Capítulo 1

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Lá se vá bom amor

Carinho, afeto, paixão

Dor.


Suores frios

Abraços tardios

Prazeres febris

Pensamentos hostis.


Vá-se, viva-se, despeça-se, dane-se

Não lamente, não se engane

Embainhe aquelas minhas profecias

Tão insípidas e mesquinhas

Conspurque aquelas suas vãs promessas

A elas nunca demos trela.


Erga-te, suspira-te, derreta-te, inflama-te

Não lamente, não te engane

Torna-te melhor e ande

Enquanto torno a entornar-me em quem me torno ante.


Em vãos leitos me deito

Em vãs juras me excedo

Em vãos sabores me dilato

Em vãs sobejos me entreto.


Entendo, compreendo, aprendo

Nos ermos, almas rubras se alvuram

Separaram-se, retomam-se, desconectam-se

Nos ermos, em desalinhadas veredas passeiam

Pés vagantes em busca de alparcas que os acompanhe.


Vá lá, bom amor

Com seu novo amor

Esqueçamos a dor

Lembremos do ardor, do torpor, do jubilante amor


Lembremos, velho amor

Lembremos do tempo anterior

Do tempo em que em nós, fomos amor.

A DespedidaWhere stories live. Discover now