já. E dessa vez para valer.
Mas ainda assim, eles eram rápidos demais para Bean fugir deles apenas na base da corrida, e fortes demais para ficar perto deles ser saudável para sua integridade física. Ele precisava pensar em um plano. Ele era um membro do Clã Gangrel, o clã que valorizava a natureza e a bestialidade latente dentro de cada vampiro. Talvez ele pudesse virar e tentar a sorte lutando, mas se desse errado, seria uma vez só.
Do bolso dele, Bean tira as chaves de seu carro e aperta o botão para desarmar o alarme enquanto se aproxima correndo do veículo. Porém os Brujah percebem e atiram contra o carro, estourando os pneus. Isso talvez dificultasse ainda mais a sua fuga. Ele continua correndo na direção do carro, pula no capô e dá um longo salto usando toda a sua Potência para alcançar a escada de incêndio do prédio ao lado de onde ele tinha estacionado. Brujah também tinham a Disciplina Potência, mas usavam ela para aprimorar-se em combate ou em exercícios que usavam os braços. Sempre esqueciam de treinar suas pernas.
Os três discutem entre si em sueco, língua que Bean não dominava tão bem para entender o que diziam enquanto fugia, então apenas continuou seguindo até o topo do prédio.
Quando estava lá, finalmente se sentiu seguro. Era um prédio alto, e podia ver quase toda Västerort, a parte oeste da cidade de Estocolmo. Mas tudo que é bom dura pouco. A porta do elevador que estava no terraço se abre, e os três Brujah estavam lá, com fuzis de assalto. Eles começam a atirar.
–Onde civis conseguem armas de porte militar na Suécia?! –Brada Bean enquanto corre para longe daqueles neonazistas.
Ele salta o terraço do prédio para um prédio menor que tinha ali, enquanto tira de sua cintura a sua própria arma. Soldado do Exercito de Israel, Bean sempre andava armado. No caso era uma PP220, com munição de ponta oca, que não atravessava alvos. Um presente de um policial sueco que precisava do dinheiro que um banqueiro como Bean estava mais do que disposto a pagar. Bean também faz seus músculos ficarem mais leves e menos densos, com a Disciplina Metamorfose. Ficar leve evita que ele sinta danos durante sua queda.
Em seu pouso, ele gira e atira para trás contra os Brujah que o perseguiam. Algumas balas pegam, machucando seus perseguidores, mas era preciso mais que isso para parar um Membro. Bean volta a correr e eles caem no terraço atrás deles. Um deles tem seu osso da canela quebrado no pouso, em união a uma bala que tinha recebido ali, e para a perseguição. Agora eram apenas dois.
A distância para o terraço do próximo prédio era maior, mas as pernas de Bean eram treinadas para isso. Um salto e ele se sente voando, até pousar rolando no outro prédio. O soldado se vira para olhar seus perseguidores. Um deles fica no prédio e começa a atirar contra Bean, e o outro pula.
O Brujah avança alguns metros antes de cair em queda livre em direção a uma avenida vazia. O outro não tinha o que fazer para caçar se não pular também. Bean ficou olhando. Queria ver o seu ultimo algoz cair no meio da avenida por conta da raiva bruta que existe no coração de todo Brujah.
Mas aquele maldito era diferente. Ele salta muito mais alto. Seu corpo percorre todo o trajeto e ele pousa no terraço em que Bean está.
A primeira coisa que o judeu faz é se armar com suas garras. Mais uma das habilidades de metamorfose, e Bean fazia suas unhas crescerem. Um avanço rápido contra aquele neonazista rasga o rosto dele. O neonazista tenta atacar usando socos e chutes, mas Bean sentia eles vindo antes de chegarem, e os parava. Um ultimo chute do Brujah e Bean agarra sua perna, e aperta até os ossos quebrarem. Depois disso ele apenas o arremessa para fora do prédio, o ouvindo cair num beco.
Logo após isso, ele se senta no chão enquanto as garras retornam. Tudo isso porque chamou sua prima de princesa.
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O Perfume da Prata
VampireOs Membros da anarquista Cidade de Estocolmo devem entender o significado de um assassinato muito peculiar. E onde quer que o rastro desse crime esteja, eles sempre tem junto deles o cheiro do Perfume da Prata. Bem-vindo ao Mundo das Trevas.