Capítulo 3

958 115 17
                                    

Acordo no outro dia com meu pai batendo na porta.

-Acorda Dylan!

-Meu Deus, que horas são? -pergunto para mim mesmo apertando o botão principal no celular- 3:30 da manhã.

-Vem cá fazer minha janta! -ele sabe fazer.

Eu me levanto zonzo com dor de cabeça e abro a porta.

-Eu já te falei que eu gosto de comida fresca! E você deixa essa comida de ontem pra mim comer? Você não trabalha! Essa é a sua única obrigação!

Claro, a única obrigação! Fora: colocar o lixo para fora, lavar os pratos, lavar as roupas dele é do amigo puto dele, lavar os banheiros, varrer a casa, fazer café, almoço e janta, arrumar o quarto dele é do amigo dele, capinar o quintal e etc.

Ele me dá um tapa na cara.

-Vagabundo!

-Quer saber? Chega! Vai fazer sua janta! -saio para o meu quarto e tranco bem a porta.

Ele xinga e bate fortemente na porta, mas eu a seguro para não quebrar.

-Você vai me pagar! -ele diz saindo da porta.

-Não, é você quem vai -digo pegando a minha mochila e uma mala e guardo tudo.

Eu vou embora daqui! Eu não aguento mais passar por isso! Eu tenho 17 anos! Eu sei me virar.

Arrumo a minha mala e destranco a porta olhando por uma brecha para ver se meu pai não estava por perto. Eu saio de casa correndo. Eu tenho um dinheiro guardado a anos, lavado o carro do sr.Cosme. dá para o aluguel de uma kitnet bem pequena.

Ando até ver um monte de casas iguais e bato na primeira que vejo para pedir informação.

-Boa noite -digo.

-Boa -uma senhora aparece na janela.

-Onde eu consigo alguém para alugar uma casa dessa? -pergunto.

-Você fugiu de casa não é? -ela pergunta.

Eu congelo.

-Sim. Fugi.

-Pois bem meu filho. Eu guardarei o seu segredo, e eu tenho uma casa perfeita para você!

Eu fico curioso.

Ela abre a porta e sai com uma chave na mão.

-Me siga.

Eu sigo ela entre as casas iguais até chegar em uma roxa, a última casa da rua.

-Essa -ela abre e a casa é perfeita!

-Perfeita! -Eu entro enquanto ela acende a luz.

Era pequena e aconchegante, já era mobiliada, e tinha uma sala, uma cozinha e uma suíte.

-Quando custa? -com certeza custava bem mais do que eu podia pagar.

-Eu te dou essa casa.

O quê?

-Sério? -pergunto a olhando no olho.

-Sério. Eu quando eu era jovem, eu também fugi de casa, e eu sei o quanto difícil é. Essa casa ninguém quis por ser pequena e as famílias grande, então quero dá-la a você.

-Muito obrigado -digo quase chorando de alegria.

-Quer tomar um chá filho?

-Aceito -digo colocando as minhas malas encima da cama de casal.

Fui até a casa dela e me sentando na pequena mesa.

-Quando eu fugi de casa eu tinha 16 anos, tive que fugir para me livrar de minha mãe.

-O que ela fazia com você? -pergunto tomando um gole do chá maravilhoso.

-Ela queria me forçar a me casar com um homem rico -ela ri.

-Me desculpa, mas eu nem sei o seu nome.

-Meu nome é Valdete, e o seu?

-Dylan.

-Belo nome para um rapaz belo como você.

-Obrigado.

-É então jovem, porque fugiu de casa?

Eu conto toda a história para ela, não devia me abrir assim para alguém que eu acabei de conhecer, mas ela me deu uma casa. Ela me deu uma casa mobiliada!

Os raios do sol começa a entrar pela janela.

-Já amanheceu? -pergunto sem me dar conta da hora que voou.

-Sim filho.

-Eu tenho que ir -digo passando a mão no olho- tenho que ir procurar um emprego.

-Então tá, qualquer coisa venha falar com a vovó.

-Está bem -digo indo para a minha nova casa.

Telekinesis - A evolução do poderOnde histórias criam vida. Descubra agora