Lá se vá bom amor
Carinho, afeto, paixão
Dor.
Suores frios
Abraços tardios
Prazeres febris
Pensamentos hostis.
Vá-se, viva-se, despeça-se, dane-se
Não lamente, não se engane
Embainhe aquelas minhas profecias
Tão insípidas e mesquinhas
Conspurque aquelas suas vãs promessas
A elas nunca demos trela.
Erga-te, suspira-te, derreta-te, inflama-te
Não lamente, não te engane
Torna-te melhor e ande
Enquanto torno a entornar-me em quem me torno ante.
Em vãos leitos me deito
Em vãs juras me excedo
Em vãos sabores me dilato
Em vãs sobejos me entreto.
Entendo, compreendo, aprendo
Nos ermos, almas rubras se alvuram
Separaram-se, retomam-se, desconectam-se
Nos ermos, em desalinhadas veredas passeiam
Pés vagantes em busca de alparcas que os acompanhe.
Vá lá, bom amor
Com seu novo amor
Esqueçamos a dor
Lembremos do ardor, do torpor, do jubilante amor
Lembremos, velho amor
Lembremos do tempo anterior
Do tempo em que em nós, fomos amor.

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A Despedida
PoetryVelhos amores se vão, mas as boas memórias hão de permanecer. No fim, já basta.