Era o dia que eu teria minha prova de gramática, estava tudo correndo bem, era 7:48 da manhã e eu tinha acabado de sair do dormitório.
-Oi Emilly - Disse Brandon, um garoto aleatório com quem fiz amizade no primeiro dia de aula por acaso, eu não sabia nada de como uma escola funcionava por aqui nos Estados Unidos então eu simplesmente saí do dormitório às 6 da manhã, ele acordava cedo para fazer caminhadas, então veio falar comigo e falar o horário das aulas.
-Oi Brad, como se sente para prova?
-Acho que tudo bem - Ele dá um sorriso.
-Ok, então.
Eu fui até o banheiro da escola, que geralmente é muito sujo, naquele dia eu não parecia me incomodar com isso, o dia estava radiante o suficiente para me fazer ficar feliz por fazer uma prova, recebi uma mensagem de Patrick, meu outro amigo da escola, eu fui ler achando que era sobre alguma garota que ele pegou ou quanto ele achava que se sairia mal na prova.
-EMILLY?
-Yo yo ;)
-COMO VOCÊ PODE ESTAR RESPONDENDO ASSIM EM UM MOMENTO DESSES?
Um frio na barriga tomou conta de mim, eu sentia algo pior do que o que geralmente acontece comigo. Eu sentia que algo muito ruim estava a acontecer comigo
-Momento desses? Como assim?
-Emilly, você não ouviu? Onde você está no campus? É sério, se esconde no primeiro lugar que achar.
-O que foi? É sério. Patrick??
Ele demorou mais um tempo escrevendo, meu coração batia mais rápido a cada segundo que ele demorava.
-Um louco saiu do dormitório masculino com uma arma! Ele atirou no primeiro que viu, eu saí do campus e chamei a polícia. Acho que ele vai passar nesse prédio em qualquer momento!
POW
O barulho não era tão distante, e a voz era familiar, um grito de dor e agonia. Perturbador e familiar, sim, quem gritava era Brandon.
Eu ainda não havia saído do banheiro, me escondi na primeira cabine que eu vi e subi no vaso para que ele não visse minhas pernas ou algo assim. Mais sons de tiro eram ouvidos, ele estava se aproximando numa velocidade preocupante.
-EMILLY?
Patrick havia me mandando mais mensagens, mas eu estava paralisada e não conseguia me mexer, eu chorava sem mesmo perceber, meu coração estava super acelerado. De repente ouvi a porta abrir. Eu estava na última cabine e o ouvi abrindo a primeira.
-Não se preocupe, meninas, eu só vou levar uma de vocês, não adianta se esconder.
Ele abre, a primeira cabine, vazia.
Ele abre a segunda, vazia.
Ele abre a terceira, vazia.
A minha era a quarta, havia 2 fileiras, com quatro cada, ele estava indo em minha direção.
Eu tranco a porta.
Ele tenta abrir a cabine
-Não adianta se esconder...
Ele começa a bater na porta
-ABRE ESSA PORRA.
De repente uma cabine se abre na outra fileira.
-Atira em mim.
Eu estremecia cada vez mais, uma voz que eu nunca havia ouvido na vida se oferecia para morrer em meu lugar. Eu não podia deixar isso acontecer, mas ao mesmo tempo não conseguia nem ao menos me mover.
-Hm...?
-Eu ouvi o que você disse, que ia levar só uma, vai atira em mim logo.
Ele soltou uma risada, doentia e nojenta, que até hoje não sai da minha mente.
Eu fico totalmente paralisada, até minha respiração para.
POW
Ouço um grito de dor, e o sangue corre até a minha cabine, começo a chorar silenciosamente.
-Não gosto de gente oferecida, mas já que era o trato, vai ser na perna, pra ficar sofrendo.
Eu ouço ele chutando ela e ela começa gritar.
Finalmente ele sai do banheiro, após um minuto completo me recomponho e saio da cabine. A garota ruiva, pálida e chorando no chão era quem havia me salvado, simplesmente porque quis, afinal eu não fazia ideia de quem seria.
-Por que você fez isso????
Ela dá um sorriso dolorido e responde:
-Ah, por que não?
Eu pego o papel higiênico o mais rápido possível e boto no ferimento de sua perna, pelo que eu vi a bala havia atravessado sua perna.
-Tudo bem, a bala atravessou. Vou estancar seu sangramento, vou tentar.
Ela olhava com cara triste e preocupada para mim enquanto eu fazia pressão em sua perna. Após ela ter feito e dito loucuras eu já estava estressada.
-O QUÊ? VOCÊ É LOUCA? QUER MORRER?
Ela sorri e apenas diz:
-Haha, sim, e meu nome é Alexa, obrigada por perguntar.
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7 almas
Short StoryParecia mais um dia normal numa universidade de uma cidade pacata do Arizona, quando um louco chega atirando. 7 pessoas, com personalidades distintas e que nunca haviam se visto na vida inteira contam seus relatos sobre o dia mais horrível e tenso d...